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sábado, 18 de fevereiro de 2023

Veja por que o Brasil já é o segundo maior produtor de energia limpa

Com quase 50% de energia renovável em sua matriz energética, o Brasil já responde por 10% de todos os empregos verdes no mundo, ocupando a segunda colocação entre os maiores empregadores da indústria de biocombustíveis, solar, hidrelétrica e eólica.

 

Cada vez mais em evidência, a energia solar vem chamando atenção por seus benefícios, principalmente a longo prazo. Vantagens como as de ser uma fonte de energia renovável, que ajuda a reduzir a dependência de combustíveis fósseis – como petróleo e gás, por exemplo – essa energia alternativa é importante para a segurança energética e para a redução da emissão de gases de efeito estufa. Somente nos últimos 150 dias de 2022, ela teve um ritmo de crescimento superior a 1 GW por mês, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica (Absolar). Devido a esses benefícios, é esperado que a energia do sol se torne cada vez mais importante como fonte energética nos próximos anos, já que atualmente equivale a 11,2% da energia elétrica do País. A tendência é de crescimento e maior participação no mix energético global, tornando-se a mais utilizada em 2050, superando as hidrelétricas que, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), têm hoje cerca de 109,7 GW.

 

Segundo o economista Oliver Azuara, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Brasil tem uma vantagem competitiva em relação a outros países e pode se beneficiar dessa transição energética. Na geração solar, o número de empregos era de 170 mil no ano passado e vai ultrapassar 200 mil em 2023. Só na geração eólica, serão 35 mil novos postos de trabalho anuais. “O BID projeta que o Brasil terá um aumento significativo na geração de energia eólica e solar, o que é animador para a nossa economia, sendo uma tendência positiva. Elas indicam crescimento acelerado na indústria de energia renovável, aumentando e gerando significativamente novos postos de trabalho”, avalia Fernando Galeazzi, gerente nacional de expansão da empresa Otto Energy.

 

Geração solar: 200 mil postos são previstos para 2023

O benefício de ‘enverdecer’ a economia brasileira será maior do que em qualquer parte do mundo. Isso porque, o potencial de crescimento das fontes renováveis, ao contrário de outras partes do mundo, ainda é muito alto no País. De acordo com a Absolar, desde 2012 a fonte solar já trouxe ao Brasil cerca de R$ 125,3 bilhões em novos investimentos, o que significou mais de R$ 39,4 bilhões em arrecadação aos cofres públicos, gerando ainda mais de 750,2 mil empregos acumulados. Com isso, também evitou a emissão de 33,4 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade. Desde 2012, as grandes usinas solares já trouxeram ao País cerca de R$ 36,9 bilhões em novos investimentos e mais de 233 mil empregos acumulados, além de proporcionarem uma arrecadação de impostos que supera R$ 12 bilhões.

 

Já no setor eólico, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), a energia offshore (em alto-mar) nem começou a ser explorada ainda, mas tem potencial de produzir 700 mil MW no País. Cada MW de energia offshore gera de 11 a 34 por MW. Na eólica convencional, em terra, esse número é um pouco menor: 10,7 empregos por MW instalado. A expectativa é de que, nos próximos dez anos, o setor acrescente no mínimo três mil novos MW por ano; em 2022 foram 4,06 mil MW, o que significa cerca de 32 mil novos postos de trabalho anuais.

 

Na visão de Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar, o crescimento acelerado da energia limpa é tendência mundial. “O Brasil possui um dos melhores recursos solares do planeta, o que abre uma enorme possibilidade para a produção do hidrogênio verde (H2V), mais barato do mundo”, diz. Segundo estudo da consultoria Mckinsey, o Brasil poderá ter uma nova matriz elétrica inteira até 2040, destinada à produção do H2V (hidrogênio verde).

 

Geração eólica: 35 mil novos postos anuais

Apesar de as novas fontes serem as que mais acrescentam postos de trabalho hoje em dia, em termos consolidados são os biocombustíveis e as hidrelétricas que empregam mais trabalhadores no Brasil, segundo a Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena). “O Brasil é o maior produtor global de cana, fortalecendo a posição do País na exportação de biomassa e biocombustíveis. Incentivar o uso dessa fonte de energia é outra ação importante para que o Brasil aproveite a sua vantagem competitiva”, destaca o economista Rica Mello.

 

Atualmente, dos 1,27 milhão de empregos verdes gerados no País, 68% vêm da indústria de combustíveis sustentáveis e 14%, das usinas hídricas – duas áreas tradicionais no setor energético desde os anos 60 e 70. O potencial de investimento do produto é de US$ 200 bilhões até 2040. “O Brasil tem uma vocação de produção de energia limpa, que vem da nossa matriz energética, parte dela baseada na produção de elétrica e também na nossa forte vocação para o etanol. Existe uma tendência de crescimento de fato, tanto que a própria Petrobras fala em focar também na produção desse tipo de energia”, resume Renan Pieri, professor de economia da FGV-EAESP. O Brasil caminha para liderar a economia verde no mundo.

https://istoe.com.br/a-economia-verde-esta-bombando/

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