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sexta-feira, 14 de agosto de 2015

CPFL Renováveis tem prejuízo de R$ 93,082 milhões no 2º trimestre

A CPFL Renováveis, empresa controlada pelo grupo CPFL e com atuação no segmento de geração de energia a partir de fontes renováveis, voltou a amargar um prejuízo trimestral. Entre abril e junho, o balanço ficou negativo em R$ 93,082 milhões, resultado 41,3% pior do que o prejuízo acumulado no mesmo intervalo de 2014. No primeiro semestre, o prejuízo acumulado é de R$ 157,727 milhões, 31,2% pior do que no mesmo período do ano passado.

 

O balanço divulgado nesta quarta-feira, 12, foi impactado novamente pelo déficit de geração hídrica, conhecido como GSF. O gasto adicional com o GSF no período foi de R$ 35 milhões, acima dos R$ 16 milhões do segundo trimestre de 2014.

Esse número seria ainda maior, não fosse o início antecipado das operações do complexo eólico Morro dos Ventos II. O projeto tem energia vendida em leilão e fornecimento previsto apenas para 2016, porém já está em atividade desde abril. Com garantia física de 15,3 MW médios e receita anualizada de R$ 35 milhões, o Morro dos Ventos II se torna um mitigador do impacto do GSF, dado que a despesa contabilizada com déficit hídrico está relacionada ao volume de energia comprado para honrar compromissos de fornecimento. No caso da CPFL Renováveis, o excedente gerado pela usina Morro dos Ventos ameniza a necessidade de compra de energia no mercado de curto prazo.

 

Além do impacto provocado pelo GSF, o balanço trimestral também foi afetado negativamente pelo fraco resultado financeiro. Com mais de R$ 6 bilhões em dívidas, a CPFL Renováveis tem sido afetada pelo aumento da taxa de juros e o impacto sobre as dívidas atreladas à CDI e à TJLP. Como resultado, a CPFL Renováveis reportou despesa financeira líquida de R$ 112 milhões, número 42% pior do que aquela anunciada no segundo trimestre do ano passado.

Um terceiro impacto negativo no balanço trimestral teve origem em um incidente em uma das turbinas da usina Bio Pedra, com efeito de R$ 12,5 milhões no período. O equipamento, cuja receita anual soma R$ 41 milhões, deverá voltar a operar entre o final do terceiro trimestre e o início do quarto trimestre, informou o presidente da CPFL Renováveis, Andre Dorf. A usina possui seguro e o montante poderá ser recuperado pela companhia.

Desconsiderando tais gastos extraordinários, o balanço do segundo trimestre teria apresentado um prejuízo de R$ 44,1 milhões, abaixo dos R$ 93,082 milhões reportados, mas ainda pior do que um número ajustado de R$ 31,6 milhões do segundo trimestre de 2014.

 

Operacional

O prejuízo da última linha do balanço, acompanhado pelo fraco dado financeiro, contrasta com a melhoria dos indicadores operacionais. O Ebitda, número que melhor dimensiona a capacidade de geração de caixa de uma empresa, totalizou R$ 155,941 milhões no segundo trimestre. O resultado representa uma expansão de 33,2% em relação ao mesmo período do ano passado. A margem Ebitda alcançou 52,8%, contra 47,8% de 2014. No primeiro semestre, o Ebitda cresceu 41,1%, para R$ 333,503 milhões, enquanto a margem Ebitda cresceu 6,3 pontos porcentuais e alcançou 50,5% neste ano.

 

Desconsiderando os gastos extraordinários com GSF e a ocorrência na turbina da Bio Pedra, o Ebitda ajustado teria alcançado R$ 204,9 milhões no 2T15, aumento de 35,3% sobre o segundo trimestre do ano passado, destacou a CPFL Renováveis.

"O que impactou o trimestre foram o GSF e o custo do dinheiro, que ficou mais caro no Brasil. E, para empresas em crescimento, como é o caso da CPFL Renováveis, há um peso importante nos resultados devido ao impacto financeiro", analisa Dorf. "É o Ebitda, contudo, que nos mostra se estamos na direção certa ou não. E, mesmo diante do ambiente atual, do GSF, conseguimos ampliar o Ebitda em 33%", complementou o executivo em entrevista concedida ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

 

A receita líquida acumulada entre abril e junho também cresceu no segundo trimestre (+20,6%) e alcançou R$ 295,619 milhões. No semestre, a receita atingiu R$ 660,034 milhões, acréscimo de 23,6% sobre a primeira metade do ano passado.

A expansão do faturamento reflete o processo de expansão pelo qual passa a CPFL Renováveis. A capacidade instalada das usinas em operação terminou o trimestre em 1.802 MW, acréscimo de 20,5% sobre o segundo trimestre do ano passado. Já o volume de energia gerada cresceu 40,2% em igual base comparativa e totalizou 1.236 GWh.

As despesas da CPFL Renováveis cresceram 12% na comparação trimestral, número considerado positivo dado ao maior volume de energia gerada. Quando desconsideradas despesas extraordinárias, como as provisões de Bio Pedra, e amortizações, as despesas teriam crescido 6,9%. A variação, abaixo da variação inflacionária no período, reflete melhorias operacionais internas e a captura de sinergias oriundas da incorporação dos ativos da Desa pela CPFL Renováveis, desde o terceiro trimestre de 2014.

 

Investimentos

Durante o segundo trimestre, a CPFL Renováveis investiu R$ 99,617 milhões, montante 67,6% superior ao total desembolsado no mesmo intervalo do ano passado. Os investimentos são destinados basicamente aos cinco projetos em construção dentro do portfólio de geração da companhia (Pedra Cheirosa, Campo dos Ventos, São Bendito, Mata Velha e Boa Vista I). Os projetos adicionarão 332,8 MW ao parque gerador da companhia e demandarão um total de R$ 3,2 bilhões em investimentos.

https://br.noticias.yahoo.com/cpfl-renov%C3%A1veis-tem-preju%C3%ADzo-r-93-082-milh%C3%B5es-003100028--finance.html

 

Atenciosamente

 

Alexandre Kellermann

Alexandre.kellermann@gmail.com

 

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