O avanço das redes elétricas inteligentes (REI) depende de uma série de medidas regulatórias, fiscais, e do desenvolvimento tecnológico nacional, sob o risco de o país não sair da fase de teste. Este pode ser o resumo do Workshop promovido hoje pela ABDI ( Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial).
Para as distribuidoras, um dos maiores problemas ainda é regulatório. Segundo Paulo Bombassano, gerente de Smart Grid da companhia elétrica CPFL, se a Aneel não reconhecer os investimentos realizados em novas tecnologias, e passar a considerá-los nas tarifas de energia elétrica, eles não serão feitos. “ Nós investimos R$ 215 milhões em redes inteligentes. Temos mais R$ 1 bilhão para investir, que estão aguardando as definições”, afirmou o executivo.
Segundo o diretor da Eletropaulo, Paulo Pimentel, as experiências já feitas pela concessionária demonstram que nem todas as áreas poderiam ser informatizadas. “As perdas com energia são a principal fonte pagadora do projeto, mas nem todas as áreas sobrevivem com isto”, afirmou. Para ele, se a regulação não considerar os investimentos em redes de fibras, e em tecnologia da informação nas estações e nos Smart Grids, o modelo de negócios não se sustenta.
Há ainda a questão da tecnologia nacional, ressalva a presidente da ABDI, Maria Luisa Leal. Ela assinala que, se não houver uma regulação casada com uma política industrial de estímulo ao desenvolvimento tecnológico local, os produtos acabarão sendo importados, e o Brasil deixa de aproveitar esta janela de oportunidade.
Conforme o estudo feito pela agência, as concessionárias de energia deverão investir R$ 1 bilhão em P&D. Sendo que 13 concessionárias entre as 34 existentes concentram 80% dos recursos.
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