Nos últimos 30 dias demanda por energia cresceu 30%
Por Gabriel Ribeiro, para o TechTudo
Não é só o preço do Bitcoin que aumenta a cada dia. Conseguir um fragmento da criptomoeda também está consumindo cada vez mais eletricidade. Uma pesquisa da Power Compare, consultoria do Reino Unidos especializada em comparação de preços do setor, detalhou o crescimento da demanda envolvendo a mineração da moeda digital. Foi descoberto que fazer a blockchain do atual montante de Bitcoin funcionar gasta mais energia do que 159 países.
A estimativa é de que a mineração de Bitcoin consuma ao todo 29,05 TWh por ano, o que dá cerca de 0,13% da demanda global por energia. Minerar já gasta mais eletricidade que Irlanda, Croácia, Uruguai e Equador. Na África, apenas três países consomem mais: Egito, África do Sul e Argélia (países em cinza, no mapa abaixo).
A eletricidade é um dos maiores custos para quem pretende minerar a criptomoeda. Como mais pessoas têm se interessado no Bitcoin, está cada vez mais difícil conseguir um fragmento, já que a blochchain é programada para aumentar a dificuldade conforme a demanda. Com isso, é exigido mais potência das máquinas ligadas ao "nó" e, consequentemente, mais energia é gasta.
Conseguir minerar utilizando um computador comum é quase impossível. Hoje existem máquinas específicas para isso. As chamadas ASICs possuem um poder computacional maior, já que podem trazer várias placas de vídeo dedicadas. Muitas GPUs ligadas ao mesmo tempo, mais consumo de eletricidade.
Já gasta mais energia do que 20 países da Europa
Para comparação, nos últimos 30 dias, quando o Bitcoin chegou a bater a casa dos R$ 25 mil, houve um aumento de 30% no consumo dos computadores ligados à rede. Se mantiver esta taxa de crescimento, em 2018 a atividade de mineração vai gastar mais eletricidade do que o Reino Unido — hoje, já gasta mais do que 20 países da Europa. Em 2020, consumiria mais do que todos os países do mundo.
O Brasil está em oitavo no ranking dos que mais gastam eletricidade. A atividade de mineração da moeda digital consome o equivalente a 5,61% da demanda brasileira. Segundo a Power Compare, se todas as máquinas ligadas a blockchain do Bitcoin fossem uma nação, este país fictício ocuparia o 61º lugar no consumo.
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