As principais autoridades do setor elétrico se reuniram no maior congresso sobre eficiência energética do País para discutir soluções que amenizem as consequências e efeitos da pior crise energética do Brasil. A Medida Provisória 579 foi alvo de críticas e considerada como o gatilho da crise. “Desde 2009, o foco tem sido apenas a modicidade tarifária, e a MP 579 em 2012 reforçou a ideia, forçando uma queda muito alta das tarifas e represando os reajustes tarifários. Como resultado, neste ano a crise ultrapassou os limites das distribuidoras e alcançou as geradoras de energia”, explicou o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Adriano Pires, durante palestra no 11º Congresso Brasileiro de Eficiência Energética (COBEE).
O vice-presidente da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), Paulo Cesar Tavares, concorda com a situação e disse que o setor elétrico vive hoje duas crises distintas, sendo uma delas de cunho econômico financeiro com início a partir da publicação da Medida Provisória 579 e outra de suprimento. “Em termos de preço, estamos vivendo uma situação como se já houvesse um racionamento de energia”, complementou.
Já o coordenador-geral de Eficiência Energética do Ministério de Minas e Energia (MME), Carlos Alexandre Príncipe, não acredita que haja uma crise, mas sim que o País vive um momento de ajustes de mercado no setor elétrico. Também defende que se não houver pressão e iniciativa por parte da sociedade por ações e processos energeticamente eficientes e, por conta disso, as empresas se beneficiarem de maior produtividade, não há o que fazer. “Costumo dizer que as políticas públicas do Governo são reflexo da sociedade. Então, havendo pressão é que nós somos capazes de oferecer políticas públicas de soluções energéticas. No entanto, fiquei impressionado com todo o material apresentado e as discussões tão proveitosas. Pelo que pude observar durante o decorrer do Congresso, há soluções e muita vontade de aproveitar as circunstâncias para inserir a eficiência energética como um diferencial de mercado.”
Para o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (ABESCO), organizadora do COBEE, Rodrigo Aguiar, o Congresso cumpriu o objetivo ao demonstrar o anseio do mercado por soluções e ações sustentáveis que garantam a segurança energética nacional. “Ao longo do Congresso, ficou óbvio que a eficiência energética é uma dessas ferramentas, seja porque o custo de geração é mais barato ou porque reduz a carga do sistema elétrico e isso garante a possibilidade de redução do custo da energia.”
Durante o Congresso também aconteceram os lançamentos da cartilha da parceria ABESCO & Sebrae-SP, com dicas para todo o segmento industrial sobre economia de energia, e da cartilha WEG e CELESC sobre projetos de sucesso no segmento industrial.
Por fim, foi assinado um acordo de intenções entre a ABESCO e a Japanese Business Alliance for Smart Energy Worldwide (JASE-W) sobre questões de investimentos em consultoria de projetos de eficiência energética no Brasil.
Agência Último Instante
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