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domingo, 9 de agosto de 2015

SP quer protagonizar energia atômica, diz secretário na Associação Comercial

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) recebeu, nesta terça-feira, alguns dos maiores especialistas brasileiros em energia para discutir o atual momento do setor no país. O encontro, idealizado pelo Conselho de Infra-estrutura da ACSP, enfatizou os aspectos político e técnico da área em diversas frentes: petróleo, etanol, energias solar e eólica, e fontes renováveis em geral.

O coordenador do Conselho de Infra-estrutura, Luiz Gonzaga Bertelli, alertou para a importância da oferta de energia no que se refere ao desenvolvimento do país.

- A falta de infra-estrutura impactará profundamente a produção energética no Brasil, criando entraves para a economia. É imprescindível que superemos os atrasos nas obras de linhas de produção- disse Bertelli.

O secretário de Energia do Estado de São Paulo, João Carlos de Souza Meirelles, e o professor da SP, José Goldemberg, falaram sobre as matrizes energéticas paulista e nacional, respectivamente.

Meirelles foi enfático ao comentar a necessidade de se garantir segurança energética para a população.

- Hoje, estamos vivendo um problema muito sério de energia. Só não é mais grave porque o consumo cai de forma absolutamente importante por conta da crise econômica que estamos vivendo e por conta do preço altíssimo da energia elétrica, o que tem feito as famílias economizarem.

 

De acordo com o secretário, o governo paulista está focando em algumas frentes para melhorar essa situação: geração de energia mais próxima aos centros de carga, estímulo às fontes renováveis, utilização do gás natural como garantia de oferta firme, eficiência energética e redução da emissão de carbono.

Já Goldemberg destacou erros dos governos brasileiros, que não souberam - e ainda não sabem - aproveitar os recursos naturais do país. Para ele, é de extrema importância que a sociedade entenda a importância da natureza para a manutenção da qualidade de vida das pessoas.

Além disso, o professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP criticou o governo federal, que, segundo ele, não tem enfrentado a questão dos gases poluentes da maneira correta.

- As discussões sobre emissão de carbono não podem ser baseadas em contabilidade criativa. Elas têm de ser baseadas em reduções absolutas de emissão de carbono. É o que China, EUA e Europa estão fazendo.

 

Por fim, embora defensor das fontes alternativas (sol, vento, biomassa), o secretário de Energia afirmou que o Estado também precisa investir em outras áreas para garantir o fornecimento de energia em tempo integral para a população.

É por isso, diz Meirelles, que o governo paulista está abrindo licitações para a construção de termelétricas movidas a gás natural.

- Evidentemente, não podemos deixar de incluir, nos próximos debates, também a energia atômica. Hoje, por exemplo, 70% da energia da França é produzida por fissão nuclear. Com toda a segurança, temos condições de discutir isso, e São Paulo quer ser protagonista - disse.

 

Representantes de diversos setores energéticos também participaram do encontro na ACSP. Plínio Mário Nastari, presidente da Datagro, empresa de consultoria em etanol e açúcar, falou sobre as contribuições da biomassa para a matriz brasileira. Dados apresentados por ele mostram que o Brasil responde por 35,3% da produção mundial de cana-de-açúcar, sendo que 56,5% dessa cana são convertidos em etanol e 43,5% em açúcar.

 

Ele lembrou que a indústria não vive um bom momento em função de três razões: intervenção do governo federal no preço da gasolina; clima adverso de 2009 a 2014; e aumento no custo de produção.

- Embora o consumo do álcool esteja alto, isso acontece por falta de regulação e as vendas não têm sido suficientes para cobrir os custos dos produtores - disse Nastari, para quem a produtividade dos canaviais continuará comprometida nos próximos dois anos.

 

Já Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infra-estrutura (CBIE), falou sobre a produção de petróleo no Brasil.

- Vivemos um atual ciclo de baixa do petróleo - enfatizou.

Em sua avaliação, é pouco provável que o preço do barril atinja valores altos, o que obrigará o setor - altamente endividado - a se adaptar à nova realidade.

- A pauta ambiental tem influenciado cada vez mais a estratégia dessas empresas. Esse é um dado novo.

 

Ao discorrer sobre o pré-sal, Pires afirmou que houve uma política "muito equivocada da Petrobras nos últimos anos".

O Brasil perdeu muito em investimentos e em geração de empregos. Estamos com uma empresa quebrada -disse o diretor do CBIE.

Sandro Yamamoto, diretor técnico da Associação Brasileira de Energia Eólica, e Paulo Cezar Tavares, sócio-diretor da SOLenergias, também palestraram sobre suas áreas de atuação. Para ambos, o governo precisa investir mais em energias solar e eólica. No primeiro caso, a representatividade ainda é ínfima: 0,01% da capacidade de geração do país.

- Trata-se de uma fonte de energia extremamente simples, que não possui peças móveis. Portanto, é de rápida implementação - defendeu Tavares, que ainda notou: "o Brasil tem combinação única no mundo de boa insolação e altas tarifas".

 

Ao comentar vantagens da energia eólica, Yamamoto explicou que o país "tem os melhores ventos do mundo". Ao contrário da energia solar, a eólica já possui um peso maior na matriz nacional: o Brasil é, atualmente, o 10º maior do mundo em capacidade instalada, gerando 6,9 GW por ano.

- O futuro é promissor, mas temos muitos desafios - disse o diretor da Associação Brasileira de Energia Eólica

http://www.monitormercantil.com.br/index.php?pagina=Noticias&Noticia=173118&Categoria=CONJUNTURA

 

Atenciosamente

 

Alexandre Kellermann

Alexandre.kellermann@gmail.com

 

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