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quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Energia que vem do sol

O Instituto Federal de Goiás (IFG), a partir do ano que vem, instalará duas árvo­res solares, que fazem parte da cooperação técnica entre o insti­tuto e a Celg D. As estruturas que imitam a aparência de uma ár­vore contêm placas fotovoltaicas a fim de transformar a luz do sol em eletricidade. Os câmpus de Goiânia e de Itumbiara serão os primeiros agraciados com as pri­meiras unidades, que representa­rão uma economia de energia de 300 KW/h/mês, cada uma.

 

“A economia representada pela instalação de cada árvore deve equivaler ao consumo médio mensal de energia de duas famí­lias, com cerca de quatro pessoas”, afirma o coordenador do projeto no Campi de Goiânia, José Luís Do­mingos. E, de acordo com o econo­mista da Celg D, Adriano Ferreira de Faria, responsável pelos projetos de eficiência energética na empre­sa, cada árvore vai custar R$ 120 mil e a vida útil de cada uma é de apro­ximadamente 20 anos.

 

O economista explica que, além da economia de energia, a árvore solar também contribui para a redução do gasto de gás carbônico (CO2) – são 18.390 Kg do gás por ano -, o que equivale a 10 carros a menos nas ruas e a 110 árvores plantadas. Além disso, ela também representa redução do consumo de água utilizada nas usinas hidrelétricas comuns (eco­nomia de 113,5 milhões de litros). A potência de sistema de cada ár­vore será de 2,6 KWp (potência gerada pelo sistema fotovoltaico).

 

Os termos de Cooperação Téc­nica, um para o campi de Goiânia, e outro para os câmpus de Aná­polis, Aparecida de Goiânia, For­mosa, Inhumas, Itumbiara, Jataí, Luziânia, Valparaíso, Uruaçu e Se­nador Canedo foram assinados na manhã de ontem, dia 5, pelo rei­tor, o professor Jerônimo Rodri­gues da Silva. Pela Celg D/Enel, quem assinou o termo foi a dire­tora de sustentabilidade da Enel nacional, Márcia Massotti.

 

Para o reitor, o Projeto Prioritá­rio de Eficiência Energética e Mi­nigeração no IFG – de instalação de usinas fotovoltaicas e troca de lâmpadas nos câmpus – tem gran­de importância pois teve origem em um trabalho de mestrado feito pelo egresso do IFG, o economis­ta da Celg D, Adriano. “Além da economia, estamos tendo retor­no dos nossos alunos ao termos um egresso voltando à Institui­ção”, comemora Jerônimo. “Redu­zir a conta de energia é a primeira coisa que buscamos. Enquanto ti­vermos parceria, vamos fazer ou­tros projetos. E beneficiamos não só os professores envolvidos, mas toda a cadeia, os estudantes, ser­vidores e todos que frequentam o IFG ”, afirma Adriano.

 

O PROJETO

 

Pelos Termos da Cooperação, o projeto tem previsão de ser exe­cutado durante o ano de 2018, mas com cronograma ainda a ser de­finido. Em todos os câmpus se­rão substituídas 32.140 lâmpadas e luminárias, além da instalação de 3.974 placas solares de 315 Wp cada, 37 inversores e mais os mate­riais necessários. “O que deve gerar uma economia de 80% na conta de energia de todo o IFG”, ressalta o reitor. Na Instituição, já foram ins­talados os sistemas de micro e mi­nigeração solar fotovoltaico, para eficiência energética nos câmpus Itumbiara e Uruaçu.

 

O projeto contempla como um todo cinco frentes de atuação em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D): análise dos impactos téc­nicos nas redes de distribuição de energia em função da inserção da geração distribuída e das ações de eficiência energética; análi­se de viabilidade econômica; de­senvolvimento de tecnologias de conversores eletrônicos (CC-CC e CC-CA) para a conexão e inter­faceamento de sistema FV à rede elétrica, visando a nacionalização das técnicas empregadas nesses dispositivos; estudo e implanta­ção de um sistema completo de captação e tratamento de esgoto e de uma planta piloto para con­versão de energia termoelétrica a partir da utilização do biogás; e es­tudo de telhados/coberturas das edificações no Brasil para instala­ção das estruturas dos painéis FV.

 

O IFG–Câmpus Itumbiara fina­lizou no último mês, a instalação do sistema de geração de ener­gia elétrica por meio da tecno­logia solar fotovoltaica. Ao todo, foram instalados 260 módulos fo­tovoltaicos policristalinos, com capacidade de 70,2 kWp (quilo­-Watt-pico), o que equivale apro­ximadamente ao abastecimento de 70 casas populares.

 

Uma parte da micro usina so­lar (UFV) foi instalada nos telha­dos dos blocos de sala de aulas, e a outra parte no solo, de forma a facilitar o desenvolvimento de au­las práticas e pesquisas científicas, com a participação de alunos, co­munidade e pesquisadores. O sis­tema conta ainda com uma esta­ção meteorológica para o registro de dados de radiação solar, velo­cidade do vento e temperaturas ambiente e dos módulos fotovol­taicos para subsidiar os estudos que alunos e professores realiza­rão ao longo do tempo.

 

Com a instalação do sistema fotovoltaico haverá uma redu­ção significativa de 25% nos va­lores pagos na conta de energia elétrica mensal do Câmpus (que custa em média entre R$ 20 mil e R$ 25 mil por mês). Mas, segun­do os docentes envolvidos no projeto, o maior benefício para a Instituição “será proporcionar a formação de mão de obra es­pecializada, a oferta de cursos de curta duração na área de sis­temas fotovoltaicos e o fortaleci­mento do processo de ensino e aprendizagem através de aulas práticas”, explica o coordenador do curso de especialização em Fontes Renováveis de Energia, professor Sérgio Silva.

 

Ainda no Câmpus Itumbiara, será instalado mais um sistema fotovoltaico de 170 kWp, além das substituições das lâmpadas, pos­sibilitando compensar completa­mente o consumo de energia con­forme estabelecido pela resolução 482/2012 publicado pela Agên­cia Nacional de Energia Elétrica (Aneel) . Tudo isso será possível porque o IFG teve projeto selecio­nado pela Aneel/Celg, na Chama­da de Projeto Prioritário de Efi­ciência Energética e Estratégico de P&D nº 001/2016, comenta o coordenador do projeto, profes­sor Ghunter Paulo Viajante.

 

 

Atenciosamente

 

Alexandre Kellermann

 

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