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segunda-feira, 6 de abril de 2009

Governo não estimula eficiência

Casas e edifícios são responsáveis por 45% de todo o consumo de eletricidade do Brasil. É pouco menos que a demanda de todo o parque industrial brasileiro (46%), segundo o Ministério de Minas e Energia (MME). Se fosse possível tornar “sustentáveis” todos os prédios e residências, e cada um reduzisse em 30% seu consumo, o país conseguiria poupar 13,5% da energia que consome atualmente. Ou seja, poderia “dispensar” mais de meia usina de Itaipu.

No entanto, o debate sobre o cenário energético do país quase ignora a necessidade de economizar eletricidade; fala-se muito mais em aumentar a oferta. O governo federal quer construir 81 termelétricas e 70 hidrelétricas nos próximos dez anos, plano que requer investimentos de R$ 142 bilhões (5% das riquezas geradas pelo país em um ano) e um custo ambiental diretamente proporcional.

De fato, o governo tem metas de eficiência energética – quer poupar 10% de toda a demanda até 2030 – mas, a julgar pela ausência de incentivos oficiais concretos, o objetivo beira a utopia. A fragilidade do programa brasileiro ficou evidente durante o congresso Ecogerma 2009, realizado em março pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha.

Na ocasião, representantes dos dois países relataram o que cada governo tem feito nessa área. Representante do ministério alemão do Transporte, Construção e Desenvolvimento Urbano, Rüdiger Kratzenberg contou que o orçamento da Alemanha reserva 1,4 bilhão de euros (R$ 4,2 bilhões) por ano para estimular a construção e a reforma de prédios. Mais de 40% dos recursos servem para subsidiar empréstimos feitos por consumidores interessados em construir ou reformar casas de acordo com princípios sustentáveis. Aprovado no fim de 2007, o programa quer reduzir as emissões de gás carbônico do setor imobiliário em até 40%, o consumo de energia em 20% e elevar o uso de energias renováveis em 20%.

Wolfgang Ornth, colega de Kratzenberg, listou alguns dos benefícios adicionais. “Cresce o investimento em construção civil, crescem os empregos na cadeia da construção, e as pessoas ainda poupam dinheiro ao economizar com água, luz e aquecimento.” Felicitas Kraus, diretora da Agência Alemã de Energia, revelou que projetos-piloto já “converteram” 4,5 mil unidades habitacionais – algumas delas, com mais de três séculos, puderam ser reformadas sem prejuízo à arquitetura original. “Não basta fazer a lei. É preciso dar incentivos concretos ao consumidor”, ensinou.

Voluntário

No Brasil, por enquanto há estudos para “etiquetar” novas edificações conforme sua eficiência. Mas, segundo um dos coordenadores do MME, Carlos Alexandre Pires, “o programa começará como voluntário”. Caberá ao comprador exigir uma boa certificação da construtora, mas não haverá qualquer recompensa econômica para quem optar por projetos eficientes.

Pires reconheceu que o próprio governo precisa saber a quantas andam os prédios públicos. Edifícios municipais, estaduais e federais consomem 3% de toda a eletricidade do país, e é raro encontrar algum que sirva de exemplo. Por sinal, a Esplanada dos Ministérios e o Palácio do Planalto – gigantes envidraçados que recebem sol o dia todo, o ano todo, e consomem uma monstruosidade de energia em ar condicionado – estão entre os mais emblemáticos casos brasileiros de desperdício de eletricidade.

http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/economia/conteudo.phtml?tl=1&id=874306&tit=Governo-nao-estimula-eficiencia

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