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segunda-feira, 2 de abril de 2018

Empresa inovadora compartilha energia gerada em usina solar

Compartilhar tem sido uma das principais estratégicas utilizadas por quem pensa no uso sustentável e qualificado da produção de bens e serviços no planeta, pois, desta forma, evita-se o desperdício e se otimiza a sua utilização. E é justamente este o princípio que a Sun Mobi, primeira enertech do Brasil, possibilita para empresas ou pessoas físicas no consumo de energia produzida pelo sol.

Apesar de o Brasil ter enorme potencial para este tipo de geração, menos de 1% da carga utilizada é produzida a partir de sistemas fotovoltaicos. Este é o cenário que a Sun Mobi quer ajudar a mudar ao propiciar que empresas e pessoas físicas optem pela energia solar de maneira simples e prática. Ao invés de o consumidor ter que instalar os painéis na sua casa ou empresa, ele contrata um pacote de créditos de energia, que é gerada e compartilhada pela usina da empresa.

“Se o consumidor paga R$ 30 por mês pela energia recebida da CPFL Piratininga, ele contrata o crédito correspondente a essa carga. Em termos monetários, equivale ao mesmo valor, mas ele tem a vantagem de não pagar taxas relativas às bandeiras tarifárias (amarela e vermelha)”, explica Guilherme Susteras, sócio da Sun Mobi

A bandeira tarifária é cobrada quando é preciso utilizar usinas térmicas, que usam como matéria-prima o gás ou o carvão, que, além de encarecer a conta de luz, são mais poluentes. “Como o cliente já pagou pela carga oriunda de fonte renovável e limpa, ele fica excluído desta cobrança extra”, indica Susteras.

O sistema da empresa permite ainda que o cliente acompanhe seu consumo de energia em tempo real, via smartphone, e estimula a adoção de medidas para melhorar a eficiência energética, reduzindo o montante consumido.

Para conquistar esse mercado, a Sun Mobi obteve financiamento de R$ 294,9 mil da agência Desenvolve SP, instituição do governo paulista que financia o crescimento das pequenas e médias empresas, para a instalação da primeira fase da usina solar Maurício Valter Susteras, localizada em Araçoiaba da Serra (SP).

O projeto deu tão certo que, em menos de seis meses de atuação, a usina comercializou todo o potencial de energia gerada. Agora, a empresa começa a expansão de seu parque para poder atender mais clientes. Só na primeira fase, a geração deve evitar a emissão de 216 toneladas de CO2 ao longo da sua vida útil, estimada em 25 anos. Esse montante equivale às emissões de um automóvel a gasolina que percorra 853 mil km ou cerca de 20 voltas ao redor da terra.

 

Para Álvaro Sedlacek, diretor Financeiro e de Negócios da Desenvolve SP, a preocupação com o meio ambiente já não é apenas um diferencial de mercado, mas uma questão de sobrevivência tantos das empresas como das futuras gerações. “As empresas já perceberam que é possível adquirir mecanismos mais econômicos e, ao mesmo tempo, ambientalmente responsáveis”, diz. Nesse sentido, avalia o executivo, modelos de negócio como o da Sun Mobi passarão a ter cada vez mais espaço no mercado.

“Há muitas empresas de médio e grande porte, por exemplo, que se interessam pela locação de energia. O empreendedor que souber identificar quem são essas empresas e pensar em como ajudá-las a obter eficiências, substituindo custos fixos por variáveis, terá um grande diferencial no mercado”, avalia.

Ser amigo do meio ambiente traz lucros

Mais do que se adequar a um “discurso recorrente no mercado” hoje em dia, o empresário que tiver consciência socioambiental irá aumentar seu lucro através da diminuição de custos. A avaliação é de Dorli Terezinha Martins, consultora do Sebrae-SP. Para conquistar esse ganho, não necessariamente é preciso vultosos investimentos, observa a consultora. “Pequenas mudanças são capazes de promover grandes economias”, diz Dorli.

O mesmo ocorre com ações para eficiência energética. Ela lembra que, há alguns anos o Sebrae lançou um programa de gestão ambiental, que foi aplicado em mais de 600 empresas no Estado. Neste programa, com apenas o incentivo da reavaliação do tipo de fiação elétrica utilizada na empresa, em média, os empresários economizaram em torno de 30% nos gastos com eletricidade. Outros exemplos de atitudes simples promovem retorno interessante, pontua a consultora: aproveitamento da iluminação natural, otimização do uso do ar condicionado, melhor aproveitamento da ventilação natural e troca das lâmpadas por unidades de LED são algumas opções. “Até quatro anos atrás, trocar lâmpadas por de LED era considerado um investimento, mas, hoje, houve um barateamento muito grande deste produto, que é sim extremamente eficiente”, comenta. “A troca de pintura da parede por cores mais claras também promove melhor aproveitamento da iluminação”, complementa Dorli. São pequenas modificações que propiciam interferência de resultado direto na redução de custos, e que não necessariamente o empresário precisa colocar a mão no bolso.

“É preciso desmistificar que sustentabilidade é coisa de grande empresa e que precisa de investimento caríssimo”, avalia a consultora do Sebrae-SP. “O empresário precisa abrir sua cabeça e entender que a responsabilidade socioambiental está intrinsicamente ligada à redução de custos”, conclui.

https://www.dci.com.br/especiais/empresa-inovadora-compartilha-energia-gerada-em-usina-solar-1.695168

 

 

Atenciosamente

 

Alexandre Kellermann

 

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