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terça-feira, 6 de setembro de 2016

8 erros que podem paralisar o seu desenvolvimento e a sua carreira

Por eu trabalhar em RH há muitos anos, sempre algum amigo me pede uma orientação sobre carreira, dar alguma dicas para conseguir a oportunidade profissional que deseja, ser promovido, etc.

 

Depois de ter conversado com tanta gente nestes anos, percebo algumas situações que se repetem diversas vezes. Bom, não há nada de extraordinário na lista que você vai ler neste post. Porém, ignorar estas ações pode gerar consequências ao longo do tempo. Pode, por exemplo, custar a perda de uma oportunidade interessante na empresa em que você trabalha, paralisar o seu desenvolvimento profissional, tornar impossível a missão de colocar o seu verdadeiro talento em ação, entre outros.

 

Por isso, compartilho uma primeira rodada de ideias simples que qualquer um pode realizar para conduzir sua carreira de uma forma bacana, conectada ao seu propósito de vida pessoal e profissional.

 

1) Desconhecer a sua Marca Profissional

O famoso artigo "The Brand Called You" de Tom Peters na revista Fast Company completou incríveis 18 anos (!!!) em 2015. Se você nunca leu este texto visionário e histórico, clique aqui e não deixe de ler! (em inglês)

 

O artigo era tão à frente do seu tempo que só nos últimos anos alguns dos seus elementos começaram a ser colocados em prática pelas pessoas. Foi um texto tão impactante que inspirou a criação de revistas de Carreira e Autodesenvolvimento como a Você S/A, lançada em 1998.

 

O fato é que mesmo que você não saiba exatamente qual é a sua marca profissional, ela já existe. Sim, mesmo que você não queira. É a sua reputação. É o que as pessoas falam você e o seu trabalho (principalmente quando você não está presente!). Todo contato seu no mundo real e virtual vai produzir a imagem que as pessoas têm de você.

 

A questão principal aqui é que você precisa ter o controle sobre a sua marca profissional. Como fazer isso? Aí já é papo para um outro post. Mas, para começar, não deixe de ler o texto acima do Tom Peters. Já vai dar uma bela ideia da importância disso para a sua carreira. Entretanto, não esqueça que este texto foi escrito em 1997. A Internet estava praticamente engatinhando e as Redes Sociais não existiam... Ou seja, a importância cresceu ainda mais um "pouquinho", certo?

 

2) Não investir no seu autoconhecimento

Como pessoas e profissionais, estamos sempre envolvidos com compromissos. Mas, pare para pensar: quantos destes compromissos são com você mesmo? 

 

Investir no seu autoconhecimento é um verdadeiro trampolim para o seu crescimento pessoal e profissional. Conhecer os seus talentos, as suas preferências, suas qualidades, suas fraquezas e as suas forças ajuda a superar dificuldades na carreira e lhe direcionam para realizar trabalhos e projetos alinhados ao seu propósito na vida.

 

Há inúmeros casos de profissionais que têm uma carreira espetacular, com uma boa remuneração, mas que, no final do dia, sentem que não estão plenamente conectados com o que estão produzindo - por estarem distantes do seu propósito, daquilo que realmente nasceram para fazer. Isso tudo gera estresse, frustração, desinteresse, desengajamento, síndrome do "Fantástico" e até doenças...

 

Eu já escrevi no post "10 habilidades que você vai precisar nos próximos anos" que vamos viver cada vez mais. E é claro que, vivendo mais, a sua carreira também será mais longa. E muita gente não está preparada para este cenário. E o autoconhecimento é a chave para preencher esta lacuna. E o bom é que independe de idade (leia aqui sobre "Os novos 50 anos"). Não é fácil, mas sempre é hora para começar este processo e identificar novos (e felizes) caminhos para a sua vida e para a sua carreira.

 

Um processo completo e real de autoconhecimento pode mudar os rumos de sua carreira. Mas esse processo pressupõe que você vá além das suas percepções individuais. Por isso, confiar apenas no que você acha sobre você mesmo pode ser um tiro no pé. Alguns têm o privilégio de contratar coaches de carreira e até coaches de vida para apoiar nesse processo. Isso seria o ideal, mas não são todos que podem bancar esse investimento. Mas, há alternativas. Você pode ter inputs de outras pessoas de confiança que lhe conhecem e podem lhe falar de forma transparente sobre seus talentos e áreas de oportunidade. E isso não precisa ser feito por meio de um processo ultra formal... Você pode convidar uma pessoa de confiança para almoçar ou tomar um café e trocar ideias sobre aqueles pontos cegos que você provavelmente não vai conseguir enxergar sozinho... Mas que você ofereceu abertura para ouvir mais a respeito.

 

3) Não ter ideia onde você quer chegar

O que você deseja para a sua carreira? Se você não souber onde você pretende chegar, todos os caminhos são possíveis. O problema é que o seu destino pode estar totalmente desconectado dos seus interesses, de suas paixões e suas aspirações de carreira - temas também bastante vinculados ao processo de autoconhecimento. Por isso, saber o que você almeja, onde você quer chegar é essencial. Para ajudar neste processo, responda às perguntas abaixo. As suas respostas podem produzir insights interessantes sobre os seus próximos passos na carreira.

 

a) Se um milagre acontecesse numa noite e você acordasse trabalhando naquilo que você sempre sonhou, o que você estaria fazendo?

 

b) Que tipos de trabalho você se imagina fazendo com prazer? Sim, quais os trabalhos que você executa em que você perde a noção do tempo e do espaço?

 

c) Na última vez que você esteve em uma livraria, qual foi a primeira seção que você foi?

 

d) Quem você admira profissionalmente? Porquê?

 

e) Complete a frase: "Uma coisa que eu faço muito bem é..."

 

Um livro bacana que pode lhe ajudar neste processo de reflexão é o "Como encontrar o trabalho da sua vida" (olha ele aí do lado), que faz parte da série de publicações da fantástica "The School of Life". A escola, criada pelo escritor e filósofo Alain de Botton, é famosa por produzir e compartilhar conhecimento incorporando aspectos da filosofia para o dia-a-dia.

 

O livro trata do desejo universal de todas as pessoas de ter um trabalho realizador, extraindo sabedoria da Sociologia, Psicologia, História e Filosofia. O livro apresenta alternativas para que as pessoas possam lidar com o labirinto de opções à sua volta, explorando as contradições que enfrentamos para ter dinheiro, status e, ao mesmo tempo, fazer algo significativo e que esteja em sintonia com nossos talentos.

 

Se você quiser ler um trecho do livro, clique aqui.

 

4) Não mostrar como suas habilidades podem ajudar a empresa vender mais ou reduzir custos

99% dos currículos que são enviados para as empresas são apenas uma descrição das atividades que a pessoa fez durante a sua carreira. OK, você pode fazer isso, mas o problema é que quase todo mundo também faz a mesma coisa. Isso quer dizer que você ficará no mesmo bolo.

 

Porém, há uma pequena minoria de pessoas que QUER e DESEJA MUITO conquistar aquela oportunidade. O que essas pessoas fazem? Elas vão além. Eles estudam MUITO a empresa em que desejam trabalhar ANTES de enviar o currículo. Sim, ANTES! Quais os principais desafios daquela empresa hoje e no futuro? Como funciona o mercado desta empresa? Quem são seus principais concorrentes? Como a empresa pretende crescer nos próximos anos? Quais os planos de investimento?

 

Além de você ter muito mais informações sobre a empresa, você pode mostrar no seu currículo ou na conversa que você terá com a empresa como suas habilidades e experiências podem contribuir decisivamente para aumentar as vendas ou reduzir os custos. Muita gente só se prepara desta maneira quando consegue uma entrevista. Mas, porque não fazer isso ANTES da entrevista? E dependendo das informações e análises que você terá em mãos, você pode vir a descobrir que nem gostaria de trabalhar naquela empresa.

 

E se você já curte a empresa em que trabalha e busca turbinar a sua carreira, porque não fazer tudo isso hoje, na posição que você ocupa em sua organização? Saiba tudo sobre a sua empresa. O mercado em que atua. Seus principais concorrentes. Seus desafios atuais. Seus problemas. A estratégia é clara: torne-se parte da solução! Como você, em sua função, pode identificar oportunidades para reduzir custos ou aumentar as vendas da sua empresa? Como você pode aperfeiçoar um processo e aumentar a produtividade da sua área? Como você pode se tornar um líder espetacular para a sua equipe? Qual o legado que você vai deixar na passagem pela função que você ocupa na sua empresa? Fazendo mais e melhor, você estará construindo a sua marca.Um profissional de alto desempenho, que faz parte da solução e que transforma problemas em oportunidades para a sua empresa crescer.

 

5) Deixar seu autodesenvolvimento de lado.

Abandonar o seu autodesenvolvimento significa, na prática, que você certamente vai ficar obsoleto – e muito mais rápido do que você imagina. Como você faz para se autodesenvolver?

 

Quando falo autodesenvolvimento, não estou falando necessariamente do formato clássico de formação profissional e acadêmico: cursos, pós-graduações, MBAs, etc. Até porque tem muita gente que tem uma formação acadêmica espetacular, mas que não consegue colocar em ação tudo aquilo que teoricamente aprendeu. Além disso, com a quantidade de recursos que temos hoje com a Internet, as possibilidades são tantas que o mais difícil é escolher por onde começar! Quais são as suas estratégias para o seu autodesenvolvimento?

 

Quantos livros relacionados a sua área profissional você leu este ano?

E livros sobre as áreas que você é apaixonado? Quantos você já leu?

Quantas Revistas de Negócios você lê por mês? E se está sem grana, você segue as páginas destas revistas no Facebook ou no Twitter?

Quantos Blogs de Especialistas você lê, acompanha e contribui com opiniões?

Quem são as pessoas que você segue no Twitter e curte no Facebook para saber mais sobre as inovações em sua área profissional?

Você já fez algum Curso no Coursera? Qual você mais gostou?

Quem são os “Influencers” que você segue no LinkedIn?

Quais os 5 melhores vídeos que você viu na TED nos últimos 6 meses?

Quantas pessoas novas você conheceu nos últimos meses? Ampliar seu modelo mental com pessoas com diferentes experiências também é uma fonte rica de aprendizado!

Quais foram os três últimos Webinars que você participou? Quantos Podcasts sobre a sua área você escuta enquanto vai pro trabalho?

Quais os últimos Ebooks que você baixou e leu?

Você identifica oportunidades de desenvolvimento no seu dia-a-dia profissional? Você tem um mentor?

Você busca apresentar o que você sabe para outras pessoas? Uma das coisas que eu descobri ainda adolescente é que a maneira mais eficiente de aprender é ensinar. Por isso, busque formas de compartilhar o conhecimento que você possui – e como isso pode contribuir para a organização em que você atua, sua família e até para a sociedade. Quantas palestras você realizou esse ano? Como outras áreas da empresa podem se beneficiar do conhecimento que você possui na sua área? Se você é de Operações, que dicas você teria para a área de Marketing e Vendas? Como as suas experiências de vida podem inspirar outras pessoas? Vale a pena começar!

 

6) Não falar, ler e escrever em inglês

É claro que, dependendo da sua profissão, você pode trilhar um caminho profissional brilhante mesmo sem saber inglês. Porém, se você fala, lê e escreve em inglês, você conquista diferenciais importantes para a sua vida pessoal e profissional:

 

Ler livros que podem nem ser lançados no Brasil ou ler os lançamentos primeiro que todo mundo - como estes que estão sendo lançados na Amazon.com.

Assistir a vídeos, cursos e palestras em inglês como estes aqui no Coursera.

Realizar reuniões com outras pessoas de outros países presencialmente ou virtualmente.

Ler blogs de experts na sua área de atuação e conteúdos espetaculares dos "Influencers" no LinkedIn.

Realizar palestras e apresentações em inglês.

Trabalhar em carreiras que envolvem interação com profissionais no exterior ou empresas com presença global.

Participar de Congressos, Eventos e Conferências aqui no Brasil (ou até no Exterior) com palestrantes estrangeiros. Além de entender tudo, quem sabe até conversar com eles após a palestra...

Estabelecer contato com diferentes culturas em viagens internacionais.

 

O mundo cada vez mais hiperconectado vai demandar que você, cada vez mais, saiba falar, ler e escrever muito bem em inglês. Se você puder fazer uma imersão no exterior ou morar fora do Brasil, ainda melhor. Mas, nós sabemos que esta não é a realidade da maioria das pessoas.

 

Se você não tem o privilégio de morar um tempo fora do Brasil, minha recomendação é que você busque um excelente curso o quanto antes. Há excelentes opções. Eu mesmo aprendi inglês aqui no Brasil. Aprender inglês me permitiu, anos mais tarde, conquistar a oportunidade de trabalhar com diferentes culturas ao longo da minha carreira e a liderar equipes distribuídas em diferentes países. Sem o inglês, eu jamais teria tido esta experiência. Falar, ler e escrever muito bem em inglês abre um novo mundo de possibilidades para qualquer profissional.

 

7) Não conseguir descrever o que você faz de forma rápida e objetiva

Imagine que você entra em um elevador e um Diretor ou o CEO da sua empresa pergunte o que você faz? Você conseguiria se apresentar e descrever a sua marca profissional em menos de 30 segundos?  O que você faria? Começaria a falar do cargo que você ocupa, das empresas em que trabalhou, etc?

 

É claro que esta é uma situação fictícia, mas conseguir descrever o que você faz de forma prática e objetiva pode ser bastante útil em situações onde você vai estabelecer uma quantidade muito grande de contatos como, por exemplo, em Congressos, Palestras, Eventos, Cursos e até Entrevistas.

 

Lembre-se: você não é o seu cargo! Falar apenas do seu cargo atual e dos anteriores limita a visão das pessoas para o seu potencial – e restringe o acesso a oportunidades bacanas. Por isso, a resposta para esta pergunta não está no conjunto de atividades que você executa ao longo do seu dia ou executou em diferentes empresas no passado – e sim no que você realmente produz de valor, independente dos cargos que você ocupou em sua vida profissional.

 

8) Manter comportamentos que limitam a sua ascensão na carreira

Procrastinação, Instabilidade Emocional, Egoísmo, Pessimismo, Resistência a Mudanças, Falta de Compromisso, Apatia, Insegurança...  Boa parte das avaliações negativas ou de demissão ocorre não por conta de suas competências técnicas, mas muito mais por comportamentos e atitudes negativas. E estas atitudes, mesmo que não cheguem ao limite de um processo de demissão, podem limitar o desenvolvimento da sua carreira. Por isso, converse com pessoas de sua confiança e que sabem como é o seu comportamento no trabalho. Procure saber se você demonstra comportamentos negativos no trabalho. E busque ajuda para que você possa minimizar e eliminar estas atitudes que certamente limitarão a sua ascensão na carreira.

 

*********

 

Pessoal, dá para escrever um livro sobre esse assunto. Mas, para finalizar, compartilho dois vídeos muito bacanas que podem ser úteis ao longo do seu processo de autoanálise e reflexão sobre as suas preferências e motivações na carreira.

 

O primeiro é uma apresentação de Dan Ariely, filmado no TEDx de Rio da Plata (Argentina). Dan é economista comportamental e apresenta algumas experiências que revelam atitudes interessantes sobre o que nos faz mais felizes e produtivos no trabalho.

 

E o segundo, fala do chamado "estado de fluxo". Nunca ouviu falar? Sabe aqueles momentos em seu trabalho que você se encontra fazendo exatamente o que quer, perdendo a noção do tempo e desejando que não acabe nunca? Neste vídeo gravado na TED, Mihaly Csikszentmihalyi (impossível falar este sobrenome!!!) apresenta a sua descoberta do estado de fluxo - um estado mental em que a pessoa está completamente envolvida e imersa no que está fazendo, que leva o ser humano a encontrar a excelência em sua vida cotidiana.

 

Vale a pena o Play nos dois vídeos!

https://www.linkedin.com/pulse/8-erros-que-podem-paralisar-o-seu-desenvolvimento-e-sua-andr%C3%A9-souza

 

 

Atenciosamente

 

Alexandre Kellermann

 

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