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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Percentual de famílias endividadas em SC chega a 88,7%

O endividamento dos consumidores catarinenses cresceu na comparação entre os meses de junho e julho, segundo mostra a Pesquisa Endividamento e Inadimplência dos Consumidores de julho de 2013, realizada pela Federação do Comércio do Estado de Santa Catarina (Fecomércio-SC). O percentual de famílias endividadas, que era de 86,5%, subiu para 88,7%. Na comparação anual também houve crescimento: 2,8% a mais.

 

Tendo como ponto de vista o endividamento por faixa salarial, a pesquisa aponta que as famílias que vivem com uma renda superior a 10 salários mínimos estão mais endividadas (92,2%), em comparação às que recebem um valor inferior a este (87,7%).

 

O nível de endividamento mostra uma pequena queda no número de endividados (apenas 0,3 pontos percentuais), passando de 20,5% em junho para 20,2% em julho; e dos mais ou menos endividados, que passaram de 47,3% para 45,4%. A pesquisa mostra, ainda, que houve expressivo aumento dos pouco endividados: de 18,6% para 23,1%.

 

Principais causas

 

O cartão de crédito continua sendo o principal agente do endividamento. Ele é responsável pela maioria das dívidas familiares, com a marca de 57,7% dos gastos.

 

Em segundo, terceiro e quarto lugares aparecem, respectivamente, os carnês (11,9%), os financiamentos de carros (11,7%) e de casas (10%).

 

Tempo de comprometimento

 

No que se refere ao tempo de comprometimento com as dívidas, a maioria dos catarinenses que estão endividados seguem inadimplentes há mais de um ano (49,8%). Os que têm dívidas de até três meses representam 34,8%; entre três e seis meses são 6,1%; e até um ano, 9%.

 

O tempo médio de comprometimento com dívidas ficou em 7,6 meses, um declínio na comparação com o mês anterior, em que o tempo médio era de sete meses. A parcela da renda das famílias comprometida com dívidas apresentou uma pequena elevação, passando de 30,7% em junho para 31,4% em julho.

 

O percentual de famílias com menos de 10% da renda comprometida foi de 12%. Com renda entre 11% e 50% foi de 70%, e com mais de 50% de comprometimento foi de 17%. O número, de acordo com a Fecomércio-SC, atinge um nível que merece preocupação.

 

Análise das contas em atraso

 

A quantidade de famílias com contas em atraso também apresentou crescimento na comparação entre junho e julho: de 23,3% de famílias com contas em atraso no primeiro mês, a pesquisa apresentou 25% em julho. A maior parte das famílias (75%) não tem contas em atraso. Já na comparação anual, o crescimento das famílias com contas em atraso foi de 9%, já que em julho de 2012 o percentual era de 16%.

 

Dentre as famílias com contas em atraso, 49,4% afirmaram que não terão condições de pagar totalmente suas dívidas. No mês anterior, esse número ficou em 42,4%. As que, em parte, terão condições de quitar seus débitos representam 23,5%, em julho, em contrapartida aos 26,3% de junho. Por fim, aquelas que terão condições de pagar totalmente suas dívidas representam 24,7%, percentual inferior aos 31,2% do mês anterior.

 

O tempo com contas em atraso se concentra acima dos 90 dias, representando 59,2%. O período entre 30 e 90 dias é de 20,2%. E o mais curto, de até 30 dias, apresenta 18,8%. Em geral, a média de tempo em dias para quitação das dívidas em atraso ficou em 69,5 dias, dado pior do que o apurado no mês anterior, quando foram registrados 66,9 dias.

 

Hora de sair do vermelho

 

Para o especialista financeiro Luiz Kramer, que atua no site GuiaBolso, uma das razões para o alto número de endividados em Santa Catarina é a inflação. Ele conta que, quando o problema foi domado, o brasileiro passou a consumir mais, já que conquistou maior poder de compra. “As famílias puderam ter acesso a bens como telefone celular, carro e a diversificar na alimentação, comendo melhor e com mais qualidade", explica, em entrevista ao Noticenter.

 

Para ele, o brasileiro segue consumindo porque se acostumou a viver melhor. E complementa: "A busca por manter o mesmo padrão de vida, em tempos de preços altos, é o que faz com que as pessoas gastem mais. Para agravar a situação, há ainda a falta de planejamento, já que muita gente não organiza as despesas de acordo com a renda e acaba ultrapassando o limite de gastos”, relata.

 

Organização financeira

 

Ter o controle da vida financeira é a indicação mais importante para garantir o domínio do próprio dinheiro. “O ponto de partida deve ser o diagnóstico da atual situação financeira. Isso significa mapear as receitas e os gastos, parcelas de empréstimos e investimentos", sinaliza Luiz. "Assim é possível saber o quanto sobra ou falta no fim do mês. Se estiver faltando, é hora de rever para onde o dinheiro está indo. Se estiver com as contas em dia, é hora de se planejar e ir atrás dos objetivos”, observa.

 

Querer economizar e não conseguir controlar os gastos, para o especialista, é cada uma situação que vem se tornando mais comum a cada dia.  “Muitas vezes, gastamos em coisas que nem percebemos. São cinco reais aqui, dez reais ali, e nos esquecemos de totalizar o que saiu da carteira", exemplifica. "No final, não sabemos porque está faltando dinheiro. São os chamados gastos ocultos, um dos maiores perigos do orçamento doméstico”, explica. Para ele, quase sempre é possível encontrar alternativas para continuar aproveitando as mesmas coisas, gastando menos.

 

O especialista destaca cinco dicas para quem entrou no vermelho conseguir se organizar e pagar as dívidas. Confira abaixo:

 

1 - Coloque tudo no papel

 

“É importante listar as dívidas existentes, conhecer as taxas de juros e pensar na importância de cada um desses valores pendentes”, explica. Ele ressalta que o conhecimento da própria realidade financeira é o início da solução do problema.

 

2 - Priorize os pagamentos

 

“É preciso verificar quais das dívidas existentes precisam ser pagas antes. Por exemplo, uma conta de energia elétrica é prioridade, porque tem relação direta com o dia a dia da família”, enfatiza.

 

3 - Saiba renegociar

 

Para Luiz, a ideia é visar juros menores e alternativas mais benéficas para saldar o que se deve. “Quem está inadimplente não deve ter vergonha. O ideal é ir até o credor e buscar, junto a ele, opções que se encaixem no orçamento familiar”, comenta.

 

4 - Utilize outros recursos

 

“Hora extra, 13º, bens não utilizados que podem ser vendidos: tudo isso deve ser usado na hora de saldar as contas, no intuito de evitar novos empréstimos”, destaca.

 

5 - Avalie o problema

 

“É necessário avaliar, em algum momento, a origem e as razões dessas dívidas. Essa análise auxilia a evitar futuros problemas financeiros”, complementa.

 

Sobre o GuiaBolso

 

O site, criado há cerca de um ano, visa facilitar a vida financeira de seus usuários e oferecer suporte para que tomem as melhores decisões com o seu dinheiro. De acordo com Luiz, a página funciona como um consultor financeiro totalmente online, capaz de entender as necessidades e objetivos das pessoas e recomendar soluções personalizadas.

 

Para criar a ferramenta, os fundadores do GuiaBolso, Benjamin Gleason eThiago Alvarez, juntaram suas experiências complementares. Liderando o Groupon Brasil em pleno "boom" das compras coletivas, Benjamin acompanhou de perto o grande aumento do consumo online, reflexo de milhões de novos compradores. Por sua vez, durante seus anos como consultor da McKinsey e executando grandes projetos em instituições financeiras, Thiago foi testemunha do desafio que o novo cenário de crédito representa para os bancos.

 

Desde o início do projeto, a equipe se empenha em refinar cada vez mais as recomendações financeiras, entendendo as motivações e os desejos das pessoas, o que resulta em uma metodologia pioneira de gestão financeira online. “Hoje, podemos afirmar que poucas empresas entendem como as pessoas lidam com o dinheiro no Brasil tão bem como nós”, finaliza Luiz.

http://www.noticenter.com.br/?modulo=noticias&caderno=geral&noticia=02346-percentual-de-familias-endividadas-em-sc-chega-a-887

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