Administrar uma prestadora de serviços essenciais no Brasil, seja uma concessionária de energia elétrica, seja de água, é um dos melhores negócios. Não há riscos, mas sempre há demanda.
Para não acabar com o otimismo antes do início de 2018, o governo federal, por meio de sua política da área energética, tem se esforçado para dar as más notícias ainda neste final de dezembro, antes da virada do ano. Será assim com a tarifa de energia elétrica, que deve fechar 2017 com alta de 14%, e subir mais 9,4% nos próximos 12 meses. Muito para quem vê, a cada dia, o custo desse serviço essencial ser cada vez maior.
É muito difícil aceitar a justificativa dos órgãos governamentais, que insistem em atribuir o aumento às perdas com os períodos de estiagem do último ano, e a encargos sociais. Este tipo de argumentação talvez convença acionistas de empresas como a Eletrobrás - em via de ser privatizada - e de outras companhias energéticas, mas não convence os consumidores.
Os aumentos constantes da energia elétrica são extremamente danosos e prejudiciais à economia, e integram um monopólio que "estrangula" pessoas físicas ou jurídicas. Administrar uma prestadora de serviços essenciais no Brasil, seja ela uma concessionária de energia elétrica, seja de água e esgoto, é um dos melhores negócios do Planeta Terra no momento. Qual empresário não gostaria de receber apoio governamental para melhorar seu serviço, deter a exclusividade de fornecimento em determinadas áreas, e atuar em um segmento em que a demanda é natural? Não há necessidade de criar a necessidade do consumo. Pois bem, é assim com quem entrega água e energia elétrica no Brasil. Não há riscos.
O risco, é importante lembrar, é um dos fundamentos da economia de mercado. É a combinação das chances reais de se perder, com a possibilidade de lucrar que move as engrenagens do Capitalismo. É difícil existir crescimento em zona de conforto. Quem empreende fora das concessões públicas sabe disso.
Daí a incoerência. Como as perdas - não muito claramente comprovadas - com o período de estiagem, encargos sociais (obrigação não só das elétricas, mas de todas as empresas), interferem tão fortemente em um negócio praticamente monopolizado? Todas estas justificativas fariam mais sentido se houvesse concorrência no setor. Se o consumidor pudesse escolher qual prestadora de serviço essencial prefere em sua casa. Não é assim no Brasil. Concorrência, ainda que muito pequena, há somente no setor telefônico, ou para os grandes consumidores de energia.
O cenário, de altas sucessivas na energia elétrica, só mostra que o modelo das agências reguladoras faliu. Porque o que se percebe é que não há regulação nenhuma. O consumidor é quase sempre esquecido, e as concessionárias se comportam como qualquer outra empresa da bolsa de valores, embora estas mesmas companhias não sejam como suas colegas de mercado financeiro.
Países da União Europeia, como o Reino Unido, já repensam a fórmula de alguns serviços essenciais à iniciativa privada. É muito difícil atingir uma equação de equilíbrio que envolva a meta constante da universalização destes serviços, como energia elétrica e água, e a necessidade de rentabilidade de qualquer prestador de serviços.
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