As grandes dificuldades que assombram o mundo vêm das demandas humanas em grande escala. Nada é tão vital para o crescimento mundial quanto a energia, em especial, aquela na forma de energia elétrica. Ela é o esteio de muitas outras indústrias como a de tecnologia e por que não dizer da significativa interação social ocorrida devido ao advento da Internet, entretanto este tipo de energia também vem sendo fator de exclusão e há perspectiva mundial de seu racionamento.
Dentro deste contexto, percebe-se a necessidade de um bom gerenciamento, o que, talvez, a maioria das pessoas não perceba é que esta ação está associada ao entendimento de que os recursos disponíveis estão cada vez mais escassos.
Gerenciar envolve a percepção do real valor de cada recurso e, atualmente, é boa prática que esta compreensão exceda os limites do convencional, ou seja, ter uma visão diferenciada capaz de detectar tais problemas e atribuir soluções concretas. É deste modo que a Prefeitura de Belo Horizonte, através da Regional Nordeste, vem desenvolvendo atividades relacionadas à gestão dos recursos utilizados por ela. Particularmente no caso da energia elétrica tem apresentado bons resultados, sob a ótica de que todos os recursos tenham gerenciamento de forma a suprimir o desperdício ou a utilização de equipamentos não eficientes.
Em 2005, foi assinado um convênio entre a PBH e o CEFET-MG, com o objetivo de implantar o Programa de Eficientização Energética nas Escolas – PEE nas Escolas. Este programa foi implantado na Regional Nordeste pelo Secretário da Regional Engenheiro Cláudio José Vilela. O Programa teve o apoio técnico dos pesquisadores e alunos do CPEI – Centro de Pesquisa em Energia Inteligente do CEFET-MG. Sob a coordenação da Profa Patrícia R. da Silva Jota, vem sendo desenvolvido neste centro, pesquisas e tecnologias aplicadas ao uso eficiente da energia elétrica.
O programa PEE nas Escolas, trabalhou com dados históricos do consumo energético das escolas, levantando os consumos específicos, ou seja, a quantidade de energia consumida por cada aluno, ou por turma e por turno e foram realizadas comparações entre as escolas com semelhante padrão arquitetônico de construção. Escolas com tamanhos semelhantes foram comparadas buscando identificar as divergências nos consumos obtidos. Nesta análise, a arquitetura da escola foi um dos fatores que mais influenciou nas diferenças encontradas.
Os dados de consumo de energia elétrica levantados, serviram para a construção de modelos matemáticos e computacionais. Esse é um aspecto importante para o tratamento dos dados sob uma óptica proposicional, ou seja, os resultados desta análise têm consequências previsíveis e ao alcance do nosso controle. O sucesso não é caso fortuito.
Os resultados do projeto apontam soluções que vão além do apresentado normalmente e sugere adequação e uso de novas tecnologias, em especial no uso final responsável pela maior parcela do consumo de energia, a saber: iluminação. Esta análise só foi possível através de um levantamentos detalhados e modelagem matemática garantindo assim a efetividade das soluções e evitando que os resultados sejam tratados como um caso de sucesso particular.
Subjacente à conclusão do projeto, foram realizadas análises a respeito da influência das cores utilizadas na pintura das paredes e tetos. Foram feitas recomendações quanto as cores mais adequadas para serem utilizadas nas dependências das escolas. O desempenho de luminárias abertas é fortemente dependente das refletâncias das paredes, tetos e pisos. Neste caso, recomenda-se a utilização de cores claras nas paredes e teto e intermediárias no piso. No caso de luminárias refletoras, tecnologias mais recentes, que direcionam o fluxo luminoso para o ponto de trabalho, é possível o uso de cores intermediárias. Entretanto, sabe-se que a opção pelas cores claras auxilia em muito a distribuição de luz pelo ambiente, permitindo inclusive, o melhor aproveitamento da iluminação natural advinda das janelas. Como resultado deste trabalho, foi apresentada uma proposta de adequação tecnológica do sistema de iluminação, cujo retorno financeiro se dará em aproximadamente 3 anos, somente com a economia da energia elétrica gerada.
Criação da UGEM - Unidade de Gestão Energética Municipal
Dentro desse contexto é que aparece a UGEM -Unidade de Gestão Energética Municipal - criada em outubro de 2009. A comissão foi criada no âmbito da SUDECAP e tem fins normativo, consultivo e deliberativo do Programa de Conservação de Energia da Administração da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. A comissão é composta por uma equipe multidisciplinar para que a sua ação seja balizada pela agilidade e longo alcance nas decisões relativas aos procedimentos de uso e conscientização, implantação de tecnologia recente referentes a energia elétrica e seu consumo eficiente. A comissão representa a procura de soluções que devem ser encontradas para administrar os problemas e demandas referentes ao uso da energia elétrica pela administração pública, ainda mais, uma tentativa de coordenar as demandas locais de energia face a um quadro futuro de escassez que impõe uma nova mentalidade referente ao uso desta forma de energia. A UGEM está apoiada tecnicamente pela equipe da Diretoria de Iluminação Pública dirigida atualmente pelo Engenheiro Augusto Pirassinunga. As primeiras ações da UGEM envolvem a análise de todas as unidades consumidoras de alta tensão da Prefeitura de Belo Horizonte, bem como a criação de CICE´s Comissão Interna de Conservação de Energia. Pretende-se com isto ter maior controle dos gastos energéticos, propiciando suporte técnico para acompanhar a evolução do consumo energético das unidades e identificar possíveis fontes de desperdícios. Com relação a rede escolar da Prefeitura, a UGEM vem intensificando ações educativas através do Programa PROCEL nas escolas, coordenado pela CEMIG.
* Valéria Romeiro Borges da Silva - Coordenadora do Programa de Eficientização Energética das Escolas na Regional Nordeste e Coordenadora Geral da UGEM – PBH
http://www.odebate.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=14351&Itemid=172
Dentro deste contexto, percebe-se a necessidade de um bom gerenciamento, o que, talvez, a maioria das pessoas não perceba é que esta ação está associada ao entendimento de que os recursos disponíveis estão cada vez mais escassos.
Gerenciar envolve a percepção do real valor de cada recurso e, atualmente, é boa prática que esta compreensão exceda os limites do convencional, ou seja, ter uma visão diferenciada capaz de detectar tais problemas e atribuir soluções concretas. É deste modo que a Prefeitura de Belo Horizonte, através da Regional Nordeste, vem desenvolvendo atividades relacionadas à gestão dos recursos utilizados por ela. Particularmente no caso da energia elétrica tem apresentado bons resultados, sob a ótica de que todos os recursos tenham gerenciamento de forma a suprimir o desperdício ou a utilização de equipamentos não eficientes.
Em 2005, foi assinado um convênio entre a PBH e o CEFET-MG, com o objetivo de implantar o Programa de Eficientização Energética nas Escolas – PEE nas Escolas. Este programa foi implantado na Regional Nordeste pelo Secretário da Regional Engenheiro Cláudio José Vilela. O Programa teve o apoio técnico dos pesquisadores e alunos do CPEI – Centro de Pesquisa em Energia Inteligente do CEFET-MG. Sob a coordenação da Profa Patrícia R. da Silva Jota, vem sendo desenvolvido neste centro, pesquisas e tecnologias aplicadas ao uso eficiente da energia elétrica.
O programa PEE nas Escolas, trabalhou com dados históricos do consumo energético das escolas, levantando os consumos específicos, ou seja, a quantidade de energia consumida por cada aluno, ou por turma e por turno e foram realizadas comparações entre as escolas com semelhante padrão arquitetônico de construção. Escolas com tamanhos semelhantes foram comparadas buscando identificar as divergências nos consumos obtidos. Nesta análise, a arquitetura da escola foi um dos fatores que mais influenciou nas diferenças encontradas.
Os dados de consumo de energia elétrica levantados, serviram para a construção de modelos matemáticos e computacionais. Esse é um aspecto importante para o tratamento dos dados sob uma óptica proposicional, ou seja, os resultados desta análise têm consequências previsíveis e ao alcance do nosso controle. O sucesso não é caso fortuito.
Os resultados do projeto apontam soluções que vão além do apresentado normalmente e sugere adequação e uso de novas tecnologias, em especial no uso final responsável pela maior parcela do consumo de energia, a saber: iluminação. Esta análise só foi possível através de um levantamentos detalhados e modelagem matemática garantindo assim a efetividade das soluções e evitando que os resultados sejam tratados como um caso de sucesso particular.
Subjacente à conclusão do projeto, foram realizadas análises a respeito da influência das cores utilizadas na pintura das paredes e tetos. Foram feitas recomendações quanto as cores mais adequadas para serem utilizadas nas dependências das escolas. O desempenho de luminárias abertas é fortemente dependente das refletâncias das paredes, tetos e pisos. Neste caso, recomenda-se a utilização de cores claras nas paredes e teto e intermediárias no piso. No caso de luminárias refletoras, tecnologias mais recentes, que direcionam o fluxo luminoso para o ponto de trabalho, é possível o uso de cores intermediárias. Entretanto, sabe-se que a opção pelas cores claras auxilia em muito a distribuição de luz pelo ambiente, permitindo inclusive, o melhor aproveitamento da iluminação natural advinda das janelas. Como resultado deste trabalho, foi apresentada uma proposta de adequação tecnológica do sistema de iluminação, cujo retorno financeiro se dará em aproximadamente 3 anos, somente com a economia da energia elétrica gerada.
Criação da UGEM - Unidade de Gestão Energética Municipal
Dentro desse contexto é que aparece a UGEM -Unidade de Gestão Energética Municipal - criada em outubro de 2009. A comissão foi criada no âmbito da SUDECAP e tem fins normativo, consultivo e deliberativo do Programa de Conservação de Energia da Administração da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. A comissão é composta por uma equipe multidisciplinar para que a sua ação seja balizada pela agilidade e longo alcance nas decisões relativas aos procedimentos de uso e conscientização, implantação de tecnologia recente referentes a energia elétrica e seu consumo eficiente. A comissão representa a procura de soluções que devem ser encontradas para administrar os problemas e demandas referentes ao uso da energia elétrica pela administração pública, ainda mais, uma tentativa de coordenar as demandas locais de energia face a um quadro futuro de escassez que impõe uma nova mentalidade referente ao uso desta forma de energia. A UGEM está apoiada tecnicamente pela equipe da Diretoria de Iluminação Pública dirigida atualmente pelo Engenheiro Augusto Pirassinunga. As primeiras ações da UGEM envolvem a análise de todas as unidades consumidoras de alta tensão da Prefeitura de Belo Horizonte, bem como a criação de CICE´s Comissão Interna de Conservação de Energia. Pretende-se com isto ter maior controle dos gastos energéticos, propiciando suporte técnico para acompanhar a evolução do consumo energético das unidades e identificar possíveis fontes de desperdícios. Com relação a rede escolar da Prefeitura, a UGEM vem intensificando ações educativas através do Programa PROCEL nas escolas, coordenado pela CEMIG.
* Valéria Romeiro Borges da Silva - Coordenadora do Programa de Eficientização Energética das Escolas na Regional Nordeste e Coordenadora Geral da UGEM – PBH
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