Será que os negócios estão realmente se beneficiando com o BYOD (bring your own device – traga seu próprio aparelho)?
A ideia é simples: funcionários usam seus celulares e tablets para trabalhar e empregadores economizam dinheiro. Mas a realidade é mais complexa – e cara – do que as empresas podem esperar.
Aparelhos custam em média somente 10% das despesas em mobilidade de uma empresa, ou seja, não é uma economia tão grande assim o fato dos funcionários usarem seus aparelhos.
Pior ainda, os 90% restantes dos gastos, que são referentes a voz e dados, suporte, desenvolvimento e software geralmente aumentam quando não se beneficia do poder de compra corporativo.
Também deve-se considerar os riscos no caso de um aparelho ser perdido contendo dados importantes. Dos 7 milhões de smartphones perdidos todo ano, somente 7% são recuperados.
Segurança também é importante, segundo Gartner Research, em 2014 mais da metade dos aparelhos de posse dos funcionários estará infectada com algum tipo malware, e as empresas que bancam uma parte ou o total dessas despesas terá de contabilizar esses custos inesperados.
Com isso, a política de BYOD pode custar mais à sua empresa do que economiza. O grande beneficiado é o funcionário, que não precisa barganhar nem decidir o que é melhor para a empresa.
Ainda assim, a tendência BYOD não irá embora. A pesquisa Gartner faz uma projeção para 2018, aonde 70% dos funcionários irão realizar seus trabalhos em dispositivos móveis.
Um estudo no Reino Unido mostra que um terço dos funcionários pensaria em sair do emprego se não fosse permitido a eles usarem seus próprios aparelhos no trabalho.
O que o BYOD parece representar até então é uma equação desigual a favor dos funcionários, que estão felizes por poderem usar seus aparelhos favoritos para receber os e-mails da empresa. Mas isso não é satisfatório para as firmas, lembremos que 90% da utilização de smartphones consiste em e-mail, calendário, agenda, personal banking, compromissos familiares, redes sociais, e nada muito além disso.
Afinal, BYOD vale o investimento corporativo? Tudo depende da empresa e da estratégia. Companhias devem implementar soluções maduras, que consideram o uso de aplicativos específicos, estabelecem uma governança e a responsabilidade por parte dos funcionários pelos custos e propriedade para criar um ambiente BYOD saudável.
BYOD deve representar a liberdade de escolha, os profissionais de TI hoje reconhecem a necessidade de trabalhar diretamente com usuários ao invés de lhes impor procedimentos e sistemas. BYOD é uma expressão do nosso mundo, que está se tornando mais democrático e engajado.
Estamos presos na questão da infraestrutura. É fato que as questões de segurança, como perda e o uso indevido de dados devem ser superadas.
Medidas como restrição a dados, acesso remoto pela empresa e políticas de privacidade fazem parte da estratégia madura como mencionado.
O principal objetivo é a realização do trabalho proposto, os funcionários não querem complicações, eles buscam conveniência e independência, assim como acessibilidade e comunicação com a área de TI. Por exemplo, uma grande tendência são os dados mantidos na nuvem, há uma total integração com aplicativos conhecidos, como o pacote Office, dessa forma não há custos com ferramentas e nem desperdício de tempo para novos aprendizados, uma excelente forma da empresa escolher o que será compartilhado e assegurar suas informações.
Três práticas saudáveis que podem ser adotadas em BYOD:
1 – Proporcionar mobilidade corporativa – O trabalho precisa ser feito, e os dispositivos estão aí para auxiliar no contato com o cliente, seja em vendas, marketing ou em funções administrativas.
2 – O TI precisar abrir portas – Ao invés de amarrar os usuários em protocolos e sistemas, ele deve proporcionar soluções acessíveis em ferramentas já conhecidas, trata-se de inovar com o que já é conhecido, usando estratégias inteligentes.
3 – Inovar sem complicação – Os métodos e ferramentas precisam ser absorvidos pelos funcionários, não deve haver perda de tempo em processos. Não importa se uma ferramenta será da Microsoft, ou da Google, e sim sua funcionalidade e praticidade. Não devemos nos esquecer que o resultado é o mais importante.
Em suma, o novo modelo de BYOD deve se estabelecer no ponto aonde os interesses da empresa e funcionário se encontram, onde a experiência, soluções e colaboração são relevantes para ambos os lados, para que o trabalho seja eficaz e descomplicado.
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