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quarta-feira, 3 de março de 2010

TI Verde 2.O: no caminho sustentável

A TI Verde, irmã caçula do conceito de ecoeficiência – termo cunhado ainda na década de 80 do século passado, e que prega o uso eficiente dos recursos naturais – é algo que passou a ser usado com freqüência nos últimos três ou quatro anos pelo setor de TI. Primeiro ligado a equipamentos mais econômicos em termos de consumo de energia e depois com um sentido um pouco mais amplo, uma forma de melhor utilização dos recursos naturais – energia e água principalmente.

Isso se materializou em ações como: virtualização e confinamento de servidores, utilização de máquinas com menor consumo de energia, gerenciamento mais eficiente da refrigeração dos data centers, aquisição de equipamentos de controle do ambiente etc. Algo que todos sabem ou deveriam saber. Porém, essas iniciativas são apenas um primeiro passo rumo a um ambiente efetivamente verde ou sustentável. De uma forma ou de outra, o movimento é tardio e vem sendo puxado por algo maior e mais difundido: o conceito de sustentabilidade, reflexo dos problemas decorrentes do aquecimento global.

“O conceito clássico da Organização das Nações Unidas (ONU) é que sustentabilidade é a possibilidade das gerações futuras utilizarem os recursos naturais, que seriam preservados. Cada um adaptou ao seu bel prazer e ele pode ser traduzido desde qualidade de vida até o produto que gasta menos energia”, argumenta Mario Mantovani, diretor de mobilização da SOS Mata Atlântica. Uma dessas adaptações livres é a que gerou a TI Verde.

Para estabelecer uma comparação entre TI Verde e um ambiente sustentável, o chamado projeto Big Green, como foi batizado pela IBM, consiste em cinco etapas: diagnóstico das instalações existentes, construção de data centers eficientes, virtualização, gestão de energia e refrigeração eficiente. Já os quatro pilares da sustentabilidade mais utilizados pregam: ser ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito. Ou seja, os objetivos são bem distintos entre eles.

O Big Green é um projeto interno da IBM e consiste na modernização da infraestrutura da companhia buscando maior competitividade, ao mesmo tempo em que deseja reduzir o impacto ambiental. “Desde 1990 até 2007 a IBM já havia reduzido suas emissões de carbono em 42%. Com o Big Green pretendemos reduzir mais 12% de 2007 a 2011. Ao mesmo tempo em que dobraremos nossa infraestrutura, não aumentaremos nenhum metro quadrado de data center nem consumirmos KWh adicionais de eletricidade”, garante Roberto Diniz, executivo de otimização de TI da IBM. O projeto é ainda o braço prático da visão estratégica macro chamada de “Planeta Inteligente”.

O velho e o novo

Na interseção de TI Verde e sustentabilidade estão ações que muitas empresas do setor nem sequer falam, muito menos fazem: mensurar quais as emissões de carbono geradas pelo data center ou pelo uso de TI, qual o destino para o descarte de equipamentos obsoletos ou ainda o investimento em soluções alternativas, renováveis e próprias de energia para seus data centers.

Entre os temas acima, a obsolescência é algo que pode até fazer parte das políticas de sustentabilidade, mas na maioria dos casos não é totalmente conectado à TI Verde. Como lembra Mantovani: “a cada semana, uma nova máquina ou acessório nos deixa com os olhos brilhando e esquecemos da “pegada ecológica” resultante do descarte das máquinas “antigas” – que podem ser até mesmo da semana passada”.

O reaproveitamento ou o descarte de equipamentos é um problema no Brasil e no mundo. “Temos um parque de computadores Pentium 3 e deixamos à disposição para nossos clientes ou mesmo realocamos em ONGs, mas é uma operação complicada”, relembra Antonio Carlos Pina, diretor de tecnologia da Alog Data Centers. Já a IBM recicla seu lixo eletrônico há muitos anos e, inclusive, possui ofertas que incluem esse serviço para os clientes. O centro de descarte técnico de produtos de informática, que realiza esse trabalho, fica em Hortolândia, no estado de São Paulo.

Ser sustentável ainda não é padrão. O que move os projetos de TI Verde por enquanto é a boa e velha economia nas contas. “É o que direciona os projetos, ninguém toma decisão apenas pela sustentabilidade”, admite Helton Capella, diretor de marketing para América Latina da APC, fabricante de equipamentos de energia para data centers. Pensamento que é corroborado por Pina, da Alog: “pode parecer egoísta, porém não é. Agregado à possibilidade de economia de dinheiro, a energia não consumida pode evitar a construção de novas hidrelétricas”, argumenta.

Novos ares

No entanto, dados da Pesquisa Symantec 2009 sobre TI Verde (veja mais detalhes no Box Aqui e no mundo) mostram que os executivos de TI também começam a ver a iniciativa como uma forma de responsabilidade socioambiental, mesmo que por imposição. Entre as respostas para os principais fatores dos projetos foram citados: a redução do consumo de energia elétrica (90%); diminuição dos custos com resfriamento (87%); e o fato de o mercado cada vez mais exigir que as empresas sejam “verdes” (86%).

“Ao longo dos últimos 12 meses, o segmento de TI surgiu como uma nova força para a implementação de iniciativas verdes – não apenas pelos benefícios financeiros gerados pela economia de energia, mas também pelo desejo cada vez maior das empresas de ter práticas ambientalmente responsáveis”, declara Jose Iglesias, vice-presidente de soluções globais da Symantec Corporation. “O pêndulo vai para os dois lados e o segmento de TI agora está utilizando uma estratégia equilibrada e muito mais integrada à estratégia ‘verde’ das organizações, o que pode ser comprovado pela quase totalidade dos entrevistados que afirmam já serem responsáveis pelos gastos de energia nos data centers”.

Isso comprova uma maior maturidade sustentável nos projetos de TI Verde? “A preocupação com o meio ambiente está se iniciando agora, a economia financeira ainda é o principal motor para os projetos. O Brasil ainda está um pouco distante das ações norte-americanas e européias, mas está alguns degraus acima do restante da América Latina neste tipo de questão”, assegura Simon Mingay, analista do Gartner.

Para o consultor, o melhor balanço entre as metas de custos e a sustentabilidade se dará quando o próprio mercado no qual as empresas se inserem – consumidores, parceiros e acionistas – fizerem uma gestão específica. “Algumas empresas já sofrem dessa “boa pressão”, até como forma de proteger a sua marca. E existe, em alguns casos, uma pressão regulatória ou de índices específicos de bolsas de valores que também influi”, alerta.

Outra visão

Carlos Eduardo Mazon, vice-presidente de infraestrutura de TI da Tivit, admite que as companhias tiveram como primeiro foco a otimização do consumo de insumos e a redução de custo, mas vê e analisa as possíveis mudanças. “Existe um avanço social importante da sustentabilidade, o ser humano está mais consciente do nosso papel e da dependência do Planeta. Acredito que o mercado melhorou muito sua visão e pretende ser sustentável”, reage otimista.

Ao longo dos últimos dois ou três anos, alguns avanços podem ser registrados nos projetos de TI Verde e existe a promessa de que a eficiência será contínua. O que afasta um pouco o fantasma de um esgotamento das práticas. “Os ganhos em alguns pontos podem chegar a ser marginais, entretanto é algo que não cessa. Existe um ganho constante de eficiência energética e a meta é chegar ao impacto ambiental zero, como a geração de energias alternativas e limpas”, aposta Pina, da Alog.

Seja na tecnologia, design ou nos procedimentos de manutenção e gestão, ainda existe espaço para ampliar os resultados nos projetos de TI Verde, pelo menos é o que garante Mazon, da Tivit. “Se a gente for extrapolar, há um mercado de crédito de carbono sendo construído. Por que não podemos chegar à concepção de uma bolsa de carbono, vendendo até mesmo créditos de economia de energia?”, especula.

Objetivamente, a eficiência dos produtos alocados em data centers tem se ampliado. Equipamentos como no-breaks e refrigeradores estão ainda mais inteligentes, assim como dispositivos de armazenamento, redes e servidores têm uma melhor relação entre consumo e capacidade operacional. “Um no-break atual faz a mesma coisa hoje que o de dois anos atrás, porém gasta muito menos energia”, compara Capella, da APC.

No coração do DC

O trabalho conjunto de empresas que participam do ambiente dos data centers, como destaca o executivo, faz com que a APC se una à IBM, HP e Intel, entre outras, para explorar uma eficiência tática de organização das máquinas nos ambientes. “É preciso entender que o modo como os data centers eram construídos, o jeito convencional, estava totalmente equivocado. Primeiro existia um super dimensionamento, uma ideia de que os servidores iriam crescer exponencialmente e para sempre. Com a virtualização, os equipamentos de refrigeração e os racks isto mudou”, aponta.

Como comparação, ele cita que de toda a energia que entra em um data center, algo como 30% é específico para TI, enquanto 35% são consumidos na refrigeração. Essa última tecnologia, por sinal, é a que mais tem evoluído. “Temos falado muito nas mudanças de arquitetura, pelo menos desde 2006, porém alguns segmentos da economia evoluem mais rápido que outros. As telcos são mais dinâmicas neste campo”, explica.

Na prática, os data centers passaram a usar de táticas como a dos “corredores”. Neles fincam racks de equipamentos em um ambiente resfriado, conhecido como “corredor frio confinado”, o que reduz a emissão de calor em 30%, de acordo com avaliação da Alog. “Trabalhamos com switches sem ventilação para o racks, e isso também contribui para a redução do consumo de energia, e não afeta o aquecimento dos equipamentos. As máquinas atuais inclusive trabalham de forma normal com temperaturas mais altas internamente”, argumenta Pina.

O executivo da Alog explica ainda que em alguns países os data centers passaram a operar com temperaturas mais quentes, como 25º, algo ainda impensável no Brasil. “Temos SLA que chega a 24º, porém o cliente ainda tem a ideia fixa de um ambiente com temperaturas mais baixas, como 18º ou 19º, e exige isto”, atesta. Ele explica que internamente, como complemento da política de uso consciente da energia foi criada a campanha “Apenas as ideias acesas”, como forma de reduzir o consumo.

Na prática

Envolvido com o projeto de criação de um novo data center, que se junta aos dois já existentes, Pina, da Alog, revela que sonha criá-lo com base em uma nova matriz energética. “Não sei ainda se será possível, ter energia solar ou mesmo eólica para nos apoiar, mas esse é o nosso desejo. O problema é que precisamos conjugar muitos fatores como localização, acesso e conexão”, adianta (veja mais no Box: DC em 2012). De certo, a perspectiva de que ele esteja operacional no segundo semestre de 2010 e que ele trabalhará com corredores frios confinados, sistemas exaustores e cloud computing, para obter maior concentração de aplicações em menos servidores.

Algumas experiências de mercado também avançam neste sentido. A Atento, empresa de contact center e terceirização de processos de negócios (BPO) do Grupo Telefônica, finalizou recentemente a primeira fase da expansão de seu data center, com a instalação de aproximadamente 35 novos servidores baseados nos processadores Intel Xeon Série 5500, e a previsão de aquisição de mais 200 equipamentos no decorrer de 2010. Entre os principais objetivos, além de responder melhor à demanda dos clientes, está a implementação de uma plataforma com maior capacidade de processamento, consumo reduzido de energia elétrica e melhor dissipação de calor.

“Somos parceiros estratégicos de nossos clientes, atuando diretamente em sua cadeia de valor, e a nossa missão é investir constantemente em infraestrutura e tecnologia de ponta, proporcionando assim maior escala e eficiência operacional”, define Tony Cruz, diretor executivo de administração, eficiência operacional e tecnologia da informação da Atento Brasil. com esta visão, a empresa conseguiu aumentar em 35% a capacidade total do data center, obtendo, em paralelo, mais segurança para os dados, além de adequar a iniciativa ao seu projeto de TI Verde.

Quem também exibe números expressivos é o Itaú, pré e pós incorporação com o Unibanco, escorado no fato do alto impacto da tecnologia na área financeira e no conseqüente consumo de energia elétrica. Entre as ações realizadas no ano passado, está a troca da central de refrigeração do Centro Técnico Operacional (CTO), que, desde 2004, utiliza gás ecologicamente correto para refrigeração, com redução de 40% no consumo de energia. E ambientes que ficavam iluminados 24 horas por dia, agora tem suas luzes acionadas apenas quando há uma pessoa presente.

Banco esverdeado

As iniciativas de TI Verde do banco datam de 2004, com o investimento em programas e iniciativas ambientais, que incluem pesquisas, projetos e benchmarking com diversas empresas, para identificação e desenvolvimento de práticas sustentáveis para a área. Algo necessário quando se investe, como em 2008, a soma de R$ 2,3 bilhões em tecnologia.

Outra vertente importante foi a troca de diversos equipamentos por máquinas de maior porte e melhor eficiência. Somente em 2008, foram trocados 450 servidores e os monitores de “tubo” estão sendo substituídos, gradativamente, pela tecnologia LCD – que propicia mais economia energética.

E as iniciativas de TI Verde da instituição também focam no descarte de materiais tecnológicos, como baterias utilizadas por no-breaks das agências, postos de atendimento bancário, lojas Taií e CEIs, que são descartadas ao final da vida útil de acordo com políticas ambientais. A meta para 2009 buscou ampliar a política de descarte e reaproveitamento de máquinas.

Agora, dentro da esfera Itaú Unibanco, a instituição se prepara para um planejamento que envolve as necessidades de TI dos próximos 10 anos, especialmente em virtualização para a melhor utilização dos servidores, assim como sua troca por máquinas novas. Atualmente, são cerca de 1,1 mil servidores virtuais, com previsão de virtualização de 1 mil adicionais no decorrer de 2010. “O grande benefício do projeto foi a simplificação da infraestrutura e a agilidade para a implantação de novos serviços, resultando em ganhos tangíveis de disponibilidade”, afirma João Bezerra Leite, diretor de infraestrutura e operações de TI do Itaú Unibanco. “A virtualização permitiu a evolução dos nossos processos de contingência e uma otimização em consumo anual de energia da ordem de 3,7 MWh. Uma contribuição importante nas nossas iniciativas de TI Verde”, finaliza.

Uma política de TI Verde que envolve tantos elementos pode ser quantificada ou ter seu grau de maturidade estabelecido? Pina, da Alog, é bem sincero e objetivo e aponta que dentro das muitas e amplas possibilidades considera sua empresa no patamar dos 70 ou 75% em uma escala verde. “É um trabalho contínuo e por mais que façamos, sempre aparece algo novo ou que pode ser aprimorado. O data center ideal é aquele construído já dentro da concepção verde, mas, mesmo assim, sempre surge uma novidade”, explica.

Outras iniciativas

Mais seguro, Mazon, da Tivit, avalia em 90% o seu “grau verde”, porém admite que sempre existe espaço para melhorias. “É preciso ter disciplina na manutenção do projeto, todos os nossos processos são ISO 20.000 e temos a parte hidráulica auditada, por exemplo. Já chegamos em uma posição na qual os ganhos não serão mais significativos, e se a manutenção não for bem feita é possível até regredir. Os esforços agora não representam ganhos de maior vulto”, garante.

Os clientes do data centers ouvidos ainda são muito movidos pelo resultado, pela economia, mas eles começam a ver a sustentabilidade como um elemento importante. Algo que independe até mesmo do tamanho da corporação (veja mais no Box: A cor das médias empresas). “Tende a ser um casamento de interesses. E procuramos defender junto aos clientes esse ‘encontro’”, aponta Mazon. Ele cita o recente projeto de DDA (Débito Direto Autorizado), realizado com a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) e a CIP, como algo totalmente “green”, evitando que os boletos em papel sejam impressos.

Entre as políticas da Tivit, que de acordo com Mazon se iniciaram há 10 anos, está um melhor descarte de materiais, até mesmo do óleo das máquinas, dos geradores e outros componentes. “Alguns processos e uma melhor manutenção dos equipamentos geram resultados. Preciso hoje de apenas 6 horas de refrigeração da água para abastecer e gerenciar a temperatura do data center”, garante. As políticas desembocaram, por exemplo, na criação de um “green building” da empresa em Florianópolis (veja mais no Box O prédio verde).

Outra iniciativa em voga, os equipamentos em blade geram polêmica e são heróis e vilões ao mesmo tempo. Afinal, eles reúnem maior capacidade de processamento em seus racks junto com novos desafios de refrigeração. “Fizemos estudo específicos e é preciso criar corredores de ar quente e frio para evitar um gasto excessivo com a refrigeração deles. São máquinas com alta performance, porém é preciso equalizar algumas questões. Sem isso eles se tornam problemáticos”, admite Mazon. A redução do espaço ocupado pelos servidores, algo propiciado pelos blades, é enfatizada por Pina, da Alog, que também faz a ressalva: “aumentou o calor na mesma proporção”.

E como projetar o data center do futuro (veja mais no Box: DC em 2012), dentro dos preceitos mais modernos de TI Verde? Um primeiro passo é começar pela infraestrutura física não pela de TI propriamente dita. No entanto, o fundamental, é pensar na adoção de novas tecnologias e novos modelos ainda na concepção espacial.

Um data center de alta densidade em um espaço físico menor que os antigos DCs é ideal. Assim como ter duas fontes distintas e, de preferência renováveis e alternativas,de energia. Virtualização e uso de cloud computing também são mandatórios, porém é interessante gerenciar as aplicações para não sobrecarregar ou superaquecer determinado servidor ou coluna de máquinas, o que trará problemas de refrigeração. Em resumo, a infraestrutura deve ser inteligente ao extremo.



DC EM 2012

VEJA UMA CONFIGURAÇÃO DE UM PRÉDIO VERDE COM SEU DATA CENTER QUE SERÁ O PADRÃO EM ALGUNS ANOS.



* UTILIZA FONTES ALTERNATIVAS COMO A ENERGIA EÓLICA OU SOLAR, E SE ESTABELECE PERTO DESTA FONTE DE ENERGIA

* O PRÉDIO NO QUAL ESTÁ LOCALIZADO UTILIZA ÁGUA DA CHUVA PARA SUAS ATIVIDADES, ENTRE ELAS O RESFRIAMENTO

* DA MESMA FORMA, SUA CONSTRUÇÃO É CRIADA PARA CAPTAR A LUZ SOLAR COMO FORMA DE ILUMINAR OS AMBIENTES E UTILIZA PELÍCULAS NAS JANELAS PARA EVITAR QUE O CALOR ENTRE

* OS AMBIENTES DE DATA CENTER OU QUE NECESSITAM DE REFRIGERAÇÃO TROCAM TEMPERATURA COM O AMBIENTE EXTERNO, QUE NA MAIOR PARTE DO ANO ESTÁ ABAIXO DOS 20 GRAUS CENTÍGRADOS

* UTILIZA EQUIPAMENTOS COM UMA EFICIENTE RELAÇÃO ENTRE CAPACIDADE DE PROCESSAMENTO, BAIXO CONSUMO DE ENERGIA E BAIXA EMISSÃO DE CALOR

* ADQUIRE EQUIPAMENTOS CERTIFICADOS A PARTIR DO BAIXO CONSUMO DE CO2 JÁ NA SUA FABRICAÇÃO

* ESTIMULA O TRABALHO DE HOME OFFICE PARA SEUS COLABORADORES, ATÉ COMO FORMA DE INIBIR AS EMISSÕES DE CO2 NO DESLOCAMENTO DESTES



O PRÉDIO VERDE

Alguns elementos podem criar o prédio e o data center verde em sua essência, aquele no qual cada elemento foi pensado não apenas para diminuir os impactos ao meio ambiente, como ser verdadeiramente sustentável.

Muito já se falou em utilizar a condição climática da cidade na qual o data center está localizado como um “climatizador” natural do ambiente. Há alguns anos se falou que muitas empresas iriam para a remota e pacata Islândia, ilha localizada nas proximidades no Ártico, com seu clima quase glacial. Algo que ficou na teoria.

No Brasil, seriam poucas as cidades propícias para tal, mas mesmo chegando a um lugar de clima ameno, as condições de geração de energia e de linhas de comunicação, além de pessoas habilitadas, transformaria a tarefa em algo impossível. O ideal de um lugar frio e seco nem sempre está acompanhado dos outros elementos (veja também o quadro: DC em 2012).

Uma experiência possível é a da unidade da Tivit localizada em Palhoça, apenas 18 km distante de Florianópolis. Um prédio construído de acordo com as diretrizes do sistema de avaliação e certificação de desempenho ambiental para edificações LEED (Leadership in Energy and Enviromental Design), gerido pelo Conselho Norte-americano de Construções Sustentáveis. Além disso, a construção foi concebida para priorizar a produtividade, saúde e bem estar dos funcionários.

O projeto tem como objetivo a redução dos impactos sócio-ambientais gerados pela sua construção, algo feito nas etapas que geraram a escolha do terreno, o projeto bioclimático, a eficiência energética, a qualidade do ar interno, a racionalização dos materiais e a gestão sustentável da água.

Algumas das principais características do projeto:

• espelho d’água: aumentam a unidade do ar, reduzindo as temperaturas

• jardins internos: dissipam poluentes, aumentam a qualidade do oxigênio no interior do edifício;

• captação de águas pluviais pela cobertura: reduz o consumo de água, reaproveitando o recurso.



AQUI E NO MUNDO

A TI Verde já é prática essencial nos departamentos de TI em todo o mundo. E, no Brasil, 51% dos entrevistados disseram que já possuem estratégias implementadas e 38% estão começando a falar sobre o assunto. Estas são as informações que podem ser extraídas da Pesquisa Symantec 2009 sobre TI Verde, praticamente uma segunda edição do relatório State of Data Center Verde divulgado no final de 2007.

Algo como 97% dos executivos em todo o mundo afirmou estar pelo menos discutindo estratégias de TI Verde, enquanto 45% já implementaram iniciativas. Na América Latina, 29% dos entrevistados confirmaram a implementação de estratégias de TI verde na empresa, enquanto no Brasil, 73% das empresas afirmam possuir um plano para implementação de iniciativas “verdes”.

Como falamos antes, a pesquisa indicou que os responsáveis pelas decisões de TI estão cada vez mais justificando as soluções de TI Verde não apenas pelo custo e pelos benefícios de eficiência para o departamento. Para 94% dos entrevistados no Brasil, a eficiência energética das soluções é um aspecto que será cada vez mais importante na hora de escolher os fornecedores.

Os executivos de TI afirmaram ainda que terão aumento significativo nos orçamentos do setor para iniciativas relacionadas as boas práticas ambientais. No ambiente global, 73% dos participantes esperam um aumento nos orçamentos para TI Verde ao longo dos próximos 12 meses. E, no Brasil, este percentual sobe para 78%, média semelhante a da América Latina.

Entre as iniciativas de melhores práticas ambientais, pode ser destacada a substituição de equipamentos antigos com 95% dos participantes apostando em equipamentos novos e mais eficientes no consumo de energia como parte de suas estratégias verdes, seguido pelo monitoramento do consumo de energia (94%), virtualização de servidores (94%) e consolidação de servidores (93%). Além disso, mais da metade (57%) dos participantes da pesquisa enxerga o SaaS (Software as a Service) como uma boa alternativa.



A COR DAS MÉDIAS EMPRESAS

Estudo da IBM, denominado GreenIT, junto ao segmento das médias empresas no mundo, apontou que elas já possuem iniciativas para reduzir o impacto do uso da tecnologia no meio ambiente. Entre os países pesquisados, o Brasil mostrou que 66% delas possuem essa preocupação com a questão ambiental e mais de 70% planejam ou já realizaram atividades para diminuir o impacto no meio ambiente causado por sua cadeia de suprimentos, produtos e serviços. Veja abaixo outros dados locais da pesquisa (*):



* MAIS DE 70% DAS EMPRESAS PLANEJAM OU JÁ REALIZARAM ATIVIDADES PARA DIMINUIR OS DANOS AMBIENTAIS CAUSADOS POR SUA CADEIA DE SUPRIMENTOS, PRODUTOS E SERVIÇOS.

* 66% DAS COMPANHIAS JÁ IMPLEMENTARAM ALGUM TIPO DE MEDIÇÃO DE ENERGIA PARA SUA INFRAESTRUTURA DE TI.

* MAIS DE 65% DAS COMPANHIAS JÁ COMPLETARAM OU ESTÃO EM PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DE VIRTUALIZAÇÃO DE SERVIDORES.

* ENTRE 50% E 60% DAS EMPRESAS JÁ OPERAM COM FUNCIONÁRIOS TRABALHANDO EM CASA, CONECTADOS A REDES VIRTUAIS.

* MAIS DE 30% DAS EMPRESAS UTILIZAM FERRAMENTAS DE COLABORAÇÃO, COMO CONFERÊNCIA REMOTA, PARA DEFINIREM ESTRATÉGIAS OU FECHAREM NEGÓCIOS.

* 60% DAS COMPANHIAS IMPLANTARAM A PRÁTICA DE RECONDICIONAMENTO DE SERVIDORES PARA MELHORAR A EFICIÊNCIA DE ENERGIA.

* Fonte: IBM

http://www.tiinside.com.br/01/03/2010/ti-verde-2o-no-caminho-sustentavel/ti/169160/revista.aspx

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