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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

A sua pontualidade diz muito sobre você. A sua impontualidade, mais ainda

Tenho um amigo, francês, que aqui vou chamar de Pierre. Radicado no Brasil há uma década, Pierre é reputado por seu senso de humor refinado, visão estratégica e predileção por boas cervejas. Quase todas as vezes que marquei algo com Pierre, fosse um almoço, café ou reuniões de trabalho, a pontualidade do brasileiro (ou a falta de) esteve em pauta.

 

É evidente que, nestes três anos de convívio, devo ter-me atrasado em umas duas ou três ocasiões, afinal, vivo em São Paulo, e ainda que me locomova sem carro por opção, tenho a cidade inteira contra mim quando quero chegar na hora a um compromisso.

 

Nas ocasiões em que anunciei uma eventual demora, Pierre não perdeu a oportunidade: “Vai se atrasar, né? Como bom brasileiro...”, cutucou ele, rindo.

 

Sou obrigado a condescender com o francês: a pontualidade por aqui, definitivamente, não é levada a sério. Ainda duvida?

 

A aula na faculdade começa às 8h? Não corra, a tolerância é de 10 minutos! O escritório abre às 9h, mas ninguém decretará falência se o colaborador chegar às 9h30 (umas duas vezes por semana). O convite da festa infantil marca 15h? Apareça umas 16h que talvez o aniversariante já esteja pronto. Jantar em casa de amigos às 20h? Ninguém te deixará morrer de fome se você se atrasar 20 minutinhos. Em casamentos, inovação: padrinhos agora chegam após a noiva.

 

Compromissos corporativos não escapam à regra: reuniões, cafés-da-manhã, kick-offs e fechamentos, entre outros, estão sempre, ou quase, sujeitos a  delay.

 

Isso sem falar dos atrasos dos ônibus, trens, metrôs, aviões, serviços médicos, entrega de mercadorias, de obras...

 

A impontualidade no Brasil é cultural. Está impregnada em todas as áreas, em todos os níveis.

 

Pensando alto aqui, me questiono até onde essa falta de compromisso com os compromissos nos leva e nos levará? Os pequenos atrasos do dia-a-dia são exclusivamente pequenos atrasos ou o início de uma grande onda de lama tóxica que arrebata tudo e todos por onde passa? Para ponderar.

 

A pontualidade está sempre entre as características mais marcantes das pessoas bem-sucedidas

Convém lembrar que pontualidade não é favor. Controlar o próprio tempo é uma responsabilidade, entre tantas que permeiam nosso dia. Com a diferença que esta, quase sempre, envolve terceiros. Ser pontual, sendo assim, demonstra respeito para com o outro.

 

Numa rotina caótica como a nossa, com dezenas de microcompromissos diários e centenas de e-mails para ler na semana, quem controla seus horários com rigor e consegue estar na hora marcada em locais previamente estabelecidos agrega valor a sua imagem, lustra o seu nome e a sua marca.

 

A impontualidade gera desconforto, mancha reputações e, no longo prazo, pode estragar uma carreira

O atraso compulsivo como regra, por sua vez, demonstra exatamente o contrário: a imagem de uma pessoa muitas vezes atrapalhada, que tem dificuldades em cumprir o que promete, refém até dos pequenos obstáculos. No campo profissional, quem se mostra incapaz de gerenciar o próprio tempo, em certos casos, perde até a oportunidade de gerir equipes e projetos maiores.

 

Chega a ser notável a criatividade daqueles que arrumam tantas desculpas por não comunicar atrasos num mundo interconectado por WhatsApp, FaceTime, Skype, Facebook, SMS e o velho telefone.

 

Criar um networking consistente, que impulsiona carreiras e negócios, passa primeiro por confiança e credibilidade. E estas não se compram. Se conquistam com comprometimento, excelência e respeito.

 

https://www.linkedin.com/pulse/sua-pontualidade-diz-muito-sobre-voc%C3%AA-impontualidade-mais-marc-tawil?trk=eml-b2_content_ecosystem_digest-recommended_articles-51-null&midToken=AQGo7K9roJBw6g&fromEmail=fromEmail&ut=3xgcGgS1V3DD41

 

 

ATENCIOSAMENTE

 

Alexandre Kellermann

 

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