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quinta-feira, 17 de maio de 2018

A crise do setor elétrico é estrutural: o buraco é mais em baixo

O setor elétrico brasileiro tem um problema definitivo e grave: o esgotamento do seu modelo tradicional de operação e expansão.

 

Nesse modelo, baseado na exploração do nosso generoso potencial hidrelétrico, os reservatórios jogaram um papel crucial na regularização das vazões dos rios e, portanto, na redução da exposição das usinas hidrelétricas ao risco hidrológico de não chover o suficiente e, em consequência, não se ter a água necessária para gerar a energia elétrica desejada.

 

A partir do momento em que fatores técnicos, ambientais, sociais e políticos passaram a restringir a construção de novos reservatórios, a redução da capacidade de regularização e, em consequência, a crescente exposição ao risco hidrológico passaram a fazer parte da agenda de problemas estruturais do setor elétrico brasileiro.

 

A perda de capacidade de coordenação, advinda do processo de fragmentação institucional iniciada pelas reformas dos anos 1990s, e o peso cada vez maior da intermitência na geração, via a crescente participação das novas fontes renováveis (eólica e solar) e das novas usinas hidrelétricas a fio de água (sem reservatório), aceleraram a deterioração do modelo.

 

Dessa maneira, sem os reservatórios para fazer face ao risco hidrológico, a operação e expansão do sistema elétrico brasileiro perdeu o elemento que estruturou historicamente a sua construção técnica, econômica, organizacional e institucional.

 

Essa perda coloca no centro da mesa a gigantesca tarefa de encontrar um novo modelo de operação e expansão para o setor elétrico do País. Nesse contexto, os conflitos gerados a partir do completo descompasso entre os princípios do modelo e a realidade concreta do setor se intensificam e desaguam em uma judicialização que demonstra claramente a falência das instituições setoriais.

 

Portanto, o que temos pela frente não é um problema conjuntural associado a um passageiro regime de chuvas desfavorável ou a ineficiências empresariais específicas de entes públicos ou privados para o qual a mudança do humor de São Pedro ou do gestor resolve. O que temos pela frente é um baita problema estrutural que exige uma mobilização de monta, da qual não se vê sequer um esboço no horizonte de medidas das atuais autoridades responsável pelo setor. E mais preocupante, também não se vê nas diversas pautas específicas dos agentes setoriais, marcadas por um particularismo simplesmente suicida. Não há barcos para todos, senhores.

 

O interessante a notar é que tudo isso acontece em um momento muito particular do setor elétrico no mundo em que o tradicional modelo de operação e expansão baseado no uso dos combustíveis fósseis também está em xeque. (,,,) continua no Blog Infopetro

https://jornalggn.com.br/blog/ronaldo-bicalho/a-crise-do-setor-eletrico-e-estrutural-o-buraco-e-mais-em-baixo

 

 

Atenciosamente

 

Alexandre Kellermann

 

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