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quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Brasil afugenta investidor externo no setor elétrico

Os altos custos do capital no país, que ocorrem em função da piora da condição de financiamento dos bancos privados e da dificuldade de conseguir crédito nos bancos públicos como o BNDES, são, na avaliação de especialistas, o principal motivo que está afastando investidores estrangeiros do setor elétrico do Brasil. É o caso da norte-americana SunEdson, maior empresa de desenvolvimento de energia renovável do mundo, que informou ao mercado a rescisão do contrato de compra de ações da Light que seria condição para adquirir aproximadamente 16% de participação na Renova por US$ 250 milhões (cerca de R$ 959 milhões).

 

A Renova, que tem a Cemig e a Light entre as suas controladoras, é a maior empresa de geração de energia a partir de fontes renováveis do Brasil, em capacidade instalada.

 

Com a decisão da empresa estrangeira, a Renova se prepara para fazer um redimensionamento do seu planos de negócios no médio e longo prazo, de forma que fique mais compatível com a situação política e econômica do país neste momento, segundo uma fonte próxima à empresa brasileira. “O modelo de negócios da Renova era de crescimento acelerado, de construir e vender ativos. Nesse cenário atual, isso não funciona. Agora é adotar um ritmo menor, postergar os investimentos e jogar os projetos para frente”, afirma.

 

“As fontes de recursos (financiamento) estão esgotadas no Brasil. E estamos vendo esse cenário em diversas empresas do setor”, explica o consultor da LPS Consultoria Energética Fernando Umbria. Para ele, o acúmulo de passivos no setor é outro problema que afugenta investidores.

 

O modelo adotado no setor, segundo Umbria, precisa ser repensado. “O modelo regulatório e as regras comerciais precisam ser atualizadas, mas falta hoje ambiente político para que essa negociação seja feita”, avalia.

 

Abengoa. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Abengoa, que interrompeu projetos de linhas de transmissão por causa de sua crise financeira, se reuniram nesta quarta. O diretor geral da Aneel, Romeu Rufino, disse que seria o primeiro passo para que o órgão decida quais medidas devem ser tomadas para garantir a execução dos projetos da Abengoa. A Aneel pode determinar uma intervenção administrativa, mas Rufino defendeu uma solução de mercado que poderia ser a venda de parte ou do total da participação da empresa nesses projetos. Após a reunião, nem a agência nem a Abengoa se pronunciaram.

 

Conta de luz pode cair 8% em 2016

 

Brasília.A conta de luz dos brasileiros deve cair 8% quando a bandeira verde começar a vigorar, provavelmente a partir de março, de acordo com previsão do presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite. “A expectativa é que o período chuvoso seja bom e a bandeira fique verde em março. Se isso se confirmar, a conta de luz já se reduz em 8%”.

 

Segundo ele, ainda não é possível prever o nível dos reajustes no ano que vem. Neste ano, a tarifa de energia subiu, em média, 44% para o consumidor residencial, incluindo o impacto da bandeira vermelha.

 

Um dos itens que pode contribuir para a redução da conta é a tarifa de Itaipu, que subiu quase 50% no ano passado devido aos impactos do risco hidrológico. Apesar da alta do dólar em relação ao real, a tendência é de queda para 2016.

 

A conta de luz de 2016 também não terá o efeito dos atrasos e cancelamento dos repasses do Tesouro programados para o setor em 2014, que foram repassados para a tarifa neste ano. Já a tarifa das usinas antigas e leiloadas na semana passada deve gerar um aumento de R$ 1 bilhão para a tarifa, ou algo em torno de 1%.

http://www.otempo.com.br/capa/economia/brasil-afugenta-investidor-externo-no-setor-el%C3%A9trico-1.1183499

 

 

ATENCIOSAMENTE

 

Alexandre Kellermann

 

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