O Instituto Federal de Goiás (IFG), a partir do ano que vem, instalará duas árvores solares, que fazem parte da cooperação técnica entre o instituto e a Celg D. As estruturas que imitam a aparência de uma árvore contêm placas fotovoltaicas a fim de transformar a luz do sol em eletricidade. Os câmpus de Goiânia e de Itumbiara serão os primeiros agraciados com as primeiras unidades, que representarão uma economia de energia de 300 KW/h/mês, cada uma.
“A economia representada pela instalação de cada árvore deve equivaler ao consumo médio mensal de energia de duas famílias, com cerca de quatro pessoas”, afirma o coordenador do projeto no Campi de Goiânia, José Luís Domingos. E, de acordo com o economista da Celg D, Adriano Ferreira de Faria, responsável pelos projetos de eficiência energética na empresa, cada árvore vai custar R$ 120 mil e a vida útil de cada uma é de aproximadamente 20 anos.
O economista explica que, além da economia de energia, a árvore solar também contribui para a redução do gasto de gás carbônico (CO2) – são 18.390 Kg do gás por ano -, o que equivale a 10 carros a menos nas ruas e a 110 árvores plantadas. Além disso, ela também representa redução do consumo de água utilizada nas usinas hidrelétricas comuns (economia de 113,5 milhões de litros). A potência de sistema de cada árvore será de 2,6 KWp (potência gerada pelo sistema fotovoltaico).
Os termos de Cooperação Técnica, um para o campi de Goiânia, e outro para os câmpus de Anápolis, Aparecida de Goiânia, Formosa, Inhumas, Itumbiara, Jataí, Luziânia, Valparaíso, Uruaçu e Senador Canedo foram assinados na manhã de ontem, dia 5, pelo reitor, o professor Jerônimo Rodrigues da Silva. Pela Celg D/Enel, quem assinou o termo foi a diretora de sustentabilidade da Enel nacional, Márcia Massotti.
Para o reitor, o Projeto Prioritário de Eficiência Energética e Minigeração no IFG – de instalação de usinas fotovoltaicas e troca de lâmpadas nos câmpus – tem grande importância pois teve origem em um trabalho de mestrado feito pelo egresso do IFG, o economista da Celg D, Adriano. “Além da economia, estamos tendo retorno dos nossos alunos ao termos um egresso voltando à Instituição”, comemora Jerônimo. “Reduzir a conta de energia é a primeira coisa que buscamos. Enquanto tivermos parceria, vamos fazer outros projetos. E beneficiamos não só os professores envolvidos, mas toda a cadeia, os estudantes, servidores e todos que frequentam o IFG ”, afirma Adriano.
O PROJETO
Pelos Termos da Cooperação, o projeto tem previsão de ser executado durante o ano de 2018, mas com cronograma ainda a ser definido. Em todos os câmpus serão substituídas 32.140 lâmpadas e luminárias, além da instalação de 3.974 placas solares de 315 Wp cada, 37 inversores e mais os materiais necessários. “O que deve gerar uma economia de 80% na conta de energia de todo o IFG”, ressalta o reitor. Na Instituição, já foram instalados os sistemas de micro e minigeração solar fotovoltaico, para eficiência energética nos câmpus Itumbiara e Uruaçu.
O projeto contempla como um todo cinco frentes de atuação em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D): análise dos impactos técnicos nas redes de distribuição de energia em função da inserção da geração distribuída e das ações de eficiência energética; análise de viabilidade econômica; desenvolvimento de tecnologias de conversores eletrônicos (CC-CC e CC-CA) para a conexão e interfaceamento de sistema FV à rede elétrica, visando a nacionalização das técnicas empregadas nesses dispositivos; estudo e implantação de um sistema completo de captação e tratamento de esgoto e de uma planta piloto para conversão de energia termoelétrica a partir da utilização do biogás; e estudo de telhados/coberturas das edificações no Brasil para instalação das estruturas dos painéis FV.
O IFG–Câmpus Itumbiara finalizou no último mês, a instalação do sistema de geração de energia elétrica por meio da tecnologia solar fotovoltaica. Ao todo, foram instalados 260 módulos fotovoltaicos policristalinos, com capacidade de 70,2 kWp (quilo-Watt-pico), o que equivale aproximadamente ao abastecimento de 70 casas populares.
Uma parte da micro usina solar (UFV) foi instalada nos telhados dos blocos de sala de aulas, e a outra parte no solo, de forma a facilitar o desenvolvimento de aulas práticas e pesquisas científicas, com a participação de alunos, comunidade e pesquisadores. O sistema conta ainda com uma estação meteorológica para o registro de dados de radiação solar, velocidade do vento e temperaturas ambiente e dos módulos fotovoltaicos para subsidiar os estudos que alunos e professores realizarão ao longo do tempo.
Com a instalação do sistema fotovoltaico haverá uma redução significativa de 25% nos valores pagos na conta de energia elétrica mensal do Câmpus (que custa em média entre R$ 20 mil e R$ 25 mil por mês). Mas, segundo os docentes envolvidos no projeto, o maior benefício para a Instituição “será proporcionar a formação de mão de obra especializada, a oferta de cursos de curta duração na área de sistemas fotovoltaicos e o fortalecimento do processo de ensino e aprendizagem através de aulas práticas”, explica o coordenador do curso de especialização em Fontes Renováveis de Energia, professor Sérgio Silva.
Ainda no Câmpus Itumbiara, será instalado mais um sistema fotovoltaico de 170 kWp, além das substituições das lâmpadas, possibilitando compensar completamente o consumo de energia conforme estabelecido pela resolução 482/2012 publicado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) . Tudo isso será possível porque o IFG teve projeto selecionado pela Aneel/Celg, na Chamada de Projeto Prioritário de Eficiência Energética e Estratégico de P&D nº 001/2016, comenta o coordenador do projeto, professor Ghunter Paulo Viajante.
Atenciosamente
Alexandre Kellermann
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