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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Conta de luz em Minas terá tarifas diferentes por horário

Conta de luz em Minas terá tarifas diferentes por horário
O setor elétrico brasileiro e mundial se prepara para uma transformação bilionária que deve revolucionar a forma de relacionamento entre consumidores e distribuidoras de energia elétrica. Ainda pouco conhecido do público em geral, o chamado smart grid, redes inteligentes em português, permitirá, do ponto de vista dos consumidores, maior controle sobre o uso e o custo da energia. Do lado das distribuidoras, a nova tecnologia trará um maior controle da rede, com redução de perdas comerciais – leia-se furtos -, e ganhos de eficiência operacional. Somente a troca do parque nacional de medidores, hoje com 65 milhões de unidades, deve demandar investimentos de R$ 22,2 bilhões. Em todo o mundo, de acordo com a Agência Internacional de Energia, os projetos de smart grid devem movimentar cerca de US$ 13 trilhões até 2030. Em Minas, a Cemig conduz um piloto em Sete Lagoas que, só em projetos de pesquisa e desenvolvimento, deve consumir R$ 30 milhões.

Batizado de Cidade do Futuro, o piloto da companhia é um grande laboratório. "É uma prova de conceito para testarmos as tecnologias existentes, diversas funcionalidades, a melhor forma de aplicação e fazer avaliações de como levar o smart grid para toda a rede de distribuição da Cemig", explica o superintendente de Desenvolvimento e Engenharia da Distribuição da companhia, Denys Cláudio Cruz de Souza. A partir do próximo ano, serão substituídos cerca de 5 mil medidores convencionais em Sete Lagoas, os chamados "relógios de luz".

"Acredito que em 2011, assim que for permitido pela Aneel, já teremos condições técnicas de testar, por exemplo, a cobrança de tarifas diferenciadas por horários para consumidores de pequeno porte", explica Denys, lembrando que a implantação do smart grid ainda está sendo regulamentada pela agência.

Além da cobrança diferenciada por horário, o smart grid também permitirá que o consumidor acompanhe, em tempo real, o seu consumo e a evolução da sua conta, além de visualizar os períodos de interrupção do fornecimento de energia.

Segundo o superintendente, também deve ser testada, no ano que vem, a automação da rede. No caso de eventuais faltas de energia, por exemplo, os equipamentos devem indicar onde a interrupção ocorreu. Com um controle maior sobre o sistema, as distribuidoras devem reduzir as perdas comerciais, popularmente conhecidos como gatos.

O projetos de P& D de smart grid da Cemig abrangem automação de redes, medição de consumidores, desenvolvimento de programas computacionais e estudos sobre veículos elétricos. Os recursos, oriundos da tarifa de energia, são repassados pela Aneel.

Empresas iniciam aportes
Especificidades próprias do setor elétrico devem contribuir para que a demanda gerada pela implantação do smart grid no Brasil nos próximos anos seja atendida por indústrias nacionais ou multinacionais instaladas no país. A parte mais significativa do bolo deve ficar com os fabricantes de soluções de medição, hoje diante de uma demanda potencial de 65 milhões de aparelhos. Os medidores são a parte mais cara da conta, devido ao grande volume de demanda, apesar de não serem o equipamento de custo unitário mais elevado para a implantação das redes inteligentes. Esse volume pode gerar, inclusive, o desembarque de novos players no mercado nacional.

"Acreditamos que haverá atração de novos capitais para o Brasil, com novas empresas e novas plantas", opina o gerente de soluções da IBM Brasil, Gadner Vieira. A IBM tem atuado como gestora de projetos de smart grid.

Entre os fabricantes já instalados no país, os investimentos já começaram. O diretor comercial do Grupo Elster, Everton Peter, conta que a multinacional adquiriu, no ano passado, a EnergyICT NV, fabricante belga de softwares de gerenciamento, já de olho na demanda que as redes inteligentes vão gerar. "Queremos oferecer solução para toda a cadeia, incluindo medição, comunicação e gerenciamento de dados", afirma o diretor da multinacional europeia instalada no Brasil há 40 anos.

Outra importante fabricante do setor, a mineira Nansen também já anunciou investimentos de R$ 18 milhões em pesquisa e desenvolvimento e para a expansão da planta em Contagem já em 2011.

Como o atendimento ao setor elétrico exige certifica-ções próprias e um suporte mais próximo do cliente, a expectativa é de uma participação tímida dos importados. "Quem quiser entrar no mercado brasileiro terá de se estruturar localmente. O setor exige não só a entrega de produtos, mas também de serviços", avalia Peter.

Divisão das despesas fica para 2011
Em fase de pesquisa, desenvolvimento e experimentações por fabricantes e distribuidoras no Brasil e no mundo, a implantação das redes inteligentes no país ainda guarda uma indefinição de grande interesse do consumidor: quem, afinal, vai pagar a conta?

Em 26 de janeiro de 2011, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizará uma audiência pública, em Brasília, para discutir as especificações das funcionalidades mínimas que deverão ser exigidas nos medidores inteligentes. O tema está em consulta pública e as contribuições podem ser enviadas até 28 de janeiro. Somente em 2011 a agência deverá colocar em discussão os custos, prazos e formas de financiamento da implantação do smart grid no país.

A Aneel chegou a simular um plano de substituição do parque de medidores em dez anos, com um impacto médio de 0,5 ponto percentual na tarifa ao longo do período. "Apesar de não ser um impacto grande, não é o que desejamos", afirma o superintendente de Regulação e Serviços de Distribuição da Aneel, Paulo Henrique Silvestri Lopes. No plano, ficaram de foram cerca de 20 milhões consumidores de baixa renda.

Segundo Silvestri, se a opção for pela implantação maciça, o financiamento poderia ser feito a fundo perdido. Outra possibilidade é que se faça, primeiramente, a implantação nos locais onde houver viabilidade econômica e os gastos com os novos medidores sejam compensados pelos benefícios a distribuidoras e consumidores.

Assim, os custos para expansão futura da rede estariam amortizados pelos investimentos já realizados em tecnologia da informação e telecomunicações.

"Faremos uma discussão sobre a engenharia financeira em meados de 2011", adianta o superintendente, que integra o grupo de trabalho criado pelo Ministério de Minas e Energia para avaliar a implantação das redes inteligentes no Brasil.

O regulamento submetido à audiência propõe prazo de até 18 meses, a partir da publicação da resolução que vier a ser aprovada pela diretoria colegiada da agência, para que as distribuidoras passem a utilizar o novo sistema de medição em novas ligações ou substituições.

Para o presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Sales, o ritmo de implantação da rede inteligente vai ser definido pela regulação. "Em um país como os Estados Unidos, com um consumo per capita oito vezes maior do que o brasileiro, a substituição é justificada pelos ganhos de eficiência. No Brasil, há um longo caminho pela frente, que dependerá de incentivos concretos da regulação", avalia Sales.

Fonte de despesas, o smart grid também poderá se traduzir, no futuro, em fonte de novos negócios, com a utilização da rede elétrica para provimento de outros serviços, como banda larga, por exemplo. "Seria uma fonte alternativa de receita para as concessionárias, que poderiam criar subsidiárias para atuar em novos mercados", avalia o gerente de soluções da IBM Brasil, Gadner Vieira.
Fonte: De Fato on line (MG)


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Sandro Geraldo Bagattoli
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