O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) decidiu aumentar o financiamento a projetos de microgeração de energia renovável.
Para esta finalidade o Banco prevê duas ações: a linha Finame Energias Renováveis, voltada para empresas, com orçamento inicial de R$ 1 bilhão, que deverá ser lançada até o fim deste mês, e a liberação de mais R$ 208 milhões do Fundo Clima, voltado a pessoas físicas.
No dia 6 de junho o BNDES já havia divulgado mudanças no programa Fundo Clima, que objetiva financiar veículos comerciais, bens e equipamentos com eficiência energética e menos geração de poluentes.
A principal mudança foi no subprograma “Máquinas e Equipamentos Eficientes”, em que as pessoas físicas passaram a poder contar com os financiamentos para instalar sistema de aquecimento solar em suas casas e comércios, além de sistemas de cogeração, como placas fotovoltaicas, aerogeradores, geradores a biogás e equipamentos necessários. (Relembre)
FUNDO CLIMA SERÁ EXCLUSIVO PARA PESSOAS FÍSICAS
Com a mudança, comemorada pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), em apenas 45 dias o programa precisou ser suspenso devido ao alto número de pedidos de financiamento (130).
Agora o BNDES negocia liberar mais R$ 208 milhões do orçamento deste ano do Fundo, além de destiná-lo exclusivamente a pessoas físicas. O banco de fomento quer garantir que pessoas físicas tenham acesso ao financiamento. Dos 130 pedidos que entraram após as mudanças anunciadas em junho, apenas 26 foram de pessoas físicas.
As condições para captar o financiamento são vantajosas: taxa de juros final de 4,03% a 4,55% ao ano (já embutida a remuneração do agente repassador), carência de três a 24 meses e prazo de 12 anos para o pagamento.
EMPRESAS TERÃO LINHA FINAME
Para atender a empresas o BNDES utilizará a Finame Energias Renováveis, cujo orçamento inicial é de R$ 1 bilhão e poderá ser ampliado.
A linha Finame não tem o subsídio do Fundo Clima, com Taxa de Longo Prazo (TLP) com juro final em torno de 10% ao ano (sem incluir o spread do banco que fará o repasse). O prazo total é de até dez anos, com carência de dois.
Segundo a Absolar, que cita dados de um estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), seria possível instalar em todo o país 164 gigawatts em sistemas de microgeração solar, capacidade que equivale a todo o sistema elétrico nacional.
Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apontam que de junho de 2013 a junho deste ano o número de conexões de microgeração de energia subiu de 23 para 30.900, a quase totalidade (99%) com tecnologia solar.
O barateamento das placas fotovoltaicas é o maior responsável por esta mudança, fazendo com que a energia solar responda hoje no país pela maioria dos sistemas de geração distribuída, situação em que o cliente da distribuidora de eletricidade obtenha desconto na conta de luz ao produzir parte da energia que consome.
O financiamento para esses sistemas é visto como necessário, diante do peso do investimento inicial na instalação, que por ser alto acaba por inibir a demanda de pessoas físicas e pequenas empresas.
A redução do gasto com a conta de luz permite pagar as parcelas do financiamento. Essa composição é essencial para expandir o número de conexões com energia solar.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes
Atenciosamente
Alexandre Kellermann
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