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quinta-feira, 29 de setembro de 2016

A revolução no setor energético

A distribuição de energia passa por uma grande transformação, que envolve redes inteligentes e uso de fontes renováveis com maior economia e eficiência. Essa evolução no setor foi tema do fórum “Smart Grids e Geração Distribuída: Modernização dos Sistemas Elétricos para Maior Competitividade e Eficiência Energética”, realizado pelo jornal O GLOBO em parceria com a Editora Globo. O evento é o quarto da série “Vida Inteligente”, que discute a necessidade de um novo padrão de desenvolvimento tecnológico e econômico no país. A necessidade de implementação da geração distribuída, onde o centro de energia fica próximo dos consumidores, foi unanimidade entre os palestrantes. Segundo eles, esse modelo aumenta a confiabilidade de todo o sistema e promove o uso mais eficiente dos recursos.

 

— No lugar de um megaempreendimento de geração de energia, com linhas de transmissão de até quatro mil quilômetros, a opção é construir várias e pequenas geradoras, próximas aos centros de consumo — afirmou Leonardo Caio, diretor de Tecnologia e Regulação da COGEN (Associação da Indústria de Cogeração de Energia).

 

Com esse sistema, há menor risco de falhas e um consequente aumento da segurança. Além da redução de investimento em longas linhas de transmissão.

 

Segundo Caio, a microgeração de energia vem crescendo rapidamente no Brasil, utilizando principalmente fontes renováveis, com destaque para a biomassa e fotovoltaica. Ele também sinaliza que há espaço para maior participação do gás natural na matriz energética.

 

O uso dessas fontes renováveis já é exemplo em outros países. O gerente de Desenvolvimento de Projetos Especiais da Siemens no Brasil, Paulo Roberto Costa, apresentou o caso de Bangcoc, capital da Tailândia, como um projeto que pode ser replicado. Dezoito instalações formam um anel de geração de energia a base de gás natural, próximas de centros de consumo. As empresas geradoras vendem parte da energia para a distribuidora e negociam o excedente com consumidores industriais no entorno. A prática descentraliza a produção, promovendo uma rede mais confiável e utilizando a eletricidade de forma mais eficiente.

 

— Além disso, é possível alavancar a criação de novos polos de desenvolvimento metropolitanos, com inúmeras vantagens econômicas e sociais — garantiu.

 

Automação e inteligência

 

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O uso de redes elétricas inteligentes (ou Smart Grids) também foi destaque durante o fórum. Esse tipo de distribuição de energia aplica sistemas de Tecnologia da Informação reunindo dados importantes para o bom funcionamento da rede e intervindo caso haja algum problema. O que parece apenas um conceito tecnológico, no entanto, já vem sendo aplicado em Barueri, na Grande São Paulo, por meio de um projeto da AES Eletropaulo.

 

— Entre as vantagens estão a melhor qualidade no fornecimento de energia, o aumento na eficiência do uso de recursos, a redução de perdas e a autogestão do consumo pelos clientes — destaca Maria Tereza Vellano, diretora de Planejamento e Engenharia da AES Eletropaulo. Parte importante do funcionamento adequado dessas novas redes, a instalação de medidores inteligentes de consumo energético ainda engatinha no Brasil.

 

— Os medidores inteligentes permitem gerenciar online o consumo de acordo com a oferta de energia, ajustando o uso de determinados eletrodomésticos em horários que a tarifa seja mais barata — afirmou Sergio Jacobsen, diretor de Digital Grid da Siemens no Brasil. Segundo ele, a parte técnica está avançada, mas as questões econômicas e de regulamentação impedem sua aplicação imediata no Brasil.

 

Não há no país, afirmou ele, a compreensão do impacto sistêmico do Smart Grid, que levaria à redução de perdas, beneficiando consumidores com tarifas mais baixas.

 

— O Smart Grid permite balancear de maneira eficiente e segura o consumo e oferta de energia — disse Jacobsen.

 

A implantação traria mais transparência e dados mais acurados. Hoje, 11% da energia injetada na rede é desperdiçada.

 

Maria Tereza salientou ainda que os problemas para o desenvolvimento do setor estão no custo dos equipamentos, quase todos importados, e maior clareza das regras.

 

São muitos os desafios quando se está diante de transformações em um setor tão fundamental. Sabemos que a geração distribuída e o Smart Grid, realidades que apontam boas soluções, são avanços inevitáveis. É preciso apenas imprimir velocidade à sua implementação e, com isso, melhorar a qualidade de vida em cada lar brasileiro.

 

 

 

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/a-revolucao-no-setor-energetico-20189507#ixzz4LbtCFMGZ

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Atenciosamente

 

Alexandre Kellermann

 

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