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domingo, 5 de dezembro de 2010

ISA promove curso para instalação e manutenção de energia solar no Parque Indígena do Xingu

 A capacitação faz parte das ações que o Instituto Socioambiental desenvolve para promover o uso sustentável de energia e fontes alternativas no Parque Indígena do Xingu (PIX), em Mato Grosso.

Indígenas das etnias Kawaiwetê (Kaiabi), Yudja, Ikpeng e Panará participaram do segundo módulo de capacitação para instalação e manutenção de sistemas de energia solar e instalação de rede de iluminação 12 voltz, mais adequada aos sistemas solares, realizado no Posto Indígena (PI) Diauarum, entre os dias 13 e 17 de novembro.

O Posto Indígena (PI) Diauarum é um dos locais de maior demanda por energia no parque. Abriga mais de 40 casas, a Associação Terra Indígena Xingu (ATIX), uma escola e um posto de saúde que atende povos de mais de 20 aldeias. Hoje, toda esta infraestrutura é movida pela energia produzida por 12 painéis solares e um gerador movido a diesel.
No 1º módulo do curso, realizado em 2009, os alunos aprenderam a instalar e fazer a manutenção de placas solares. Neste módulo, as aldeias já enviaram oito placas para o conserto. Segundo Letícia Camargo, assessora do projeto de capacitação de associações, o assunto interessou aos participantes. "A discussão sobre a eficiência energética despertou o interesse dos alunos para analisar o consumo de energia em suas casas, como fazer para diminuí-lo e quais as melhores alternativas para a geração de energia para o Xingu e TI Panará".

Um dos participantes do curso, Agnaldo Kona Ikpeng, funcionário do Posto Indígena Pavuru, fala sobre a importância do curso. "Eu sempre sonhei com algum aprendizado sobre energia solar. Gostei de aprender a montar e desmontar o sistema e aprender sobre os componentes dele. A minha comunidade confia em mim para o conserto de equipamentos, agora eu vou passar o que eu aprendi para eles comprarem produtos melhores para ajudar na economia do consumo".

Energias limpas

A promoção do uso de energias renováveis no Parque Indígena do Xingu é uma iniciativa do ISA que conta com o apoio da Ajuda da Igreja da Noruega (AIN), conforme explica Kátia Ono, assessora do projeto de manejo de recursos naturais do Programa Xingu. "O ISA está investindo no desenvolvimento de energias renováveis no Xingu porque os indígenas já utilizam a energia, mas hoje as matrizes são de geradores a diesel, que são fontes caras e poluentes. Algumas aldeias já usam placas solares, por isso queremos fazer com que esse uso seja mais eficiente e mais consciente".
Kátia conta que a busca por fontes limpas de energia é feita junto às comunidades. "Estamos fazendo testes para trazer respostas e construir com eles as condições para ter energia mais limpa e funcional, que possa atender as necessidades básicas das escolas, postos de saúde e instituições que fazem o contato com a sociedade nacional".

No mês de setembro, o ISA desenvolveu um estudo para dimensionar o consumo de energia no Diauarum, com ajuda de Johannes Hojem, consultor da Fundação Zero, da Noruega. Em um levantamento preliminar, o consultor concluiu que existe uma perda de 15% da energia produzida no posto indígena, por conta de instalações inadequadas e uso de produtos ineficientes energeticamente. Ele afirma também que o consumo poderia ser reduzido pela metade com pequenas ações, como substituir lâmpadas, desligar aparelhos que não estão sendo usados e trocar os fios da rede elétrica, que tem uma situação precária. "Faremos algumas propostas e sugestões de mudanças, mas todo o trabalho será submetido à aprovação da comunidade".
Paulo Junqueira, coordenador-adjunto do Programa Xingu no PIX, conta que o intuito é avaliar o potencial de produção energética local e integrar as fontes de energia já existentes. "Já temos a energia solar e estamos estudando outras possibilidades, como a energia hidráulica, a produção de biocombustível com o óleo de macaúba e a gaseificação".

Óleo de macaúba e geração hidrelétrica

Além de ter grande potencial de produção de energia solar, a CTL Diauarum pode se beneficiar da grande produção de macaúba, fruto da palmeira que é usado para a produção de óleo combustível. "A macaúba é uma ótima fonte de energia e aqui temos uma produção considerável desta espécie", afirmou o Johannes.
Para avaliar a quantidade de macaúbas que a comunidade consegue coletar, as técnicas do ISA e o conultor Hojem organizaram um teste em que uma dupla de homens e uma dupla de mulheres coletaram os frutos durante três horas em diferentes lugares da aldeia. No final, os homens coletaram 18 quilos e, as mulheres, 25.

Letícia Camargo, que acompanhou a visita do consultor, explica que este foi apenas o início da avaliação do potencial local. "Johannes ficou satisfeito com o resultado, mas entendemos que só teremos a conta real desse esforço de trabalho que o aproveitamento da macaúba pode gerar como fonte de energia, quando tivermos noção da tecnologia disponível para o processamento dos frutos". A equipe do ISA explica que essas avaliações mais amplas sobre o potencial de produção do óleo já está em processo, com a colaboração de outros consultores.
Outra fonte de energia renovável que poderá ser desenvolvida no PIX é a energia hidráulica, a partir de turbinas movidas com a correnteza dos rios. Johannes avaliou a força das águas do Rio Xingu, próximo à aldeia Tuba Tuba, do povo Yudja. "A princípio a força do rio não é suficiente para gerar energia, mas nós faremos novas avaliações para ter um resultado final".
 

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