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quinta-feira, 5 de maio de 2016

A sua conta de luz poderia ser até 27% mais barata - e a culpa é de quem?

Esqueça reduções das tarifas promovidas pelo governo ou por agência reguladora. Um novo estudo divulgado nesta quinta-feira (5) pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) aponta algumas medidas de eficiência energética que poderiam reduzir de 17% até 27% a conta de luz das residências e das indústrias brasileiras até 2030. O principal ponto do levantamento, realizado pelo PSR Soluções e Consultoria em Energia, mostra que para o Brasil desenvolver o setor elétrico - usando melhor e cobrando menos dos consumidores - é preciso otimizar o uso da matriz já existente e não necessariamente aumentar sua oferta.

 

O estudo servirá de base para que o CEBDS, ao lado de 20 CEOs de grandes companhias (Siemens, GE, Renova, Schneider, CPFL Renováveis, entre outras) coordenem soluções em parceria com o poder público. As medidas propostas levam em conta as metas estabelecidas pelo país no Acordo de Paris e apontam três cenário possíveis: redução de 10%, 15% e 20% no consumo da energia que perpassa o Sistema Inteligado Nacional (SIN).

 

Entre as medidas de eficiência energética propostas para o horizonte 2016-2030 estão leilões de eficiência energética, tributação reduzida para equipamentos eficientes, criação de um fundo garantidor de crédito para o setor, e inclusão do tema de eficiência energética na formação técnica. O estudo defende que aumentar a eficiência energética (EE) é mais barato que investir na expansão através de qualquer fonte de energia nova. Também aponta que, dentre esses cenários, a redução de emissões de CO² poderia variar de 10% até 23%.

 

As ações mais indicadas para os consumidores - incluindo indústria e residência - a fim de aumentar a eficiência energética são a substituição de motores elétricos na classe Industrial, troca de lâmpadas fluorescentes ou de vapor de sódio por LED (classes Comercial, Outros e Residencial) e mudança de hábitos de uso de equipamentos como fechar portas e janelas e dimensionar adequadamente velocidades e temperaturas, especialmente na classe residencial.

 

O estudo também é enfático ao mostrar que é preciso considerar as eficiências da geração e transmissão de energia do país.  A análise mostra que há uma diferença de 11% na produtividade oficial e prática das hidrelétricas brasileiras.

 

Entre as barreiras para melhoria do uso da energia do país apontadas estão o acesso e qualificação de recursos financeiros e humanos e às políticas estratégicas coorporativas e governamentais. 

 

Redução nas residências e na indústria

Os setores industrial, residencial e de serviços concentram respectivamente, 44%, 29% e 25% do potencial de conservação de energia em 2030. 

 

A indústria hoje é a que gasta menos tendo pouco mais de 500 mil unidades consumidoras - valor muito pequeno comparado aos mais de 66 milhões de consumidores residenciais ou 5,5 milhões de consumidores comerciais. Três setores - metalurgia, minerais e alimentos - respondem por metade do consumo industrial.

 

O estudo propõe as seguintes ações para melhorar a eficiência em cada um deles:

 

Indústria

Substituição de lâmpadas incandescentes e

fluorescentes por lâmpadas LED

Substituição de motores elétricos antigos por

modelos mais novos de alto rendimento

Aplicação de novas tecnologias, especialmente

no uso final Eletroquímico e nos gêneros

Metais Não Ferrosos (segmentos de alumínio,

cobre e zinco) e Química

 

Substituição do combustível utilizado no uso

final

Otimização do sistema de refrigeração (vedação,

uso de termostato, evaporador, posicionamento

dos equipamentos, combate aos

vazamentos), em especial no gênero Alimentos

e Bebidas

 

Redução do uso de equipamentos em modo

standby

Utilização de controladores de velocidade em

certas aplicações (por exemplo, o acionamento

de bombas, ventiladores ou compressores

com regimes de operação bastante variáveis

Substituição dos fornos elétricos antigos, especialmente

os utilizados na etapa de fusão e

redução do metal no gênero Metais Não Ferrosos

Comércio

Substituição de lâmpadas incandescentes e

fluorescentes por lâmpadas LED

Substituição de equipamentos por tecnologias

mais eficientes

Otimização do sistema de refrigeração (vedação,

uso de termostato, evaporador, posicionamento

dos equipamentos, combate

aos vazamentos)

Residências

Dimensionar adequadamente velocidade de

ventiladores e temperatura de condicionadores

de ar

 

Desligar aparelhos em standby. O uso de “tomadas

inteligentes”, que possuem interruptores

próprios pode facilitar essa ação

 

Substituir lâmpadas fluorescentes por LED;

• Instalar boilers solares para aquecimento de

água de banho

Construir e reformar casas, considerando

uma participação maior de iluminação natural

e/ou novas tecnologias de reflexão de luz

 

 

A eficiência do Brasil e do mundo

 

 

No cenário internacional, a colocação do Brasil em termos de eficiência energética não é boa. Em ranking divulgado recentemente pela organização não governamental Conselho Americano para uma Economia Energeticamente Eficiente (ACEEE, na sigla em inglês), o país  ficou na penúltima colocação entre as 16 maiores economias do mundo. Só esteve melhor posicionado que o México.

 

Entre os motivos apontados pelo ACEEE, estão a falta de padrões obrigatórios para instalações elétricas em prédios e residências e o fato de que exigências sobre eficiência energética só se aplicam a poucos equipamentos eletroeletrônicos. O relatório ainda indica que a política energética no Brasil se concentra basicamente na produção de energia renovável, "deixando uma grande quantidade de eficiência energética intocada".

 

E a lâmpada LED?

Não é de hoje que as lâmpadas LED são apontadas como uma promessa do setor de iluminação para ganhar maior eficiência e reduzir custos e consumo. Em 2014, o número de lâmpadas de LED vendidas no Brasil foi de 20 milhões de unidades, seis vezes mais do que em 2011, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux). A previsão é que esse tipo de lâmpada deva representar metade do total de vendas do setor nos próximos dois anos.

 

A lâmpada LED oferece uma economia de energia de mais de 80% em comparação com lâmpadas incandescentes e de 50% em relação àquelas de vapor de sódio, que predominam na iluminação pública. A barreira para seu uso em maior escala, segundo o estudo divulgado pelo CEBDS, é que a flutuação cambial atrapalha a implementação dessa tecnologia - já que a produção nacional não é incentivada e não traz produtos com maior valor agregado.

 

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ENERGIA

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http://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2016/05/sua-conta-de-luz-poderia-ser-ate-27-mais-barata-e-culpa-e-de-quem.html

 

 

ATENCIOSAMENTE

 

Alexandre Kellermann

 

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