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quarta-feira, 23 de março de 2011

Matriz energética deve ampliar o uso de gás

 O governo federal considera estratégico o avanço dos usos do gás, e empresários querem mais espaço no mercado

Muito além de energia para acender a chama do fogão, o gás liquefeito de petróleo (GLP) oferece uma série de alternativas de utilizações não só residenciais, mas também comerciais. Com o lançamento da certificação criada pelo Ministério de Minas e Energia (MME), utilizando selo do Inmetro para classificar edifícios através de sua eficiência energética, essas possibilidades tornaram-se metas. O governo federal considerou como estratégico o avanço dos usos do produto, e o setor empresarial corre agora para ganhar mais espaço no mercado.

O Programa de Etiquetagem de Edificação Residencial e Comercial/Público, como foi chamado, avalia a eficiência energética focando não só a economia de energia, mas a sustentabilidade do sistema. O assunto foi abordado em workshop realizado ontem na Universidade de Fortaleza, que reuniu pesquisadores e empresários do setor.

Aplicações do GLP

"O GLP tem inúmeras aplicações. O gás de cozinha é o mais conhecido, mas temos que quebrar o paradigma de que ele é só usado pra isso. Uma das possibilidades é a substituição do chuveiro elétrico pelo a gás LP, o que traz benefícios não só econômicos, mas ambientais e sociais e mudam o paradigma", aponta o gerente nacional de Relacionamento Institucional da Nacional Gás, Mário Wellington Perazzo. Esta utilização foi a mais discutida no workshop, que avaliou os desafios para a mudança. Hoje, 84% da água quente usada para isso são aquecidos através de energia elétrica.

"Quando você tem o esgotamento da energia oferecida pelas hidrelétricas, quando você chega à velocidade de crescimento do Brasil, vai ter saturação de energia. Então, você vai ter que partir pra térmica. Aí, você vai queimar gás em térmica pra gerar eletricidade pra esquentar água, podendo utilizar o gás diretamente para este fim", analisa o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigas), Sergio Bandeira de Mello.

"As pessoas, no Brasil, não pensam gás como energia. O mundo já faz isso", aponta o professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (IEE/USP), Edmilson Moutinho.

Segurança e solução

Segundo ele, existe hoje uma segurança de abastecimento de gás, e uma grande capacidade ociosa para aproveitar. Moutinho vai além na importância da utilização desse gás na matriz energética nacional e afirma que o produto é a solução para a oferta de energia na Copa do Mundo de 2014.

"Há duas soluções mais importantes pra esse período tão curto até a Copa do Mundo. Ou você trabalha melhor o uso dos gases, ou gás natural, fazendo melhor uso das redes já existentes e até promovendo uma ampliação delas, e o GLP, fazendo avançar um uso mais amplo dele, porque a logística está toda pronta, ou vamos ter que trabalhar a diesel, enfiando gerador a diesel dentro da cidade, pra poder manter essa loucura que vai ser o uso de eletricidade", comenta.

Mas, no Nordeste, onde não há uma utilização em larga escala de aquecedores de água, o GLP pode atuar de outra forma. "Há uma visão equivocada de que o gás só serve pra produzir calor. Realmente, o Nordeste não teria mercado muito claro pensando-se assim. Mas não, o gás é feito pra produzir energia térmica, que é calor e frio. Quanto mais frio de boa qualidade você precisar, melhor é pro gás. Na verdade, o Nordeste é o melhor mercado para o gás, desde que você o conceba pra produzir frio", diz o professor.

Mudança em curso

O gerente da Nacional Gás reforça as alternativas de utilização, e acredita no avanço dessa nova matriz energética: "já começou essa mudança. Ela é lenta, mas é gradual e sustentável. O gás vai ter uma representação ainda muito mais forte na matriz energética brasileira", ressalta.

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