Por Ricardo Casarin
Apesar dos desafios imediatos causados pela pandemia de COVID-19, o foco da Shell nas metas de descarbonização segue inalterado e o Brasil é considerado pela companhia como prioridade no setor de fontes renováveis, afirmou o presidente da Shell Brasil, André Araujo, durante webinar promovido pela MegaWhat. “A transição energética veio para ficar e vamos investir em projetos que sejam economicamente atrativos. O Brasil foi definido como um país-chave no mercado de novas energias pela companhia”, disse o executivo.
Ele destacou a recente autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para que a empresa desenvolva dez projetos de geração de energia fotovoltaica em Minas Gerais. As usinas serão instaladas no município de Várzea da Palma, com potência instalada variando de 46 MW a 49 MW.
O executivo assinalou que a iniciativa faz parte da Shell Energy do Brasil, a comercializadora de energia da companhia. “O mercado livre de energia traz uma grande perspectiva de crescimento e estamos conversando com grandes consumidores. Estamos esperançosos que a reforma do setor elétrico cause uma aceleração no segmento.”
Em abril, a companhia anunciou planos de atingir a descarbonização de suas operações até 2050, impulsionando as atividades de sua divisão de energia renovável. Na ocasião, a petroleira declarou que a meta irá exigir crescimento das vendas de soluções com baixa intensidade de carbono em detrimento da oferta mais tradicional de óleo e gás.
“Essa decisão foi divulgada em um momento em que o preço do barril de petróleo estava bastante deprimido. O foco de combate às mudanças climáticas é de longo prazo e segue inalterado, em linha com os objetivos do Acordo de Paris”, ressaltou Araujo.
Ele afirmou que a Shell irá manter sua atuação nas linhas de negócio mais tradicionais e não irá investir em projetos sem perspectivas de resultados financeiros. “É uma meta de descarbonização dentro de um cronograma, não significa que vamos entrar em qualquer projeto com resultados que não sejam claros. Continuamos atuando em todas as frentes.”
“Queremos buscar nosso espaço no Brasil nas renováveis, incluindo solar e outras alternativas, mas não estamos abandonando o petróleo. O gás natural faz parte de nosso portfólio e é importante na transição energética. É uma produção que vai existir com o pré-sal e estamos investindo muito nesse mercado”, disse o executivo.
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