Marcelo Gradella Villalva
Ivando Severino Diniz
Fernando Pinhabel Marafão
Flávio Alessandro Serrão Gonçalves
A energia elétrica, ou eletricidade, é a forma de energia mais flexível que existe. Ela pode ser transmitida a longas distâncias, desde o ponto de geração até o local de consumo, pode ser convertida em luz, calor, imagem, movimento, informação. O ser humano depende da energia elétrica para praticamente tudo. Nós podemos empregar a energia elétrica em nossas casas e no trabalho com muita facilidade e conforto. Mas este conforto tem um custo muito elevado para a humanidade. Você sabe de onde vem eletricidade que nós consumimos?
Grande parte da eletricidade produzida e consumida pela humanidade vem de usinas nucleares, usinas termelétricas (que queimam combustíveis fósseis) e uma pequena parte tem origem em fontes renováveis. Quase 70% da energia elétrica produzida e consumida no mundo é produzida a partir da queima do carvão, do petróleo e do gás natural.
O conforto que temos com o uso da energia elétrica só é possível à custa da exploração de fontes não renováveis, poluidoras e perigosas. Além da certeza de que esses combustíveis vão se esgotar, devemos nos preocupar com o fato de que a queima dos combustíveis fósseis polui a atmosfera e contribui para o aquecimento do planeta. Além disso, convivemos constantemente com os riscos que as usinas nucleares representam. Toda vez que acendemos uma lâmpada, ligamos o televisor ou usamos o chuveiro elétrico estamos destruindo um pouco o nosso planeta.
No Brasil a eletricidade é produzida quase totalmente a partir de fontes renováveis devido à forte presença da hidroeletricidade em nossa matriz energética. Entretanto, a quantidade de eletricidade que produzimos e consumimos é muito pequena quando nos comparamos a outros países. Para sustentar nosso crescimento será necessário encontrar novas fontes de energia. Em anos recentes percebeu-se um aumento significativo da participação de usinas nucleares e termelétricas movidas a carvão, gás e petróleo, que juntas já representam mais de 10% da nossa geração de energia elétrica.
Em 1980 o mundo todo consumia anualmente cerca de 7.000 TWh (terawatts-hora) de eletricidade. Segundo as previsões, este número vai subir para quase 30.000 TWh em 2030, ou seja, a energia elétrica produzida por 230 usinas de Itaipú ou 1000 usinas nucleares iguais à de Fukushima, no Japão, recentemente envolvida num desastroso acidente.
Não existem rios suficientes no mundo para construirmos tantas usinas como a de Itaipú, tampouco sabemos se a humanidade deseja utilizar a energia nuclear devido aos perigos que esse tipo de tecnologia representa. Atualmente existem cerca de 440 centrais nucleares em operação no mundo. Será que estamos preparados para dobrar o número de usinas nucleares? Um acidente nuclear em uma única usina pode levar milhões de pessoas à morte e pode inutilizar enormes territórios durante milhares de anos, como ocorreu com o acidente da usina de Tchernobyl em 1986, que contaminou vários países e transformou em zonas desertas, que não poderão ser habitadas durante muitos séculos, grande parte dos territórios da Bielorrúsia e da Ucrânia.
Para suprir as necessidades crescentes de energia a humanidade precisa pensar com muita seriedade no uso das fontes renováveis para os próximos anos. Embora as energias renováveis representem hoje uma pequena parcela de nossa produção de eletricidade, o potencial para o emprego dessas fontes é muito grande e acredita-se que no futuro, mediante desenvolvimento tecnológico e investimentos neste setor, toda a eletricidade do mundo, ou pelo menos uma grande parte dela, poderá ser provida por fontes renováveis e limpas. Tudo depende do empenho de empresas, governos e cidadãos do mundo inteiro para usar cada vez mais as energias renováveis.
Na UNESP, no Campus de Sorocaba, o GASI (Grupo de Automação e Sistemas Integráveis) realiza estudos na área de energias renováveis, tendo como meta o desenvolvimento de inversores para sistemas de energia fotovoltaica que serão testados em uma planta fotovoltaica experimental.
Os autores são docentes e pesquisadores da UNESP, Campus de Sorocaba (www.sorocaba.unesp.br/gasi ). Contatos: mvillalva@sorocaba.unesp.br , fmarafao@sorocaba.unesp.br , flavioasg@sorocaba.unesp.br, ivando@sorocaba.unesp. Informações sobre energias renováveis: www.energiadosol.net
http://portal.cruzeirodosul.inf.br/acessarmateria.jsf?id=343707
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