Professores, pesquisadores, profissionais e interessados em informações e discussões de assuntos relacionados ao setor elétrico, ao mercado de energia elétrica e aos aspectos profissionais da engenharia.

ÚLTIMAS

quarta-feira, 16 de março de 2011

Crise nuclear do Japão irá elevar preços mundiais da energia

 crise energética instalada no Japão após o terremoto e o tsunami ocorridos na semana passada deve levar ao encarecimento do custo da energia em escala mundial. A alta de preços irá incentivar os investimentos em fontes alternativas, mas os economistas descartam uma substituição da matriz energética. Esse aumento de custos trará impactos econômicos globais, mas a mais afetada deve ser a Europa.

Divisão da matriz energérica em 1973

Em % do total de fontes

Fonte: Agência Internacional de Energia

"É um certo exagero. A energia nuclear, no futuro, ainda será uma energia barata", afirma Wilson Roberto Villas Boas Antunes, conselheiro do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP), em relação aos anúncios de alguns países europeus de cortar investimentos em usinas nucleares. O comissário da União Europeia para Energia, Gunther Oettinger, afirmou na segunda-feira que, "com o acidente nuclear no Japão, uma revisão dos padrões de segurança na Europa pode levar ao fechamento de usinas".

Divisão da matriz energérica em 2008

Em % do total de fontes

Fonte: Agência Internacional de Energia

Na sequência, Alemanha e Suíça, adiaram seus programas de ampliação em energia nuclear. Na Inglaterra, foi determinada a revisão de estudos sobre a instalação de 11 usinas. A França, por sua vez, saiu em defesa da segurança de suas instalações, já que 80% da energia consumida no país é de origem nuclear. Para Villas Boas, os países europeus devem sentir maior impacto do encarecimento da energia em sua economia do que aqueles em desenvolvimento, como o Brasil. Isso porque a Europa já vem passando por um momento de encolhimento ou de crescimento modesto devido aos efeitos da crise financeira internacional.

Para Thais Prandini, da Andrade & Canellas, consultoria especializada na área de energia, a crise japonesa deve levar a um aumento na demanda por gás natural, já que o país consome 40% da produção mundial. "O Japão é o maior importador global. De sexta-feira até hoje (ontem), os preços do gás natural liquefeito (GNV) subiram 12% no mercado internacional. Isso porque o país está buscando uma alternativa à energia nuclear", explica a consultora.

Encarecimento da matriz

Thais sustenta que os preços mais altos do gás associados ao aumento das cotações do petróleo – provocado pela crise política que se espalha pelo Oriente Médio, que concentra grandes produtores mundiais – provocarão um "encarecimento da matriz energética mundial". "Porém, é difícil afirmar que não se irá mais investir em energia nuclear. Deve haver uma postergação dos investimentos e a revisão dos riscos."

Relatório elaborado pelos economistas do Bank of America Merrill Lynch amplia a questão. "Na sequência da crise do petróleo dos anos 1970, vimos uma grande substituição do uso petróleo por energia nuclear, entre outras fontes. No entanto, a capacidade nuclear do mundo, que estava em crescimento, diminuiu drasticamente na sequência do acidente de Chernobyl, em 1986. Embora a participação da energia nuclear no consumo do mundo deva se manter constante pelos próximos 20 anos, ela se dará principalmente por conta dos avanços tecnológicos e operacionais, e de melhorias nas instalações existentes. Após um pico de 6,4% em 2002, a fatia da energia nuclear no consumo total diminuiu para 5,2% em 2010", afirma o relatório.

Segundo Thais, o que deve ocorrer, em níveis globais, é um aumento dos investimentos em energias de fontes renováveis. "É uma oportunidade para incentivar investimentos em fontes renováveis", diz ela. "Porém, você não consegue mudar a matriz energética de um país, por que as alternativas têm pouca capacidade."

Para exemplificar, a consultora lembra que uma geradora alternativa tem capacidade em torno de 30 megawatts, enquanto a energia esperada da Usina de Belo Monte, em construção na região Norte, é de 8 mil megawatts. "Mas você pode incluir mais energias renováveis na matriz."

http://economia.ig.com.br/empresas/infraestrutura/crise+nuclear+do+japao+ira+elevar+precos+mundiais+da+energia/n1238170521676.html

Atenciosamente
 
Alexandre Kellermann
55 47 9980-8644

About ""

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Vivamus suscipit, augue quis mattis gravida, est dolor elementum felis, sed vehicula metus quam a mi. Praesent dolor felis, consectetur nec convallis vitae.
 
Copyright © 2013 Mercado de Energia Elétrica