O bilionário e empresário Bill Gates anunciou que vai investir US$ 2 bilhões (perto de R$ 6,5 bilhões) nos próximos cinco anos para o desenvolvimento de novas tecnologias em energia renovável. O valor é duas vezes maior do que o que vinha sendo investido pelo empresário nessa área até agora.
Segundo o empresário disse ao jornal britânico Financial Times (FT), as tecnologias atuais para a geração de energia a partir de fontes renováveis ainda tem “um custo astronômico” e não são suficientes para atender a demanda global por energia, considerando os próximos 15 anos. Em outras ocasiões, Gates já havia afirmado que ainda que é preciso “um milagre” em invenções para evitar uma catástrofe climática e citou o automóvel como um dos temas que precisa de inovações.
As declarações de Gates ao FT aconteceram em um momento em que Christiana Figueres, secretária-executiva da ONU para a mudança de clima, mostra-se cada vez mais empenhada em engajar líderes empresariais na luta contra a mudança climática. Na última semana, Christiana escreveu para os principais executivos da seis mais importantes empresas de petróleo e gás do mundo - Shell, BP, Eni, Statoil, Total and the BG Group, pedindo-lhes para mostrar mais ambição no apoio à conferência sobre mudança clima que acontece em dezembro, em Paris. No final de março, esses mesmos executivos assinaram uma carta aberta à ONU, solicitando um sistema de precificação do carbono, além de uma política global e mais clara sobre a questão.
Um pé cá, outro lá
Gates, no entanto, não apontou para possíveis desinvestimentos em negócios com combustíveis fósseis. De acordo com informações do jornal inglês The Guardian, a Fundação Bill e Melinda Gates, liderada por Gates e sua esposa, tem atualmente US$ 1,4 bilhão investido em diferentes empresas de petróleo e gás, incluindo a BP.
Em março, o empresário descartou aos apelos de uma campanha lançada pelo The Guardian que pedia para que grandes instituições deixassem de apoiar negócios cujas principais atividades são a exploração e comercialização de combustíveis fósseis. Mais de 220 mil aderiram ao movimento. Gates, em vez disso, segundo o jornal, disse que havia uma necessidade urgente de investimentos de "alto risco" em tecnologias inovadoras para altar a curva da mudança do clima.
Atenciosamente
Alexandre Kellermann
Alexandre.kellermann@gmail.com
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