Com a disposição do Governo do Brasil em ampliar a produção de energia nuclear surge a proposta de colocar cinco usinas no Nordeste e uma ou mais no Piauí. Esta perspectiva assusta pela fama das usinas nucleares mundo afora. Logo no Piauí, que possui outras possibilidades na produção de energia e o governo vem oferecer a forma mais complexa. Até parece com a ameaça que surgiu na década de 80, quando ventilaram a possibilidade do lixo nuclear produzido no Rio de Janeiro ser armazenado no sertão piauiense.
Os tecnocratas afirmam que a produção de energias geradas pelas fontes fósseis como o petróleo, gás natural e carvão mineral são finitas. Além das emissões de substancias poluentes. Este argumento é claro e aceitável, pois podemos sofrer uma escassez num futuro próximo.
Neste contexto, as alternativas viáveis são a economia no consumo e os investimentos em fontes renováveis e ecologicamente corretas, que podem ajudar a resolver o problema de abastecimentos futuros e contribuir para manter o planeta preservado, com a humanidade fora de grandes riscos.
As energias renováveis como solar, eólicas e biomassas são possibilidades economicamente importantes. Neste aspecto, O Piauí apresenta condições favoráveis para contribuir com a produção nacional de energia.
Estudiosos da física afirmam que é falso o argumento de que a energia nuclear é uma produção limpa e contribui para diminuir o aquecimento global. Um acidente com vazamento de radiação pode causar danos devastadores para o meio ambiente e as pessoas.
A Proposta do Ministério de Minas e Energia, através do Programa Nuclear Brasileiro, que sugere o reinicio da construção de Angra 3 e as usinas no Nordeste seduz os políticos da região pelo potencial financeiro de investimento. Mas segundo o professor do Departamento de Engenharia Elétrica e Sistemas de Potência da UFPE, Heitor Scalambrini Costa, os gastos públicos pouco justificam os investimentos. “Do ponto de vista econômico, o custo de uma central nuclear é enorme, da ordem de R$ 10 bilhões. Geralmente este valor está aquém dos valores finais da obra. Nas planilhas de custos é subestimado (até não levado em conta) os custos de armazenamento dos resíduos, da desmontagem da central após sua vida útil e limpeza de locais contaminados, o reforço da linha elétrica para distribuição, e os serviços de fiscalização e segurança, entre outros. É preciso que se tenham garantias absolutas de que esse trabalho será levado a cabo com seriedade, e que as instalações e resíduos das usinas não serão simplesmente abandonados após o seu fechamento. Como exemplo do que estamos falando, centrais nucleares que estão sendo planejadas atualmente na Finlândia já estão custando o dobro do estimado antes do começo da obra. Já nos Estados Unidos, as usinas implantadas entre 1966 e 1986 tiveram, em média, custos 200% acima do previsto”, afirma o físico.
Sobre a segurança das usinas nucleares, os riscos existem. Mesmo com a constatação da modernização da técnica utilizada, as usinas estão expostas a falhas humanas e fatores da natureza. O mundo já conta com vários acidentes graves como Chernobyl, na Ucrânia, e Fukushima, no Japão. Até o Brasil possui o seu exemplo de contaminação radioativa, com o Césio 137, em Goiânia.
Como as usinas nucleares precisam de água abundante para o resfriamento dos reatores, seguramente o Piauí foi lembrado pelo potencial hídrico que possui. Caso está mal fadada usina venha para território piauiense, o Rio Parnaíba e o nosso lençol freático estão ameaçados.
Nossa contribuição com a produção de energia elétrica não passa pelas usinas nucleares e sim pelo uso do potencial eólico do nosso litoral e solar da nossa posição planetária. Para os piauienses as usinas nucleares não vão produzir um desenvolvimento limpo e seguro.
http://180graus.com/artigos/artigo-de-jalinson-rodrigues-a-matriz-nuclear-nao-gera-energia-limpa-414401.html
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