Bárbara Silva 25.11.2018 / 07:00 O governo garante que preço vai descer 3,5% em 2019. O ministro do Ambiente recomenda rever a potência contratada para aproveitar descida do IVA. A seguir Pagar menos pela luz? Famílias têm de baixar potência contratada, diz governo Mais Vistas DINHEIRO Estes brinquedos dos anos 80 e 90 podem hoje valer uma fortuna DESPORTO É assim que Ronaldo gasta os milhões que ganha RIQUEZA As 30 pontes mais caras do mundo. Uma está em Portugal TECNOLOGIA Estas casas poderão ser vendidas por 3 mil euros TECNOLOGIA Conheça os gadgets com as melhores promoções nesta Black Friday "A maioria dos portugueses não sabe qual a potência contratada [de eletricidade] que tem em casa. E a que tem não corresponde a uma escolha informada, mas a uma decisão do comercializador de energia elétrica", defende João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente e da Transição Energética. O novo titular da pasta da Energia não só sabe qual é a potência contratada de sua casa (3,45 kVA), como partilhou essa informação para tentar colocar um ponto final na polémica que começou há quase duas semanas no Parlamento. No debate sobre o Orçamento do Estado, o ministro exortou os portugueses a baixarem dos 6,9 kVA para os 3,45 kVA para poderem usufruir da redução da taxa de IVA de 23% para 6% que está prevista para o termo fixo da fatura em 2019. Uma poupança mensal que a consultora Deloitte já avaliou em menos de dois euros e que abrange apenas os três primeiros níveis de potência dos 13 existentes. Ou seja, cerca de três milhões (quase metade) do universo de clientes de baixa tensão em Portugal. A Deco também fez as contas e garante que com esta medida as famílias vão pagar apenas menos 10 euros por ano na sua fatura energética (80 cêntimos/mês). João Pedro Matos Fernandes começou por defender que uma família de quatro pessoas pode viver "confortavelmente" com uma potência contratada de 3,45 kVA, e assim dar um bom exemplo de eficiência energética, mas emendou depois o exemplo "pouco fundamentado". No entanto, deixou o pedido: "Saibam qual a potência contratada que têm em casa, avaliem se se ajusta ao perfil de consumo dos vossos, e façam a gestão mais inteligente da disponibilidade elétrica que contratarem". Para começar, a potência contratada define o valor máximo de eletricidade que a instalação elétrica de uma casa pode receber e, assim, determina o número de equipamentos elétricos que podem estar ligados ao mesmo tempo. No mercado residencial, as potências mais comuns variam entre os 3,45, 4,6, 5,75 e 6,9 kVA. Para escolher a mais acertada para cada caso, devem ser tidos em conta vários fatores: o tamanho da casa, o número de pessoas que lá vivem, a potência dos eletrodomésticos e o número de horas de utilização diária. A potência contratada pode até ser sugerida pelo comercializador de eletricidade, mas a palavra final cabe ao consumidor. Em caso de dúvida, pode sempre solicitar uma auditoria energética independente. Se a potência for demasiado elevada para as necessidades do agregado familiar, o cliente estará a pagar um valor excessivo pelo termo fixo da fatura (definido por cada empresa comercializadora), mas se a opção for por uma potência mais baixa e o quadro estiver sempre a "ir abaixo" é sinal que precisa ser aumentada. No entanto, saiba que esta decisão pode exigir uma revisão da tarifa contratada e trazer custos acrescidos. Em alternativa, pode manter a mesma potência mas terá de fazer uma gestão ultra rigorosa dos aparelhos a funcionar em simultâneo. "O Governo não está a pedir às famílias portuguesas que sejam mais eficientes do ponto de vista energético. Está a pedir-lhes que abdiquem de qualidade de vida e de conforto", argumenta a Deco. Com os 3,45 kVA sugeridos pelo ministro é possível ter a trabalhar o frigorífico, uma máquina de lavar (roupa ou louça), uma televisão e um computador. Com 4,6 kVA pode adicionar mais uma televisão, o microondas ou o aquecimento. Com 5,75 kVA já é possível ligar o forno em paralelo, ter até três televisões e dois computadores. Nos 6,9 kVA junta-se mais uma arca congeladora, uma placa de indução na cozinha e dois aquecedores. Deco apresenta quatro ideias para baixar a potência da energia Ao escolher a potência contratada, deverá ter em consideração a classe energética dos equipamentos (quanto melhor a classe energética, mais eficientes e menor o consumo) e o número de equipamentos que são necessários ligar em simultâneo para a realização das tarefas diárias, recomenda o portal Poupa Energia. Já Deco deixa quatro sugestões para quem esteja a ponderar mudar para os 3,45 kVA. – Lavar a roupa ou a louça? De acordo com a Deco, com uma potência contratada de 3,45 kVA não é possível ter as duas máquinas de lavar – louça e roupa – a trabalhar ao mesmo tempo, já que para isso são necessários 3 a 4 kW de potência. Um kW é igual a 1000W, cerca de 1 kVA. Ou seja, se costuma programar estes aparelhos para trabalharem em simultâneo de noite e assim aproveitar os preços mais baixos da tarifa bi-horária, esqueça este nível de potência mais reduzido. – Quando o quadro "vai abaixo" O cenário é familiar: o jantar está a assar no forno e alguém liga o jarro elétrico ou o secador de cabelo, o disjuntor dispara e o quadro "vai abaixo". Isto acontece, explica a associação de defesa do consumidor porque os aparelhos elétricos mais potentes – forno, secador de cabelo, jarro elétrico, termoventilador, aspirador, torradeira, micro-ondas, termoacumulador ou ar condicionado – gastam cerca de 2,8 kW e por isso não podem ser ligados em paralelo com 3,45 kVA. – Aquecer a casa ou cozinhar? Quando o assunto é aquecimento da casa, uma caldeira a gás é menos eficiente do que um ar condicionado, mas a segunda opção exige pelo menos 2 kW de potência. "Sobra 1 kW para o frigorífico, a televisão, a iluminação e a box da TV, mas já não pode ligar o forno, nem o micro-ondas", diz a Deco. – Placa ultrapassa potência Ter uma placa de indução na cozinha pode ser apelativo, até porque é a forma mais eficiente de cozinhar, mas com duas panelas "ao lume", no máximo, este equipamento gasta 3,6 kW, mais do que os 3,45 kVA sugeridos pelo governo. Por outro lado, diz a Deco, para carregar um carro elétrico também são necessários 3,5 kW.
Sandro Geraldo Bagattoli
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