Cotadas a R$ 19,05 na abertura do pregão desta sexta-feira, a WEG tem se consolidado como um dos investimentos mais rentáveis do país nos últimos 10 anos, com um histórico de bons resultados. Ao final de setembro de 2008, as ações da empresa estavam cotadas a R$ 4,53 - um crescimento de 320,35%.
No ano, a WEG tem operado com relativa estabilidade. Embora tenha, como grande parte do país, sofrido um baque em maio e junho, com a greve dos caminhoneiros - no auge da crise, suas ações chegaram ao mínimo do ano, em R$ 15,23 - a empresa rapidamente recuperou o valor acionário e opera em tendência positiva desde julho. As ações da WEG chegaram a um pico de R$ 20,04 em janeiro.
O mercado acionário está sujeito a flutuações e os retornos de investimentos não são imediatos, estando sujeitos a altas e baixas ao longo dos anos. O padrão mantido nos últimos anos, no entanto, sugere crescimento estável e expressivo.
Segundo o analista de mercado e corretor de ações do grupo Santander, João Noronha, os resultados da WEG no período demonstram a percepção que o mercado tem da empresa.
"A WEG demonstrou nos últimos dez anos um crescimento acionário superior ao crescimento do seu lucro, que é o principal fator para decidir a valorização das ações. Isso deixa claro que o mercado vê algo a mais na empresa", explica.
Nos últimos 10 anos, as ações da empresa cresceram em média 17% ao ano - enquanto o lucro cresceu cerca de 7% por ano.
Segundo um levantamento feito pelo site Terraço Econômico e a empresa de investimentos Economatica, a empresa é o terceiro investimento mais rentável nos últimos 10 anos, ficando atrás apenas da Ambev - com crescimento de 416,53%, cotadas a R$ 3,63 na última semana de setembro de 2008, e abrindo o pregão desta sexta-feira a R$ 18,75 - e da Renner, com crescimento de 508,35%, passando de R$ 4,89 para R$ 29,75.
O resultado supera o do ouro: no período de 2008 a 2018, a cotação do minério subiu 202,93%, sendo comercializado a R$ 52,30 por grama em 22 de setembro de 2008 e abrindo a sexta-feira a R$ 158,43.
Também supera os rendimentos do investimento em dólar, mesmo com a recente supervalorização da moeda: cotada a R$ 1,79 em 22 de setembro de 2008, a moeda americana cresceu 126,82% em dez anos, abrindo o dia 21 em R$ 4,06.
Fatores do sucesso
Segundo Noronha, há vários fatores que agregam valor à WEG, como seu forte processo de internacionalização - 24% da receita da WEG vem de seus parques fabris no exterior - e o alto retorno dos investimentos, com retorno de cerca de 18% do capital usado em investimentos da empresa.
Outros fatores são o forte investimento da empresa em pesquisa e desenvolvimento - em torno de 4% da receita - e o fato de ser uma das poucas empresas nacionais a estar exposta e aproveitar as chamadas "mega tendências" do mercado, como energia renovável, eficiência energética e energia solar - segmentos que a empresa aproveitou com sucesso.
Noronha ressalta que a empresa ainda tem um potencial de crescimento muito forte em vários mercados - no mercado chinês, por exemplo, em vários segmentos a WEG ainda conta com market share reduzido, com amplo espaço para crescer.
Se você tivesse investido R$ 1 mil, quanto teria em 10 anos:
Na Renner - R$ 6.083,50;
Na Ambev - R$ 5.165,30;
Na WEG - R$ 4.203,50;
Em ouro - R$ 3.029,30;
No Itau - R$ 3.439,10;
Na Totvs - R$ 3.210,20;
No Bradesco - R$ 3.060,90;
Em um CDB, com base na CDI - R$ 2.936,67;
No dólar - R$ 2.268,20;
Na Americanas - R$ 2.342,40;
Na Natura - R$ 2.190,40;
No Ibovespa - R$ 1.403,70;
Na Petrobras - R$ 592,30.
Atenciosamente
Alexandre Kellermann
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