As bolsas mundiais não sobreviveram esta terça-feira à ameaça de um acidente nuclear no Japão, desviando mesmo a atenção das negociações na Europa com vista à resolução da crise de dívida pública.
O medo levou a melhor e os investidores começaram a vender acções, temendo o impacto devastador de um acidente nuclear na economia japonesa e mundial e, consequentemente, na procura de petróleo e nas opções energéticas dos Governos.
Na Europa as quedas andaram entre os 0,83% de Madrid e os 3,19% de Frankfurt, com as acções do sector da energia em forte queda. A excepção foi para as empresas de energias renováveis, que dispararam.
Os investidores acreditam que, se um acidente nuclear ocorrer no Japão, os Governos de outros países podem reequacionar as suas estratégias para a energia, voltando-se para as fontes alternativas.
Renováveis em alta, outras energias em queda
Em Lisboa o PSI20 caiu 1,17% para 7.871,89 pontos, com uma única empresa no verde: a EDP Renováveis, que disparou 3,95% para 5 euros por acção, depois de já ter subido outros 6% na primeira sessão da semana. Fora do PSI20 o grande destaque foi para a Martifer, que opera no mesmo segmento, e que cresceu 8,7% para 1,50 euros.
Renováveis à parte, nenhuma empresa do PSI20 conseguiu lutar contra a maré negativa que varreu os mercados.
Na energia, a EDP caiu 1,45% para 2,71 euros e a Galp perdeu 1,37% para 15,14 euros, acompanhando a queda do petróleo. Em Londres, o barril de Brent está a recuar 3,19% para 110,04 dólares, devido ao receio do impacto do desastre no Japão na economia e no consumo da matéria-prima.
Banca deprimida
Desviando o olhar da energia, a Brisa liderou as descidas, com uma queda de 2,29% para 4,90 euros, num dia de paralisação dos camionistas, que começa a fazer faltar combustível em algumas bombas do país.
Com quedas significativas ficaram também os títulos da banca: o BCP desceu 1,84% para 64 cêntimos, o BPI recuou 1,01% para 1,38 euros e o BES deslizou 0,8% para 3,22 euros. Os juros da dívida pública continuam nos 7,6% no que toca às obrigações a 10 anos e nos 7,72% para as obrigações a cinco anos, numa altura em que se agrava a sombra de uma crise política. Os países da Europa chegaram a um acordo de princípio que prevê sanções para os países com dívida e défice excessivos, mas o presidente do Banco Central Europeu (BCE) veio já dizer que ainda não chega e que as medidas são «fracas».
Com quedas fecharam também os títulos da distribuição, numa altura em que se teme que a greve dos camionistas faça esgotar alguns produtos nas prateleiras: a Jerónimo Martins desceu 1,8% para 11,17 euros e a Sonae, que hoje funde as marcas Modelo e Continente, baixou 0,38% para 84 cêntimos.
Fica ainda uma nota para as comunicações: a PT desvalorizou-se 1,31% para 8,06 euros, com a Sonaecom em queda de 1,47% para 1,41 euros e a Zon a perder 0,86% para 3,57 euros.
Nos EUA, o Japão também assustou os investidores: se o Nasdaq perde 1,73%, o Dow Jones afunda 1,61%.
quinta-feira, 17 de março de 2011
Ameaça nuclear afunda bolsas mundiais
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