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sábado, 18 de fevereiro de 2017

Horário de Verão termina neste domingo

17.02.17
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Rio de Janeiro – Relógios deverão ser atrasados em uma hora nos estados das regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste
Tiago Reis, para o Procel Info
Agência Brasil
Rio de Janeiro – A 41ª edição do Horário Brasileiro de Verão termina neste domingo, dia 19 de fevereiro. À meia noite, os moradores dos estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e do Distrito Federal devem atrasar os relógios em uma hora. A medida, em vigor desde outubro, tem como objetivo principal reduzir o consumo de energia no horário de pico noturno, entre 18h e 21h, além de aproveitar melhor a iluminação natural durante o período do verão e estimular o uso consciente da energia elétrica. "O verão é o período que naturalmente demora a anoitecer, o dia é maior. Ou seja, com o Horário de Verão, é possível aproveitar a luz natural para gerar um melhor aproveitamento da energia", explica o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Fábio Alves.

Essa mudança de horário é adotada no Brasil desde 1931, sendo que a partir de 1985, passou a ser implementado de forma ininterrupta. Desde 2008, após decreto presidencial, o Horário de Verão passou a ter início sempre no terceiro domingo do mês de outubro e término no terceiro domingo de fevereiro do ano subsequente. Quando essa data ocorrer no domingo de Carnaval, o término é prorrogado em uma semana.

Os dados oficiais referentes à economia total de energia proporcionada pelo Horário de Verão 2016/2017 serão divulgados nos próximos dias pelo ministério. Em outubro, a pasta informou que a estimativa de economia durante os 126 dias de vigência do horário especial seria de R$ 147,5 milhões. Entretanto, algumas distribuidoras já divulgaram a economia de energia em suas áreas de concessão. Em São Paulo, a AES Eletropaulo, que atende 24 municípios, informou que os clientes da distribuidora economizaram aproximadamente 80,8 GWh (gigawatts-hora) no período. Já a CPFL Energia, empresa que possui nove distribuidoras que atendem cidades nos estados de São Paulo, Minas Gerais Paraná e Rio Grande do Sul, registrou uma redução de 3,4% na demanda global por energia elétrica. Essa economia foi de 88.992 MWh (megawatts-hora), suficiente para atender a cidade de Campinas durante nove dias. Em Minas Gerais, a Cemig registrou redução no consumo de energia de 0,5% em todo o estado, o que significa que 108.000 MWh foram poupados, energia suficiente para abastecer Belo Horizonte durante nove dias. A companhia também registrou ainda uma redução diária de 4% no horário entre 18h e 21h, o equivalente a 350 MW (megawatts).
Reduzir o consumo de energia entre as 18h e 21h é o principal objetivo do Horário de Verão

Na região Sul, as distribuidoras, CEEE, RGE, Celesc e Copel também divulgaram números sobre a economia de energia. No Rio Grande do Sul, a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) informou, que, dados preliminares, apontam uma redução de 5,1% no consumo de energia no horário de ponta noturno. Em termos gerais, a economia nos 72 municípios de concessão da CEEE Distribuição foi de 0,7%. Já a RGE informou que o Horário de Verão proporcionou uma redução de consumo de 0,36%, o que equivale a 13.905,03 MWh, volume suficiente para atender a cidade de Caxias do Sul por quatro dias. Em Santa Catarina, na área de concessão da Celesc a redução da demanda no horário noturno foi de 4,8%. Já no Paraná, o sistema elétrico operado pela Copel registrou uma redução média de 4,5% na demanda de energia nos fins de tarde, retirando do sistema elétrico 200 MW de potência entre 19 e 22 horas. Tal redução, segundo a companhia, equivale a desligar, no horário de ponta, uma cidade como Maringá, de 391 mil habitantes. As distribuidoras dos demais estados ainda não divulgaram dados sobre a redução do consumo de energia durante a vigência do Horário de Verão.

Além de segurança ao sistema elétrico nacional, reduzindo a demanda e evitando sobrecargas e desligamentos no horário de ponta, o Horário de Verão também traz benefícios para os consumidores residenciais. De acordo com o engenheiro de planejamento energético da Cemig, Wilson Fernandes Lage, somente com a iluminação artificial é possível obter ganhos significativos. "Para os consumidores residenciais e comerciais, a economia é percebida na menor utilização da iluminação artificial. Se não houvesse o Horário de Verão, os consumidores poderiam ter um consumo de até 30 horas a mais por mês com a iluminação artificial", afirma, Wilson.

Polêmica

Apesar de representar uma economia de energia para o sistema elétrico nacional, o Horário de Verão não é consenso entre a população brasileira. Isso acontece pelo fato de a mudança de horário afetar hábitos cotidianos da população, principalmente a que precisa sair de casa nas primeiras horas do dia.

Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que determina a proibição da adoção do Horário de Verão no Brasil. De autoria do deputado federal, Valdir Colatto (PMDB/SC), a proposta, apresentada em 2007, e que tramita na Comissão de Seguridade Social e Família, proíbe qualquer tipo de adoção de horários especiais no país.

Para Valdir Colatto, a economia é irrisória diante dos prejuízos causados pela alteração do relógio. Segundo o parlamentar, o Horário de Verão afeta negativamente a maior parte da população, colocando em perigo as pessoas que saem para o trabalho no início da manhã, além de fazer mal à saúde e aumentar o número de acidentes causados por fadiga, confusão de raciocínio e irritabilidade.

Além da Comissão de Seguridade Social e Família, o projeto precisa passar ainda por outras duas para ser aprovado: a de Minas e Energia e a de Constituição e Justiça. Se for aprovado, pode ser enviado diretamente ao Senado, sem passar pelo Plenário da Câmara.
Proposta que tramita na Câmara dos Deputados prevê a proibição da adoção do Horário de Verão no Brasil

Por outro lado, a mudança é vista como essencial para manter a confiabilidade e a segurança do sistema elétrico brasileiro. Com o adiantamento em uma hora durante o verão, período do ano com maior demanda de energia, o pico de consumo da indústria do comércio deixa de coincidir com o acionamento da iluminação pública e consumo residencial com iluminação e uso de equipamentos eletrônicos. Além disso, com essa mudança, evita-se a utilização de usinas térmicas emergenciais, mais caras e poluentes, para o suprimento de energia o que proporciona ganhos ambientais e financeiros, já que elimina a cobrança adicional por meio das Bandeiras Tarifárias da cor Amarele e Vermelha.

"Ao evitar a sobreposição da demanda máxima das diferentes categorias de usuários, esse artifício ameniza a exigência sobre instalações como usinas, subestações e linhas de transmissão em momentos de grande demanda simultânea, garantindo mais segurança operacional e confiabilidade ao funcionamento de todo o sistema elétrico", esclarece o engenheiro do Centro de Operação do Sistema Elétrico da Copel, Nelson Cuquel.
Sandro Geraldo Bagattoli

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