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quarta-feira, 17 de março de 2010

CMA discute energia e iluminação para estádios na Copa

A Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) realizou, nesta quarta-feira (17), o segundo dia do seminário sobre normatização para obras sustentáveis na Copa do Mundo de Futebol de 2014, que será realizada no Brasil. Os debatedores falaram sobre a geração de energia a partir do biodiesel; a utilização de LEDs na iluminação dos eventos; a utilização de energia solar; e a certificação de edificações com base em sua eficiência energética.

O primeiro a falar foi Paulo Augusto Leonelli, presidente do Comitê Gestor de Indicadores e Níveis de Eficiência Energética, vinculado ao Ministério de Minas e Energia. Ele informou como é concedida a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (Ence), feita após avaliações da estrutura, da iluminação e do serviço de condicionamento de ar.

A avaliação é feita a pedido do construtor, de forma voluntária. Além dos aspectos citados, são concedidas bonificações, como a economia de água, o controle de resíduos e os controles inteligentes da edificação. A etiqueta pode ser concedida já para o projeto, com validade de três anos, ou para o edifício, esta com validade de cinco anos. Vai do nível A, mais eficiente, ao E, menos eficiente. Avaliou que a etiqueta será muito importante nos estádios que receberão jogos da Copa, uma vez que são construções grandes e bastante singulares.

Em seguida falou Marcelo Mesquita, da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava). Enfatizou que a energia solar é bastante indicada para utilização em estádios, bem como em hotéis, restaurantes e aeroportos - estabelecimentos que serão bastante utilizados na Copa do Mundo.

De acordo com ele, há no Brasil cerca de 200 empresas que trabalham com energia solar, entre fabricantes, revendedores, projetistas e consultores. Elas movimentam R$ 180 bilhões a cada ano, gerando 16 mil empregos diretos. O mercado é muito promissor no Brasil, país em que as áreas com menos incidência de luz solar superam em 30% a média de incidência na Alemanha, país pioneiro no setor. O Brasil tem apenas 2% da área coletora de energia solar, ou seja, da área coberta com painéis solares. A China tem quase a metade de todo o mundo (48%) e os Estados Unidos, 19%.

LED

Marcus Vinícius de Souza Alvim, diretor da Tecnowatt Iluminação - representante, no Brasil, da multinacional espanhola Simon - explicou a nova tecnologia de iluminação, baseada nos diodos emissores de luz (LED, na sigla em inglês). Enfatizou as vantagens da nova tecnologia, como a durabilidade - uma lâmpada de LED dura até 80 mil horas, contra mil horas de uma lâmpada incandescente comum - e a quantidade de luz, que chega a 80 lumens por watt, contra dez das lâmpadas incandescentes e 20 das halógenas.

O grande desafio da indústria na disseminação dessa nova tecnologia, no entanto, é o custo inicial, afirmou o expositor. Ele não citou números, mas afirmou que a indústria aposta no aumento da escala para diminuir esses custos.

Por fim foi a vez de Sílvio Oliveira, dono da indústria de geradores Gerasol, falar sobre a produção da energia a partir do biodiesel. Segundo ele, toda a energia utilizada nos estádios, nos jogos da Copa, terá de ser feita a partir de geradores, para evitar interrupções do fornecimento de energia.

Ele sugeriu a utilização de biodiesel nesses geradores. Silvio Oliveira afirmou que o custo de produção do biodiesel é hoje mais alto do que o óleo diesel e disse que a única forma de diminuir esse custo é por meio de incentivos fiscais.

O industrial sugeriu a utilização de biodiesel puro nos geradores utilizados pelas fábricas nos horários de pico. Ele estimou que são utilizados nesses geradores 7,13 bilhões de óleo diesel por ano. A substituição desse óleo diesel por biodiesel geraria uma diminuição de 8 milhões de toneladas na emissão de gás carbônico (CO2), por ano, na atmosfera, o que possibilitaria ao Brasil arrecadar aproximadamente US$ 80 milhões em créditos de carbono no mercado mundial.

A reunião desta quarta-feira foi presidida pelo senador Cícero Lucena (PSDB-PB), vice-presidente da CMA, e pela senadora Marisa Serrano (PSDB-MS). As palestras e artigos apresentados pelos expositores serão publicados em livro pelo Senado.
José Paulo Tupynambá / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

http://www.senado.gov.br/agencia/verNoticia.aspx?codNoticia=100202&codAplicativo=2&codEditoria=3

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