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domingo, 3 de maio de 2009

Protótipo de usina usa as ondas do mar para gerar energia

Iniciativa é da Tractebel e da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O movimento das ondas do litoral brasileiro será, pela primeira vez, aproveitado como fonte de energia limpa e sustentável. Em parceria com a Coordenação de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ), a Tractebel Energia iniciou no dia 2 de março um projeto que propõe utilizar as ondas do mar como fonte de energia alternativa e renovável.

Esse projeto, fiscalizado pela Aneel, vai utilizar recursos de Pesquisa & Desenvolvimento, conforme estabelecido pela Lei Federal nº 9991/2000. “A proposta é inédita e oferece ao Brasil mais uma alternativa de geração de energia de fonte limpa e renovável”, ressalta o presidente da Tractebel Energia, Manoel Zaroni Torres.

A ideia da parceria é colocar em funcionamento até 2011 o primeiro protótipo de Conversor On-Shore de Energia Elétrica a partir das ondas do mar. Com a implantação deste projeto espera-se o desenvolvimento de uma tecnologia nacional e inovadora que poderá evitar no futuro o pagamento de royalties ao exterior na geração de energia a partir desta fonte.

Similar a uma usina hidrelétrica de geração de energia, o conversor será construído nos molhes do Porto de Pecém (CE) devido às condições marítimas favoráveis, pois em 90% do tempo as ondas são suficientes para a geração de energia elétrica. Todo o protótipo, na sua concepção teórica e na construção do modelo em escala reduzida, foi integralmente desenvolvido por pesquisadores da COPPE/UFRJ.

Utilizar este potencial inesgotável sem causar impactos ambientais é um dos grandes desafios da sociedade que já vive os problemas causados pelo aquecimento global. “A Tractebel avalia e negocia o projeto desde abril de 2008, e espera que o prazo estimado seja suficiente para ter a operacionalidade deste primeiro conversor de energia elétrica a partir das ondas do mar. Por ser um projeto pioneiro, não é surpresa se alguma alteração for necessária”, diz o gerente de P&D da Tractebel Energia, Sergio Roberto Maes.

Conforme estudos da COPPE/UFRJ, o Brasil, com mais de 8 mil quilômetros de litoral, tem potencial para suprir até 15% de sua demanda energética usando ondas do mar convertidas em energia elétrica. Por suas características, este projeto está de acordo com o objetivo da Tractebel Energia em contribuir com a pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias de geração de energia elétrica a partir de fontes alternativas, limpas e renováveis. “Decidimos investir também no desenvolvimento de tecnologias ainda não exploradas comercialmente”, afirma Zaroni. O presidente conta que foram realizados contatos com diversas entidades, e a COPPE/UFRJ foi selecionada por sua competência e pelo estágio de desenvolvimento do estudo apresentado.

O estudo prevê a instalação de dois módulos de bombeamento com capacidade de geração de até 100 mil watts de eletricidade, suficientes para acender 1.667 lâmpadas comuns de 60 watts. Orçado em R$ 15 milhões, o projeto será bancado com recursos de Pesquisa e Desenvolvimento da Tractebel Energia, e terá a participação da Universidade Federal do Ceará, da Secretária de Infra-Estrutura do Governo do Estado do Ceará e da Companhia de Integração Portuária do Ceará - CearáPortos.

As ondas do mar movimentam flutuadores ligados a braços mecânicos, que acionam bombas hidráulicas e injetam água tratada de um tanque, numa câmara hiperbárica (onde um condutor extremamente estreito faz a água ganhar enorme pressão). De dentro desta câmara, a água é lançada contra uma turbina, com pressão equivalente a uma queda d’água de 500 metros de altura, similar a uma hidrelétrica. Esse jato movimenta uma turbina hidráulica, ligada a um gerador, que, por sua vez, produz energia elétrica.

Segundo o Conselho Nacional de Energia um sexto da demanda de energia mundial poderia ser produzida pelos oceanos. Portugal e Inglaterra saíram na frente em busca das forças marítimas e entre este e o próximo ano serão construídos nos dois países parque energéticos marinhos com capacidade para abastecer até 7.500 casas. Japão e Austrália também já fazem testes com geradores flutuantes que convertem a energia das ondas em eletricidade.

Existem estudos, modelos e protótipos de vários tipos e de várias formas de converter a energia do mar em energia elétrica. Basicamente é possível converter energia a partir das ondas do mar, das marés, das correntes marinhas e ainda dos gradientes de temperaturas existentes nas camadas de água dos oceanos. De todos os projetos, os mais avançados são aqueles que estudam a força das marés e a das ondas.

http://www.meiofiltrante.com.br/noticias.asp?action=detalhe&id=1900

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