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quinta-feira, 16 de junho de 2016

O futuro produtivo da energia no Brasil

Por Kateri Callahan* - Eu tive o enorme prazer de visitar Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul em dezembro passado como convidada do Departamento de Estado dos EUA. O que vi durante minha viagem foi um país que enfrenta enormes desafios, mas que também tem a capacidade e a oportunidade de aproveitar a eficiência energética como parte fundamental de uma estratégia de recuperação de longo prazo.

 

A turbulência econômica enfrentada pelo Brasil foi um tema constante durante minha visita. Com uma recessão paralisante, uma moeda com o valor em queda e um nível de desemprego em ascensão, o caminho para a recuperação econômica para o maior país da América do Sul pode parecer assustador. Isso é particularmente verdade no setor energético, onde altas taxas de furto de energia no Brasil dificultam os serviços públicos, e uma seca prolongada ameaça a dependência de longa data que o país tem em relação à energia elétrica.

 

Em suma, o Brasil está pronto para respostas econômicas reais. A eficiência energética deveria ser parte da solução, mas antes existem barreiras que precisam ser superadas.

 

Embora seja verdade que o uso de energia frequentemente diminui durante uma recessão, a energia estável ou em declínio exige que os resultados da sua utilização de modo mais eficiente não resultem na estagnação da economia. Se o Brasil adotar medidas para melhorar sua produtividade energética, sua economia pode crescer a um ritmo muito mais rápido do que seu consumo de energia.

 

Na verdade, a demanda de energia nos EUA cresceu apenas 17% ao longo dos últimos 25 anos, enquanto que o PIB evoluiu 83%, de acordo com o Almanaque de Energia Sustentável nos EUA 2016. Isso representa uma melhoria de 56% em produtividade energética desde 1990. Mesmo em tempos de recessão, a produtividade energética nos EUA melhorou, crescendo 13%, entre 2007 e 2015.

 

Nos EUA, definimos uma meta de duplicar a produtividade energética até 2030. Atingir essa meta significa que obteremos o dobro do PIB de cada unidade de energia que consumimos. Uma análise econômica independente demonstra que ao extrair o dobro do valor de cada barril de petróleo ou quilowatt de eletricidade, poderemos gerar um adicional de 1,3 milhão de empregos, reciclar US$ 327 bilhões de volta para a economia através de poupança familiar e reduzir nossas emissões de CO2 para um terço abaixo dos níveis de 2005.

 

A eficiência energética é a primeira linha de defesa – contra as dificuldades econômicas e contra os danos ambientais. Ao emparelhar as metas de produtividade energética com as tecnologias eficientes e uma estratégia de energia limpa que apoie os investimentos em fontes de energia de baixa emissão, o Brasil e os países de todo o mundo podem fortalecer suas economias, reduzir as emissões e melhorar a segurança energética.

 

Como podemos atingir esse objetivo? Criando incentivos para as tecnologias e práticas de eficiência energética. Obviamente, para que os programas de gestão lateral funcionem é importante garantir que os consumidores compreendam o custo social total da energia que consomem.

 

O Brasil tem a oportunidade de realizar avanços durante um período de crise econômica – assim como fizeram os EUA – ao priorizar a eficiência energética como parte de um compromisso de longo prazo para melhorias de infraestrutura. A definição de uma meta de produtividade energética ambiciosa pode ser parte dessa solução, e deve vir acompanhada de um compromisso dos setores público-privado.

 

* Kateri Callaha é presidente da Alliance to Save Energy (Aliança para Economizar Energia)

https://www.ambienteenergia.com.br/index.php/2016/05/o-futuro-produtivo-da-energia-brasil/29238

 

 

ATENCIOSAMENTE

 

Alexandre Kellermann

 

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