As fontes renováveis de energia, tais como eólica, biomassa e outras, devem ser complementares à geração de energia hídrica, que continuará a ser o carro-chefe da geração energética nacional. Mas a complementação deve considerar fontes que permitem competitividade de custos e sustentabilidade ambiental. Os dados estão no estudo que o Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), levou ao Conselho de Altos Estudos da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Na audiência, o professor Nivalde de Castro, coordenador do Gesel, e o pesquisador Guilherme Dantas, apresentaram um panorama energético do Brasil pelos próximos anos. Apontaram que o Brasil deve continuar investindo em energia hídrica, que terá um potencial de aproveitamento de aproximadamente 270 mil MW. Segundo os estudiosos, as críticas aos projetos de usinas hidrelétricas, tais como Belo Monte (PA), visam, entre outros interesses, reduzir a competitividade energética da economia brasileira.
O estudo mostrou ainda que o Brasil tem potencial hídrico para atender a uma demanda de energia que cresce 6 mil MW a cada ano. Mas, como a maioria das usinas construídas deverá ser as chamadas “fio d´água”, sem reservatório, isto irá gerar pouca energia no período seco. Daí, a necessidade de ter complementariedade à matriz.
A pesquisa citou dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), na qual a capacidade instalada da geração hidrelétrica aumentará 61% até 2019, enquanto que a capacidade de armazenamento subirá apenas 11% nesse mesmo período. Para o Gesel, deverão ser priorizadas as usinas com características técnicas para poder operar na base do sistema, como eólicas, biomassa da cana-de- açúcar e usinas térmicas com custo variável reduzido.
Além disso, as fontes alternativas deverão estar em linha com a economia de baixo carbono, tornando-as mais sustentáveis e capazes de oferecer a complementariedade necessitada para os próximos anos.
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