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quinta-feira, 2 de julho de 2009

Alternativas fazem bem a todos

O desenvolvimento tecnológico caminha lado a lado com a necessidade da produção sustentável de energia

O Brasil é considerado, pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep), campeão mundial no uso de energias renováveis, visto que quase 50% de toda a energia consumida no País é proveniente de fontes limpas, com destaque para a hidreletricidade e os biocombustíveis. Esse destaque faz parte do relatório “Tendências Globais de Investimentos em Energias Sustentáveis 2009”, que aborda investimento em tecnologia por região geográfica, as perspectivas do uso de energias sustentáveis, os fundos de investimento, além de fazer uma avaliação individual dos países em desenvolvimento.

Algumas ações brasileiras destacadas são a utilização de 25% de etanol na gasolina; produção de automóveis flex fuel (bicombustíveis), representando 90% dos carros novos; e adição de 2% de biodiesel ao diesel, com previsão de aumento para 5% em 2013.

O Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), que consta do Plano Nacional de Mudança do Clima, também é citado como importante instrumento de incentivo para o uso de energia eólica e de biomassa.

Atualmente, menos de 1% da energia consumida no País é de origem eólica. Estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgado em janeiro último mostra, no entanto, que os ventos brasileiros podem atender mais de 60% do consumo nacional de energia de forma competitiva.

No caso do Ceará — que encerra hoje a quarta edição do Power Future – Exposição Internacional e Seminários das Energias Alternativas e Renováveis — o potencial eólico é equiparado a uma Itaipu, segundo o Atlas Eólico publicado em 2000, podendo abastecer não apenas o Estado, mas todo o Nordeste. Considerando que os aerogeradores evoluíram de 40 para 80 a 100 metros, com potência quatro vezes maior, esse potencial ainda é maior.

Para o crescimento do setor, é necessário, porém, reduzir o custo dos equipamentos, reivindicação comum aos produtores. Outra medida fundamental, destacada na Carta dos Ventos, documento final de encontro realizado no mês passado, em Natal, é realizar leilão de energia eólica todos os anos, além da adoção de um marco regulatório para o setor. O primeiro leilão já está marcado para novembro deste ano.

É consenso que a energia eólica está próxima de disputar economicamente com outras fontes, à exceção da hídrica, que custa cerca de R$ 70,00 megawatt/hora. A expansão da oferta de energia no País, no entanto, tem seguido o caminho das térmicas a óleo combustível e a carvão.

O coordenador do Proinfa, Sebastião Florentino da Silva, explica que, no caso do Ceará, a meta é findar este ano com 350 megawatts instalados e atingir 500 em 2010. A geração de eólica, a R$ 270,00, deve baixar para R$ 180,00, tornando-se economicamente muito mais viável que a geração térmica, sem contar o custo ambiental. Sua explicação para a expansão das térmicas no Ceará? “Ainda não se acreditou suficientemente na capacidade de resposta da eólica”.

Mesmo a energia entrando no sistema de distribuição indistintamente, pode-se dizer que o Estado do Ceará saiu da posição de mero consumidor, passando a produtor. Hoje já há capacidade para produção de 510 megawatts de térmicas e de 200 megawatts de eólica instalados, o que deve atingir aproximadamente 500 megawatts até o fim deste ano. Considerando uma necessidade de 1200 megawatts no Estado, já se teria praticamente o consumo garantido.

Para Adão Linhares Muniz, diretor da RN Energia, os custos da produção de energia elétrica são medidos de uma forma que não dá para fazer comparação justa. “Mesmo sem considerar a questão ambiental, a energia térmica fica para trás, pois vem sendo subsidiada desde sempre”, destaca.

Adicionalmente, ele explica que os danos ambientais são intangíveis, incluindo cálculos subjetivos, que o governo não faz: “O que o Ministério das Minas e Energia quer saber é que, se não chover, a térmica garante o abastecimento. Ainda existe muita resistência em entender que a eólica também podem cumprir esse papel”.

Para ele, só tem havido leilão para térmica por causa da preocupação com a arrecadação. “Como o Brasil está fora das exigências do Protocolo de Kyoto, ainda pode investir em energia suja. O Ministério da Indústria e Comércio vai defender a indústria, qualquer que ela seja, mesmo que contrarie o Ministério do Meio Ambiente. Para ele, se o Governo Federal compra energia térmica; os investidores buscam oportunidades e provam que vão atuar de acordo com a lei, seria muita audácia do Governo do Estado se opor, a menos que seja criada lei restritiva, como no Rio de Janeiro, que condiciona a produção de energia suja a um percentual de energia limpa.

PREVISTA PARA DEZEMBRO
Usina solar aguarda licença ambiental

Em oito ou dez anos o Ceará pode ser também pioneiro em energia solar no Brasil, com já foi em energia eólica. Essa é uma projeção de Adão Linhares Muniz, diretor da RN Energia, que está envolvida na instalação da Usina solar de Tauá.

“Com um mapa do potencial solar, da mesma forma que foi feito o do eólico, é possível promover uma utilização em massa e reduzir os custos de instalação e operação”, explica.

Por enquanto ainda não há um marco regulatório para a produção de energia solar no País, que também não está contemplada no Proinfa e que, portanto, ainda não foi a leilão, mas há grande esperança no seu potencial.

A prometida primeira usina para produção de energia a partir do sol da América Latina ainda depende de adequações para a obtenção de licença prévia por parte da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace).

A usina solar da MPX a ser instalada no município de Tauá, a 344 quilômetros de Fortaleza, tem previsão de operar em dezembro deste ano.

O primeiro módulo de operação da usina solar deve começar com a geração de um megawatt. Segundo os empreendedores, serão necessários quatro e cinco anos para a instalação total do empreendimento, com capacidade final para gerar 50 megawatts. Até lá, a implantação da usina é dividida nas fases de geração de 5, 15 e 35 megawatts.

Um terço da área da usina deverá ser ocupado pelos painéis fotovoltaicos, ou seja 70 hectares de 204 hectares, sendo o restante destinado para reserva e proteção ambiental.

A energia renovável proveniente dos raios solares, pode ser utilizada com (ativo) ou sem (passivo) recorrer a equipamentos. Recorrendo a equipamentos, ela pode ser convertida em eletricidade (fotovoltaica e térmica) ou em calor (térmica).

FIQUE POR DENTRO
O Proinfa e a energia eólica no Ceará

O Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) é um instrumento para a diversificação da matriz energética nacional, criado com o objetivo de garantir maior confiabilidade e segurança ao abastecimento.

Coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), o Programa estabelece a contratação de 3.300 megawatts de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN), produzidos por fontes eólica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), sendo 1.100 megawatts de cada fonte.

Das três fontes contempladas pelo Proinfa, a eólica - energia renovável com fonte no vento resultante do deslocamento de massas de ar, derivado dos efeitos das diferenças de pressão atmosférica entre duas regiões distintas - é a única desenvolvida no Estado do Ceará.

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=651012

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