RIO - A crise internacional, os preços altos na comparação com outros combustíveis e a queda do volume de energia gerado a partir de termelétricas contribuíram para reduzir o consumo de gás natural no Brasil nos três primeiros meses do ano. Na segunda-feira, o volume de gás consumido no Brasil foi de 46,2 milhões de metros cúbicos, abaixo da média de março do ano passado, que foi de 59,6 milhões de metros cúbicos diários.
A diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, ressaltou que, apesar da diferença, o que se observa em março é a retomada do consumo no mercado não-térmico de gás no país. No dia 16 de março, do total de 46,2 milhões de metros cúbicos consumidos, 30,3 milhões foram destinados ao mercado não-térmico, enquanto 8,7 milhões foram destinados às termelétricas e 7 milhões foram consumidos nas unidades da companhia. Em março do ano passado, a média diária do mercado não-térmico foi de 37 milhões de metros cúbicos.
Maria das Graças destacou que em janeiro o consumo médio diário de gás no mercado não-térmico foi 8,7 milhões de metros cúbicos menor que em janeiro de 2008. A diferença caiu para 7,5 milhões de metros cúbicos em fevereiro e está abaixo de 7 milhões de metros cúbicos em março, sempre na comparação com igual período do ano anterior.
"A diferença está concentrada no setor industrial. Do total de gás que deixou de ser comprado pelas indústrias na comparação com o ano passado, cerca de metade se deve à migração para o óleo combustível", afirmou a executiva.
A diretora não deixou de alfinetar a migração de combustível feita pelas empresas, já que no ano passado a decisão da Petrobras de fechar contratos para limitar o fornecimento firme inflexível de gás natural foi combatida por algumas distribuidoras e indústrias, que alegavam a impossibilidade de alterar o insumo energético.
"Isso é bom, porque mostra que a indústria está preparada para fazer a migração de fonte de energia, o que pode ser necessário num momento de crise", disse Maria das Graças, revelando que atualmente o preço do gás natural no país está na casa de US$ 6,6 por milhão de BTU (unidade de eficiência energética), contra US$ 5,7 por milhão de BTU equivalentes do óleo combustível.
No total, a diferença entre o consumo de gás em março deste ano para o consumido em março do ano passado está em cerca de 15 milhões de metros cúbicos, quando se coloca na conta a utilização do insumo para geração termelétrica. Maria das Graças frisou que em março de 2008 a Petrobras disponibilizava cerca de 16 milhões de metros cúbicos diários de gás para as térmicas. Este ano, segundo ela, já se chegou ao piso de 5 milhões de metros cúbicos, enquanto no dia 16 foram 8,7 milhões de metros cúbicos.
"A geração térmica é decorrente da necessidade do setor elétrico e essa necessidade aumenta em maio, quando começa o período seco", explicou a diretora, acrescentando que no ano passado houve um consumo maior de gás para as térmicas no período úmido porque as chuvas demoraram a encher os reservatórios das hidrelétricas.
Maria das Graças ressaltou ainda que a inauguração do terminal de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) da Baía de Guanabara - que será visitado amanhã pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva - aumentará a disponibilidade de gás no país, evitando crises como a do ano passado, quando a demora das chuvas no período úmido levou à necessidade de mais geração de energia pelas termelétricas. Com o início das operações do terminal previstas para maio, a capacidade disponível de gás no Brasil poderá atingir 113 milhões de metros cúbicos por dia, dos quais 62 milhões de produção nacional, 30 milhões da Bolívia, 14 milhões do GNL da Baía de Guanabara e 7 milhões do GNL de Pecém, no Ceará.
(Rafael Rosas Valor Online)
http://oglobo.globo.com/economia/mat/2009/03/17/crise-preco-menor-geracao-reduzem-consumo-de-gas-natural-754880459.asp
A diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, ressaltou que, apesar da diferença, o que se observa em março é a retomada do consumo no mercado não-térmico de gás no país. No dia 16 de março, do total de 46,2 milhões de metros cúbicos consumidos, 30,3 milhões foram destinados ao mercado não-térmico, enquanto 8,7 milhões foram destinados às termelétricas e 7 milhões foram consumidos nas unidades da companhia. Em março do ano passado, a média diária do mercado não-térmico foi de 37 milhões de metros cúbicos.
Maria das Graças destacou que em janeiro o consumo médio diário de gás no mercado não-térmico foi 8,7 milhões de metros cúbicos menor que em janeiro de 2008. A diferença caiu para 7,5 milhões de metros cúbicos em fevereiro e está abaixo de 7 milhões de metros cúbicos em março, sempre na comparação com igual período do ano anterior.
"A diferença está concentrada no setor industrial. Do total de gás que deixou de ser comprado pelas indústrias na comparação com o ano passado, cerca de metade se deve à migração para o óleo combustível", afirmou a executiva.
A diretora não deixou de alfinetar a migração de combustível feita pelas empresas, já que no ano passado a decisão da Petrobras de fechar contratos para limitar o fornecimento firme inflexível de gás natural foi combatida por algumas distribuidoras e indústrias, que alegavam a impossibilidade de alterar o insumo energético.
"Isso é bom, porque mostra que a indústria está preparada para fazer a migração de fonte de energia, o que pode ser necessário num momento de crise", disse Maria das Graças, revelando que atualmente o preço do gás natural no país está na casa de US$ 6,6 por milhão de BTU (unidade de eficiência energética), contra US$ 5,7 por milhão de BTU equivalentes do óleo combustível.
No total, a diferença entre o consumo de gás em março deste ano para o consumido em março do ano passado está em cerca de 15 milhões de metros cúbicos, quando se coloca na conta a utilização do insumo para geração termelétrica. Maria das Graças frisou que em março de 2008 a Petrobras disponibilizava cerca de 16 milhões de metros cúbicos diários de gás para as térmicas. Este ano, segundo ela, já se chegou ao piso de 5 milhões de metros cúbicos, enquanto no dia 16 foram 8,7 milhões de metros cúbicos.
"A geração térmica é decorrente da necessidade do setor elétrico e essa necessidade aumenta em maio, quando começa o período seco", explicou a diretora, acrescentando que no ano passado houve um consumo maior de gás para as térmicas no período úmido porque as chuvas demoraram a encher os reservatórios das hidrelétricas.
Maria das Graças ressaltou ainda que a inauguração do terminal de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) da Baía de Guanabara - que será visitado amanhã pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva - aumentará a disponibilidade de gás no país, evitando crises como a do ano passado, quando a demora das chuvas no período úmido levou à necessidade de mais geração de energia pelas termelétricas. Com o início das operações do terminal previstas para maio, a capacidade disponível de gás no Brasil poderá atingir 113 milhões de metros cúbicos por dia, dos quais 62 milhões de produção nacional, 30 milhões da Bolívia, 14 milhões do GNL da Baía de Guanabara e 7 milhões do GNL de Pecém, no Ceará.
(Rafael Rosas Valor Online)
http://oglobo.globo.com/economia/mat/2009/03/17/crise-preco-menor-geracao-reduzem-consumo-de-gas-natural-754880459.asp

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